Modelo de Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais em Face de Instituição Financeira por Fraude Bancária via PIX

Publicado em: 15/10/2024 Consumidor
Petição inicial em que o Autor, vítima de transações fraudulentas realizadas via PIX em sua conta bancária, propõe Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais contra o Banco XYZ S.A. Requer-se a responsabilização objetiva da instituição financeira, com base no Código de Defesa do Consumidor e na Súmula 479 do STJ, pela falha na prestação do serviço de segurança. Pleiteiam-se o estorno do valor subtraído (R$ 8.750,00) e indenização por danos morais não inferior a R$ 5.000,00, além da inversão do ônus da prova e custas processuais.

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de [CIDADE/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, auxiliar administrativo, portador do CPF nº 000.000.000-00 e do RG nº 0.000.000 SSP/XX, endereço eletrônico: aj.santos@email.com, residente e domiciliado na Rua Exemplo, nº 123, Bairro Centro, CEP 00000-000, na cidade de [CIDADE/UF], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na Rua dos Advogados, nº 456, Bairro Justiça, CEP 00000-000, [CIDADE/UF], onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

em face de BANCO XYZ S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede na Avenida Financeira, nº 1000, Bairro Centro, CEP 00000-000, [CIDADE/UF], endereço eletrônico: atendimento@bancoxyz.com.br, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

3. DOS FATOS

O Autor é correntista do Réu, mantendo conta bancária de número 123456-7, agência 0001, na qual realiza suas movimentações financeiras habituais. Em [DATA], o Autor foi surpreendido com a notificação de que haviam sido realizadas diversas transferências via PIX de sua conta bancária, totalizando o valor de R$ 8.750,00 (oito mil setecentos e cinquenta reais), sem sua autorização ou conhecimento.

As transações ocorreram em sequência, num curto intervalo de tempo, para destinatários desconhecidos, destoando completamente do padrão de consumo do Autor. Imediatamente, o Autor entrou em contato com o banco Réu para relatar a fraude e solicitar o bloqueio das operações e a restituição dos valores subtraídos.

Todavia, o Réu limitou-se a informar que as transações foram realizadas com uso de senha e token, recusando-se a estornar os valores, sob a alegação de que não houve falha na prestação do serviço. O Autor, no entanto, jamais compartilhou seus dados bancários ou realizou qualquer operação suspeita, sendo evidente que houve falha na segurança do sistema bancário do Réu.

Como consequência do golpe, o Autor sofreu não apenas prejuízo financeiro, mas também abalo emocional, insegurança e angústia, tendo que despender tempo e recursos para tentar solucionar o problema, o que caracteriza o chamado “desvio produtivo do consumidor”.

4. DO DIREITO

A relação entre o Autor e o Réu é regida pelo Código de Defesa do Consumidor, nos termos do CDC, arts. 2º e 3º, sendo o banco fornecedor de serviços e o Autor, consumidor final.

A responsabilidade do banco é objetiva, conforme dispõe o CDC, art. 14, respondendo o fornecedor pelos danos causados ao consumidor por defeitos relativos à prestação dos serviços, independentemente de culpa, salvo se demonstrada a inexistência do defeito ou culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (CDC, art. 14, §3º).

No caso em tela, não há qualquer indício de que o Autor tenha contribuído para a fraude. Ao contrário, a ausência de mecanismos de segurança capazes de identificar e bloquear transações atípicas demonstra falha na prestação do serviço, o que atrai a responsabilidade do Réu.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica ao reconhecer que fraudes bancárias decorrentes de falhas internas do sistema de segurança da instituição financeira configuram fortuito interno, não sendo aptas a afastar a responsabilidade do banco (Súmula 479/STJ).

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Cuida-se de ação de indenização por danos morais e materiais proposta por A. J. dos S. em face de Banco XYZ S.A., na qual o autor alega ter sido vítima de fraude bancária, com a realização de transferências via PIX não autorizadas, totalizando o valor de R$ 8.750,00 (oito mil setecentos e cinquenta reais).

Narra o requerente que, apesar da pronta comunicação ao banco réu, este se recusou a estornar os valores, alegando que as operações foram realizadas com uso de senha e token, desconsiderando a evidente atipicidade das transações e a ausência de falha do autor.

A relação jurídica entre as partes é de consumo, sendo aplicável o Código de Defesa do Consumidor, nos termos dos arts. 2º e 3º do CDC. Assim, a responsabilidade do réu é objetiva, nos termos do art. 14 do mesmo diploma legal, respondendo pelos danos causados por defeitos na prestação dos serviços, salvo comprovação de culpa exclusiva da vítima ou de terceiro.

No caso em exame, não se verifica qualquer comprovação de culpa do autor. Ao contrário, as transações foram realizadas em sequência, em valores fora do padrão de consumo do demandante, sem qualquer bloqueio ou alerta por parte da instituição financeira. Tal circunstância evidencia falha no dever de segurança do serviço prestado.

A jurisprudência pátria tem reconhecido que fraudes bancárias decorrentes de falhas internas dos sistemas de segurança das instituições financeiras configuram fortuito interno, não sendo aptas a afastar a responsabilidade do prestador do serviço. Neste sentido, destaca-se a Súmula 479 do Superior Tribunal de Justiça: "As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias."

A conduta omissiva do banco, ao não garantir mecanismos eficazes de detecção de movimentações atípicas, enseja o dever de indenizar tanto pelos danos materiais quanto pelos danos morais. O primeiro decorre da subtração direta dos valores da conta do autor. O segundo, do abalo emocional, angústia e tempo despendido pela vítima na tentativa de resolver a situação, caracterizando o chamado "desvio produtivo do consumidor".

A Constituição Federal de 1988 assegura, no art. 5º, incisos V e X, o direito à indenização por danos morais e materiais. Ademais, no tocante à fundamentação do presente voto, observo o disposto no art. 93, inciso IX, da mesma Carta Magna, que exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade.

DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por A. J. dos S. para:

  1. Condenar o Banco XYZ S.A. ao pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$ 8.750,00 (oito mil setecentos e cinquenta reais), acrescido de correção monetária desde a data do evento danoso e juros legais a partir da citação;
  2. Condenar o réu ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), considerando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, com correção monetária a partir desta sentença e juros de mora desde a citação;
  3. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que arbitro em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015;
  4. Determinar a inversão do ônus da prova, já deferida com fundamento no art. 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[CIDADE], [DATA].


___________________________________________
Juiz de Direito


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