Modelo de Ação de Reintegração de Posse Cumulada com Perdas e Danos em Face de Ocupação Indevida Após Contrato de Comodato

Publicado em: 16/12/2024 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Propositura de ação judicial por herdeiras visando à reintegração de posse de imóvel ocupado indevidamente após o término de contrato de comodato. O caso aborda a recusa do réu em desocupar o imóvel, mesmo após notificação extrajudicial, e inclui pedido de pagamento de aluguéis em atraso desde 2007 e eventuais perdas e danos. Fundamentação baseada no CPC/2015, art. 561, e no Código Civil, arts. 582 e 96.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________

M. DE S., A. L. DE S. e V. DE S., brasileiras, estado civil ______, portadoras dos RGs nº ______ e inscritas no CPF/MF sob os nº ______, residentes e domiciliadas na Rua ______, nº ______, Bairro ______, Cidade ______, Estado ______, CEP ______, endereço eletrônico ______, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, conforme instrumento de procuração anexo, com escritório profissional situado à Rua ______, nº ______, Bairro ______, Cidade ______, Estado ______, CEP ______, endereço eletrônico ______, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE CUMULADA COM PERDAS E DANOS

em face de MOACIR DE S., brasileiro, estado civil ______, portador do RG nº ______ e inscrito no CPF/MF sob o nº ______, residente e domiciliado na Rua ______, nº ______, Bairro ______, Cidade ______, Estado ______, CEP ______, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

DOS FATOS

Em maio de 2005, o senhor Luiz, pai das autoras, firmou contrato de comodato com o réu, Moacir, pelo prazo de 2 (dois) anos, permitindo que este ocupasse o imóvel situado na Rua ______, nº ______, Bairro ______, Cidade ______, Estado ______. O contrato foi celebrado em razão da relação de amizade entre as partes, considerando que o réu, à época, enfrentava problemas de saúde (hanseníase) e já havia trabalhado como caseiro para Luiz, tendo sido devidamente desligado de suas funções.

O contrato de comodato previa expressamente que, caso o réu não desocupasse o imóvel ao final do prazo estipulado, deveria pagar aluguel mensal no valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Contudo, o réu não desocupou o imóvel ao término do contrato, em maio de 2007, tampouco efetuou o pagamento dos valores devidos a título de locação.

Com o falecimento de Luiz e de sua esposa, as autoras, na qualidade de herdeiras, notificaram extrajudicialmente o réu para que desocupasse o imóvel, a fim de que pudessem vendê-lo. Todavia, o réu se recusou a sair, alegando, de forma infundada, que ainda trabalhava para Luiz, o que não procede, pois sua CTPS já foi devidamente baixada e quitada.

Além disso, o réu alega ter realizado reformas no imóvel, mas sem qualquer autorização ou consentimento das autoras, o que não lhe confere qualquer direito de retenção. Diante disso, as autoras buscam a reintegração na posse do imóvel, bem como o pagamento dos aluguéis devidos desde maio de 2007 até a presente data.

DO DIREITO

O direito das autoras à reintegração de posse encontra amparo no CPC/2015, art. 561, que exige a comprovação da posse anterior, do esbulho praticado pelo réu e da perda da posse. No caso em tela, as autoras herdaram o imóvel de seu pai, Luiz, que era o legítimo possuidor, e o réu, ao se recusar a desocupar o imóvel após o término do contrato de comodato, tornou-se possuidor de má-fé, configurando o esbulho.

...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

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Relatório

Trata-se de ação de reintegração de posse cumulada com perdas e danos, ajuizada por M. DE S., A. L. DE S. e V. DE S., em face de M. DE S., tendo como objeto a posse de imóvel anteriormente cedido ao réu por meio de contrato de comodato.

As autoras alegam que, após o término do contrato de comodato em maio de 2007, o réu permaneceu no imóvel de forma irregular e sem realizar o pagamento de aluguéis, configurando posse injusta e má-fé. Requerem, ainda, o pagamento de aluguéis retroativos e a condenação por perdas e danos.

O réu, por sua vez, alega que realizou reformas no imóvel, sem autorização das autoras, e que ainda trabalhava para o falecido pai das autoras, o que justificaria a permanência no local.

Fundamentação

Dos Fatos e do Direito

A análise do caso requer a aplicação dos dispositivos legais pertinentes e a interpretação hermenêutica dos fatos narrados, em consonância com os princípios constitucionais e legais que regem a matéria.

Nos termos do art. 561 do CPC/2015, para a procedência da ação de reintegração de posse, é necessário que o autor comprove: (i) a sua posse; (ii) o esbulho praticado pelo réu; e (iii) a perda da posse. No presente caso, restou demonstrado que as autoras herdaram o imóvel de seu pai, Luiz, que era possuidor legítimo, e que o réu, ao se recusar a desocupar o imóvel após o término do contrato de comodato, violou o direito das autoras, configurando o esbulho possessório.

O contrato de comodato firmado entre as partes estipulava prazo certo, findo o qual o réu deveria desocupar o imóvel ou passar a pagar aluguel, conforme pactuado. Contudo, o réu permaneceu no imóvel sem autorização e sem efetuar qualquer pagamento, caracterizando posse injusta e de má-fé, conforme disposto no art. 582 do Código Civil.

Ademais, a alegação do réu de que realizou reformas no imóvel não encontra respaldo, porquanto tais benfeitorias, conforme o art. 96 do Código Civil, não geram direito à retenção ou indenização, especialmente por se tratarem de benfeitorias voluptuárias, realizadas sem autorização das autoras.

Dos Princípios Constitucionais

O direito de propriedade, garantido pelo art. 5º, XXII, da Constituição Federal, assegura às autoras a proteção jurídica para reaver o imóvel, além de garantir o direito à indenização pelos frutos que poderiam ter sido percebidos, no caso, os aluguéis devidos.

O princípio da legalidade, previsto no art. 37, caput, da CF/88, também é observado ao buscar a aplicação das normas do Código de Processo Civil e do Código Civil, de forma a restabelecer a ordem jurídica violada pelo réu.

Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria reforça o entendimento de que, em casos de posse injusta e má-fé, é cabível a reintegração de posse, conforme se verifica nos julgados do Tribunal de Justiça de São Paulo:

  • "Autores que lograram provar sua posse, bem como o esbulho praticado pelos réus, preenchendo os requisitos do CPC/2015, art. 561. Notificação para desocupação do imóvel descumprida, que caracteriza o esbulho." (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP)
  • "De rigor se reconhecer que os réus residiam no imóvel a título gratuito, de modo que restou devidamente comprovado nos autos o comodato verbal entre as partes. Autores que têm direito de receber os aluguéis mensais do imóvel, a partir da notificação extrajudicial." (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP)

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, julgo procedente o pedido inicial, determinando:

  1. A reintegração das autoras na posse do imóvel descrito na inicial;
  2. A condenação do réu ao pagamento dos aluguéis devidos desde maio de 2007 até a data da efetiva desocupação do imóvel, devidamente corrigidos e acrescidos de juros legais;
  3. A condenação do réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Local e data.

__________________________________________

Magistrado(a)


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