Modelo de Ação de Partilha de Bens: Reconhecimento de Bens Comuns em União Estável e Pedido de Partilha Igualitária

Publicado em: 01/06/2024 Familia
Trata-se de uma petição inicial para Ação de Partilha de Bens, com fundamento no artigo 1.725 do Código Civil, em que a autora busca o reconhecimento judicial de bens adquiridos durante a união estável e não declarados na escritura pública de dissolução da união. A ação é proposta com base no regime de comunhão parcial de bens, que determina a comunicação dos bens adquiridos onerosamente durante a convivência. Inclui-se ainda a fundamentação legal, jurisprudências correlatas e pedidos específicos, como a citação do réu, designação de audiência de conciliação e a partilha igualitária dos bens apurados.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE __________

Processo nº: __________

A. J. dos S., brasileira, solteira, profissão __________, portadora do RG nº __________ e do CPF nº __________, residente e domiciliada na Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico __________, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE PARTILHA DE BENS

em face de C. E. da S., brasileiro, solteiro, profissão __________, portador do RG nº __________ e do CPF nº __________, residente e domiciliado na Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico __________, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

As partes mantiveram união estável por aproximadamente __________ anos, conforme reconhecido em escritura pública de dissolução de união estável lavrada em __________, no Cartório de __________, sob o número __________. Na referida escritura, foi incluída cláusula de inexistência de bens a serem partilhados.

Contudo, a Autora tomou conhecimento de que, durante a constância da união, foram adquiridos bens móveis e imóveis que não foram devidamente declarados na escritura pública de dissolução. Tais bens, adquiridos em comum esforço, são passíveis de partilha, conforme o regime de comunhão parcial de bens que rege a união estável, nos termos do CCB/2002, art. 1.725.

Diante disso, a Autora busca o reconhecimento judicial da existência de bens comuns e a consequente partilha dos mesmos, considerando que a cláusula de inexistência de bens na escritura pública não reflete a realidade patrimonial do casal.

DO DIREITO

A presente demanda encontra fundamento no CCB/2002, art. 1.725, que dispõe que, na união estável, salvo contrato escrito entre os conviventes, aplica-se o regime da comunhão parcial de bens. Nesse regime, comunicam-se os bens adquiridos onerosamente na constância da união, independentemente de quem tenha contribuído financeiramente para sua aquisição.

A cláusula de inexistência de bens na escritura pública de dissolução da união estável não possui eficácia absoluta, podendo ser afastada mediante prova da existência de bens comuns adquiridos durante a convivência. Nesse sentido, a Súmula 380/STF estabelece que, "comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum".

Ademais, o CPC/2015, art. 319, assegura o direito de a parte interessada pleitear judicialmente a partilha de bens, desde que apresente os fatos e fundamentos jurídicos que embasam o pedido, como ocorre na presente ação.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares
Segue abaixo uma simulação de voto de magistrado escrita em formato HTML, interpretando hermeneuticamente os fatos e os fundamentos jurídicos apresentados no documento:

Simulação de Voto

VOTO DO MAGISTRADO

Trata-se de ação de partilha de bens, formulada por A. J. dos S., em face de C. E. da S., na qual a autora busca o reconhecimento da existência de bens comuns adquiridos durante a união estável entre as partes, bem como a partilha de tais bens, na proporção de 50% para cada um, nos termos da legislação vigente.

DOS FATOS

Consta nos autos que as partes mantiveram união estável por um período aproximado de __________ anos, conforme escritura pública de dissolução de união estável devidamente lavrada em __________. Tal documento continha cláusula declarando inexistência de bens a serem partilhados. Contudo, a autora alega que, durante a convivência, foram adquiridos bens móveis e imóveis que não foram devidamente incluídos na referida escritura.

A parte autora requer a revisão judicial da cláusula de inexistência de bens, sustentando que tais bens foram adquiridos em esforço comum durante a convivência, o que os torna passíveis de partilha, conforme o regime de comunhão parcial de bens previsto no Código Civil.

DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 226, §3º, reconhece a união estável como entidade familiar, conferindo-lhe proteção jurídica. No mesmo sentido, o Código Civil, em seu art. 1.725, dispõe que, salvo contrato escrito em contrário, aplica-se à união estável o regime da comunhão parcial de bens, comunicando-se os bens adquiridos onerosamente durante a convivência.

A cláusula de inexistência de bens, constante na escritura pública de dissolução da união estável, não possui eficácia absoluta, conforme entendimento consolidado pela Súmula 380 do Supremo Tribunal Federal, que prevê a possibilidade de partilha de bens adquiridos em esforço comum, mediante comprovação.

Além disso, o Código de Processo Civil de 2015, em seus arts. 319 e seguintes, assegura o direito da parte de pleitear judicialmente a partilha de bens, desde que apresente os fundamentos fáticos e jurídicos que embasam tal pretensão, como ocorre no caso em análise.

A jurisprudência também reforça essa interpretação, admitindo a revisão judicial de cláusulas de inexistência de bens em escrituras de dissolução de união estável, desde que seja demonstrada a aquisição de bens comuns durante a convivência.

DA ANÁLISE DOS FATOS E PROVAS

A parte autora trouxe indícios suficientes para demonstrar a possível existência de bens adquiridos durante a convivência, os quais não teriam sido declarados na escritura pública de dissolução. A ausência de especificação de tais bens na escritura não impede que a autora busque o reconhecimento judicial, especialmente quando há alegação de que os bens foram adquiridos em esforço comum.

Cabe, portanto, assegurar o direito à ampla produção de provas, a fim de verificar a veracidade das alegações e determinar, se for o caso, a partilha dos bens na proporção de 50% para cada parte.

DISPOSITIVO

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, bem como nos arts. 1.725 do Código Civil e 319 do Código de Processo Civil, voto no sentido de dar procedência parcial ao pedido, nos seguintes termos:

  1. Determinar a citação do réu para, querendo, contestar os fatos alegados pela autora no prazo legal;
  2. Reconhecer a possibilidade de revisão da cláusula de inexistência de bens constante na escritura pública de dissolução da união estável;
  3. Determinar a produção de provas, especialmente documental e testemunhal, para apuração da existência e composição dos bens adquiridos durante a convivência;
  4. Determinar, sendo comprovada a existência de bens, a partilha na proporção de 50% para cada parte, conforme o regime da comunhão parcial de bens.

Por fim, condeno o réu, caso reste demonstrada a má-fé na omissão dos bens, ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, a serem arbitrados oportunamente.

É como voto.

__________, ___ de __________ de 20___.

_______________________________________
Magistrado(a)
Vara de Família da Comarca de __________

### Explicação: 1. Estrutura do documento**: O HTML foi organizado com título principal, subtítulos (

,

) e parágrafos (

) para facilitar a leitura e a separação das seções do voto. 2. Conteúdo hermenêutico**: Foi feita uma interpretação dos fatos e fundamentos jurídicos apresentados no documento original, com base na Constituição Federal, Código Civil, Código de Processo Civil e jurisprudência mencionada. 3. Conclusão fundamentada**: O voto foi fundamentado com base nos artigos e princípios legais aplicáveis, dando parcial procedência ao pedido e determinando a produção de provas para apuração dos fatos.


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