Modelo de Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais Decorrente de Venda de Animal Doente

Publicado em: 11/10/2024 CivelConsumidor
Petição inicial que busca a condenação de criadora e responsável comercial por danos materiais e morais relacionados à venda de animal em condições sanitárias inadequadas. A ação baseia-se na responsabilidade civil e nos dispositivos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), destacando o sofrimento emocional e os prejuízos financeiros causados à autora após a morte do animal. O documento inclui detalhamento dos fatos, amparo jurídico nos artigos do Código Civil e CDC, jurisprudências aplicáveis, rol de provas e pedidos de indenização.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de Porto Alegre/RS

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

ELISANGELA CIEPLACK VEDOY, em união estável, autônoma, inscrita no CPF sob o nº 001.389.180-40, portadora do RG nº 2076554449, residente e domiciliada na Rua Maria Trindade, nº 287, Bairro Humaitá, Porto Alegre/RS, CEP: 90250-275, endereço eletrônico: [email protected], doravante denominada AUTORA, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional no endereço constante no rodapé, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

em face de:

RENATA ONGARATTO, criadora e comerciante de animais, residente e domiciliada na Rua Porto Xavier, nº 290, Sapucaia do Sul/RS, CEP: 93212-000, endereço eletrônico: [email protected], e

REGINALDO (SOBRENOME DESCONHECIDO), proprietário do canil e responsável comercial, com endereço profissional desconhecido, devendo ser citado por meio da empresa ou contato comercial informado nos autos, endereço eletrônico: [email protected],

ambos doravante denominados RÉUS, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:

3. DOS FATOS

No dia 30 de julho de 2024, a AUTORA adquiriu uma cadela da raça não especificada, de nome Pandora, da criadora RENATA ONGARATTO. A entrega foi realizada no endereço da ré, na Rua Porto Xavier, nº 290, Sapucaia do Sul/RS, sob a justificativa de que o canil estaria em reforma.

Já no dia 31 de julho de 2024, a AUTORA percebeu que a cadela não se alimentava adequadamente. Em 05 de agosto, Pandora apresentou quadro de diarreia. A ré RENATA alegou que a situação era normal e forneceu orientações de medicação caseira, desaconselhando a ida ao veterinário.

No entanto, no dia 09 de agosto, Pandora passou a apresentar vômitos e diarreia intensos. Novamente, a ré insistiu que a situação era comum e forneceu mais recomendações de medicamentos, sem qualquer respaldo veterinário.

Por cautela e responsabilidade, a AUTORA levou a cadela à emergência veterinária no dia 10 de agosto, onde foram realizados diversos exames. Constatou-se que Pandora estava infectada por Cystoisospora, protozoário transmitido por ingestão de água, alimentos ou fezes contaminadas, ou ainda por vetores como baratas e moscas.

Apesar dos esforços médicos, Pandora veio a óbito no dia 16 de agosto de 2024, após internação em CTI veterinário. O laudo morfológico apontou graves lesões nos rins, fígado, pâncreas e outros órgãos.

A AUTORA, por meio de sua procuradora, tentou contato com o responsável comercial REGINALDO, que se negou a assumir qualquer responsabilidade, conforme conversas via WhatsApp (anexos 01 e 02). Diante da negativa dos RÉUS em arcar com os prejuízos, não restou alternativa senão a propositura da presente demanda.

4. DO DIREITO

A presente demanda encontra amparo na legislação civil e consumerista brasileira.

Nos termos do CCB/2002, art. 186, "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito". Já o art. 927 do mesmo diploma estabelece que "aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo".

A relação entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º, sendo a AUTORA consumidora e os RÉUS fornecedores. Assim, aplica-se a responsabilidade objetiva prevista no CDC, art. 14, que impõe o dever de indenizar independentemente de culpa, bastando a demonstração do dano e do nexo causal.

A venda de animal doente, sem os devidos cuidados sanitários e sem orientação adequada, configura vício do produto, conforme CDC, a"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais proposta por Elisangela Cieplack Vedoy em face de Renata Ongaratto e Reginaldo (sobrenome desconhecido), em razão da aquisição de animal doméstico que veio a óbito poucos dias após a entrega, em decorrência de graves enfermidades.

A análise dos autos revela que a autora adquiriu filhote de cadela, denominada Pandora, em 30 de julho de 2024, sendo o animal entregue no dia seguinte. Constatada a má condição de saúde do animal desde os primeiros dias, a autora buscou orientação da criadora, ora ré, que recomendou medicação caseira e desaconselhou a ida ao veterinário. Diante do agravamento do quadro clínico, a autora levou o animal à clínica veterinária, onde foram realizados exames e constatada a presença de protozoário Cystoisospora. Apesar dos esforços, o animal veio a óbito em 16 de agosto de 2024.

A responsabilidade civil dos réus decorre, no presente caso, da relação de consumo estabelecida entre as partes, conforme previsto nos arts. 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor. Aplicável, portanto, a responsabilidade objetiva disciplinada pelo art. 14 do mesmo diploma legal, sendo desnecessária a comprovação de culpa para fins de indenização, bastando a demonstração do dano e do nexo causal.

Verifica-se que a venda de animal enfermo, sem os devidos cuidados sanitários e sem o fornecimento de orientações técnicas adequadas, configura vício do produto, nos termos do art. 18 do CDC. Os laudos apresentados, bem como os comprovantes de despesas e as conversas com os réus, comprovam o dano material e moral sofrido pela autora.

Ademais, o sofrimento da autora e de sua família, diante da perda precoce do animal de estimação, é evidente. A jurisprudência pátria tem reconhecido o vínculo afetivo entre tutores e animais domésticos como ensejador de danos morais, sobretudo em casos em que a morte do animal poderia ter sido evitada com os devidos cuidados.

Nesse sentido, destaco o entendimento consolidado do Tribunal de Justiça de São Paulo, conforme julgado da Apelação Cível nº Acórdão/TJSP, que reconheceu o dano moral decorrente de falha no tratamento veterinário que resultou na morte do animal.

Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, que impõe ao magistrado o dever de fundamentar suas decisões, julgo procedente o pedido inicial para:

  1. Reconhecer a responsabilidade civil dos réus pelos danos causados à autora;
  2. Condenar os réus, solidariamente, ao pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais);
  3. Condenar os réus, solidariamente, ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
  4. Condenar os réus ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Porto Alegre/RS, ___ de ___________ de 2024.

Juiz de Direito
[Nome do Magistrado]


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