Modelo de Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Materiais e Morais por Fraude em Transação PIX contra Instituição Bancária

Publicado em: 30/01/2024 Consumidor
Petição inicial que objetiva responsabilizar instituição financeira por falha na prestação de serviço, resultando em fraude em transação realizada via PIX. O consumidor requer a restituição do valor subtraído, indenização por danos morais e aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Fundamenta-se na responsabilidade objetiva do banco e em jurisprudências que reconhecem o fortuito interno como fator que não exclui a responsabilidade da instituição bancária.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE [LOCAL]

[NOME COMPLETO DO AUTOR], CPF nº [NÚMERO], residente e domiciliado em [ENDEREÇO COMPLETO], endereço eletrônico [E-MAIL], por meio de seu advogado, com endereço profissional em [ENDEREÇO COMPLETO], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

em face de [NOME DO BANCO], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [NÚMERO], com sede em [ENDEREÇO COMPLETO], endereço eletrônico [E-MAIL], pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:

PREÂMBULO

O presente feito tem como objetivo a reparação de danos materiais e morais sofridos pelo Autor, decorrentes de fraude em transação realizada via PIX, cuja responsabilidade recai sobre a instituição financeira Ré, em razão de falha na prestação de seus serviços, conforme preceitua o Código de Defesa do Consumidor (CDC, art. 14).

DOS FATOS

No dia [DATA], o Autor realizou a compra de passagens aéreas, efetuando o pagamento por meio de transferência via PIX para o recebedor indicado. Posteriormente, constatou-se que o recebedor tratava-se de um estelionatário.

Imediatamente, o Autor entrou em contato com o banco Réu, que orientou a realização de um boletim de ocorrência e o envio de comprovantes da transação, assegurando que o caso seria resolvido em até 7 (sete) dias úteis. O Autor seguiu todas as orientações, incluindo a formalização de reclamação junto ao Banco Central.

Contudo, após o prazo informado, o banco Réu comunicou que não obteve êxito em reaver o valor junto à instituição financeira que recebeu o pagamento, limitando-se a "lavar as mãos" e deixando o Autor à mercê do prejuízo financeiro e emocional causado pela fraude.

DO DIREITO

A relação jurídica entre o Autor e o banco Réu é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), configurando-se como relação de consumo, na qual o banco é fornecedor de serviços e o Autor, consumidor (CDC, art. 2º e art. 3º).

Nos termos do CDC, art. 14, a responsabilidade do fornecedor de serviços é objetiva, sendo irrelevante a comprovação de culpa, bastando a demonstração do defeito na prestação do serviço e do nexo causal com o dano sofrido pelo consumidor.

Ademais, a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) estabelece que fraudes bancárias, como a ocorrida no presente caso, configuram fortuito interno, inerente à atividade bancária, não sendo aptas a excluir a responsabilidade da instituição financeira (Súmula 479/STJ).

O banco Réu "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Ação de Obrigação de Fazer C/C Indenização por Danos Materiais e Morais, ajuizada por [NOME COMPLETO DO AUTOR] em face de [NOME DO BANCO], visando à restituição de valores subtraídos em razão de fraude em transação realizada via PIX, bem como à indenização por danos morais. Argumenta o Autor que a instituição financeira Ré falhou na prestação de serviços, especialmente quanto à segurança da transação, requerendo, por consequência, a reparação material e moral pelos prejuízos sofridos.

Voto

Em análise dos autos, verifica-se que o Autor comprovou a ocorrência de fraude no pagamento via PIX e o prejuízo financeiro decorrente da transação, bem como a omissão do Réu em adotar medidas eficazes para evitar ou mitigar o dano. A relação jurídica estabelecida entre as partes é de consumo, estando regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), o qual prevê a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços (art. 14, CDC), bastando a comprovação do defeito na prestação do serviço e do nexo causal com o dano sofrido pelo consumidor.

A jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirma que fraudes bancárias configuram fortuito interno, inerente à atividade da instituição financeira, não sendo aptas a excluir sua responsabilidade (Súmula 479/STJ). No presente caso, resta evidente a falha no dever de segurança por parte do banco Réu, especialmente ao permitir a realização de uma transação atípica e incompatível com o perfil do consumidor, em violação ao art. 6º, I, do CDC.

Fundamentação

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 93, IX, estabelece que as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, o presente voto baseia-se nos seguintes fundamentos:

  • Art. 14 do CDC: responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços;
  • Art. 6º, I, do CDC: dever de segurança na prestação de serviços;
  • Súmula 479/STJ: responsabilidade da instituição financeira por fraudes decorrentes de fortuito interno;
  • Jurisprudência do TJSP, que reafirma o dever das instituições financeiras de garantir a segurança das transações realizadas em suas plataformas.

O dano material está devidamente comprovado no montante da transação fraudulenta, devendo ser restituído ao Autor, corrigido monetariamente e acrescido de juros legais. Quanto ao dano moral, entendo que os transtornos e o abalo emocional sofridos pelo Autor, diante da falha na prestação de serviços e da omissão do Réu em solucionar o problema, configuram situação que ultrapassa o mero aborrecimento, sendo devida a indenização.

Dispositivo

Ante o exposto, voto no sentido de:

  1. Julgar procedente o pedido do Autor para condenar o Réu à restituição do valor subtraído na transação fraudulenta, devidamente corrigido e acrescido de juros legais;
  2. Condenar o Réu ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ [VALOR A SER ARBITRADO], considerando a gravidade do dano e o caráter pedagógico da medida;
  3. Condenar o Réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC.

É como voto.

Conclusão

Dessa forma, entendo que a procedência da demanda atende aos princípios constitucionais e legais aplicáveis à espécie, assegurando ao consumidor seus direitos fundamentais e reforçando o dever de segurança imposto às instituições financeiras.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[LOCAL], [DATA].

__________________________________________

[NOME DO MAGISTRADO]

Juiz de Direito


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