Modelo de Ação de Repetição de Indébito com Pedido de Tutela de Urgência para Suspensão de Descontos Indevidos em Benefício Previdenciário e Indenização por Danos Morais contra INSS e Clube de Benefícios

Publicado em: 16/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor Direito Previdenciário
Modelo de petição inicial de Ação de Repetição de Indébito cumulada com Pedido de Tutela de Urgência, ajuizada por aposentado em face do INSS e de associação/clube de benefícios (Amar Brasil), visando à imediata suspensão de descontos não autorizados em benefício previdenciário, declaração de inexistência de relação jurídica, restituição em dobro dos valores descontados e indenização por danos morais. Fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor, Código Civil, Constituição Federal e jurisprudência atualizada, abordando a responsabilidade solidária dos réus, práticas abusivas, inversão do ônus da prova e proteção da verba alimentar do idoso.
1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Federal da Subseção Judiciária de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, aposentado, estado civil [informar], profissão aposentado, portador do CPF nº [informar], RG nº [informar], endereço eletrônico [informar], residente e domiciliado à [endereço completo], por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional à [endereço profissional completo e e-mail], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face de:

  • INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, autarquia federal, inscrita no CNPJ sob nº [informar], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [informar];
  • AMAR BRASIL – CLUBE DE BENEFÍCIOS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº [informar], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [informar];

pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor, aposentado por idade, percebe benefício previdenciário regularmente concedido pelo INSS. Desde março de 2024, passou a identificar descontos mensais em seu benefício, sob a rubrica de “associação” ou “clube de benefícios”, destinados à Amar Brasil – Clube de Benefícios, sem que jamais tenha autorizado, contratado ou anuído com tal desconto.

Surpreso com a redução indevida de seus proventos, o Autor buscou esclarecimentos junto ao INSS, que, de forma omissa e conivente, manteve os descontos, mesmo diante da ausência de autorização expressa, violando o dever de cautela e proteção do beneficiário, especialmente por se tratar de verba alimentar, indispensável à subsistência do aposentado.

O Autor, então, notificou extrajudicialmente a Amar Brasil, que, reconhecendo a irregularidade, comprometeu-se por escrito a devolver os valores descontados, sem, contudo, cumprir o prometido até a presente data.

Ressalte-se que o desconto não autorizado configura flagrante abuso, sendo o INSS corresponsável pela efetivação do desconto indevido, em afronta à legalidade e à boa-fé objetiva, e a Amar Brasil, responsável pela prática de conduta equiparada ao estelionato, ao apropriar-se de valores sem respaldo contratual.

Diante da continuidade dos descontos e da inércia dos Réus, faz-se necessária a intervenção judicial para cessar imediatamente a cobrança indevida e restituir em dobro os valores descontados, nos termos da legislação aplicável.

4. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

  1. A concessão de tutela de urgência, nos termos do CPC/2015, art. 300, para determinar ao INSS a imediata suspensão dos descontos realizados no benefício previdenciário do Autor em favor da Amar Brasil – Clube de Benefícios, sob pena de multa diária;
  2. A citação dos Réus para, querendo, apresentarem defesa, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato;
  3. A declaração de inexistência de relação jurídica entre o Autor e a Amar Brasil – Clube de Benefícios, reconhecendo a ilegalidade dos descontos realizados;
  4. A condenação solidária dos Réus à restituição em dobro de todos os valores descontados indevidamente, nos termos do CCB/2002, art. 940 e CDC, art. 42, parágrafo único, acrescidos de correção monetária e juros de mora desde cada desconto (Súmula 54 do STJ);
  5. A condenação dos Réus ao pagamento de indenização por danos morais, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência, diante da privação de verba alimentar e da situação vexatória imposta ao Autor;
  6. A produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente documental, testemunhal e pericial, se necessário;
  7. A opção pela realização de audiência de conciliação/mediação, nos termos do CPC/2015, art. 319, VII;
  8. A condenação dos Réus ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.
5. DO DIREITO

O presente pedido encontra amparo no princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II), que veda a cobrança de valores sem autorização do titular, e no princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), especialmente relevante diante da natureza alimentar do benefício previdenciário.

O Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990) é plenamente aplicável à hipótese, pois o Autor é consumidor e a Amar Brasil enquadra-se como fornecedora de serviços (CDC, art. 3º). O desconto não autorizado caracteriza prática abusiva (CDC, art. 39, III e IV), e a restituição em dobro é devida nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único, e do CCB/2002, art. 940.

O INSS, ao permitir o desconto sem autorização, viola o dever de cautela e proteção do beneficiário, respondendo solidariamente pelos danos causados (CCB/2002, art. 927 e 932, III).

O CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, o que se verifica no caso, diante da continuidade dos descontos e da natureza alimentar da verba.

A jurisprudência consolidada do STJ e dos Tribunais reconhece o direito à restituição em dobro dos valores descontados indevidamente de benefício previdenciário, bem como a responsabilização solidária das entidades envolvidas e a possibilidade de indenização por danos morais, especialmente quando há privação de recursos indispensáveis à sobrevivência do aposentado.

Por fim, a inversão do ônus da prova é medida que se impõe, diante da hipossuficiência do consumidor e da verossi"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de Ação de Repetição de Indébito c/c Pedido de Tutela de Urgência proposta por A. J. dos S. em face do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS e da Amar Brasil – Clube de Benefícios. O autor, aposentado por idade que percebe benefício previdenciário regularmente concedido pelo INSS, alega descontos mensais indevidos a título de associação ao clube de benefícios Amar Brasil, sem jamais ter autorizado ou contratado tal serviço.

O INSS foi notificado sobre a irregularidade e, mesmo diante da ausência de autorização expressa, manteve os descontos, enquanto a Amar Brasil reconheceu a irregularidade, mas não devolveu os valores descontados. O autor pede a suspensão imediata dos descontos, a restituição em dobro dos valores, indenização por danos morais e demais consectários legais.

2. Fundamentação

2.1. Da Admissibilidade

Presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, conheço do pedido. Os fatos foram devidamente comprovados por documentos juntados aos autos e não infirmados pelas defesas, que sequer lograram demonstrar autorização para os descontos, ou a existência de relação jurídica válida entre o autor e a Amar Brasil.

2.2. Dos Fatos e do Direito

O cerne da controvérsia reside na legalidade dos descontos realizados em benefício previdenciário do autor, sem sua anuência, e na consequente responsabilidade dos réus pela devolução dos valores e indenização por danos morais.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, II, consagra o princípio da legalidade, segundo o qual \"ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei\". Ademais, o art. 1º, III da CF/88, estabelece a dignidade da pessoa humana como fundamento da República, especialmente relevante no tocante à proteção dos proventos alimentares de aposentados.

O Código de Defesa do Consumidor ( Lei 8.078/90) é aplicável à espécie, pois o autor figura como consumidor e a Amar Brasil como fornecedora de serviços (art. 3º, CDC). Os descontos não autorizados configuram prática abusiva (art. 39, III e IV, CDC), sendo devida a restituição em dobro (art. 42, parágrafo único, CDC e art. 940 do CC/2002). O INSS, ao permitir descontos sem autorização, responde solidariamente pelos prejuízos, conforme art. 927 e 932, III do Código Civil.

Em relação à tutela de urgência, estão presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano de difícil reparação, considerando a natureza alimentar dos valores descontados (art. 300 do CPC/2015).

A jurisprudência pacífica do STJ e dos Tribunais estaduais reconhece a restituição em dobro do indébito e a indenização por danos morais em casos de descontos indevidos em benefícios previdenciários, especialmente quando há privação de verba alimentar (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, entre outros).

A inversão do ônus da prova é medida que se impõe, nos termos do art. 6º, VIII do CDC, diante da hipossuficiência do consumidor e da verossimilhança das alegações.

2.3. Da Fundamentação Constitucional do Voto

O artigo 93, IX, da Constituição Federal determina que todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. No caso em exame, a fundamentação está lastreada nos princípios constitucionais da legalidade e da dignidade da pessoa humana, assim como nos dispositivos infraconstitucionais citados, que asseguram a proteção do consumidor e a responsabilização solidária dos réus pelos descontos indevidos.

3. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, nos seguintes termos:

  1. Confirmo a tutela de urgência para determinar ao INSS a imediata suspensão dos descontos realizados no benefício previdenciário do autor, sob pena de multa diária de R$ 100,00 (cem reais);
  2. Declaro a inexistência de relação jurídica entre o autor e a Amar Brasil – Clube de Benefícios, reconhecendo a ilegalidade dos descontos realizados;
  3. Condeno solidariamente os réus à restituição em dobro de todos os valores indevidamente descontados do benefício previdenciário do autor, acrescidos de correção monetária e juros de mora desde cada desconto (Súmula 54 do STJ);
  4. Condeno solidariamente os réus ao pagamento de indenização por danos morais ao autor, que fixo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), considerando a natureza alimentar dos valores descontados e a situação vexatória imposta ao autor, nos termos da jurisprudência consolidada;
  5. Condeno os réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC.

Deixo de designar audiência de conciliação, diante da total procedência do pedido e da manifesta ausência de interesse conciliatório pelas rés.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Recurso

Considerando que a sentença enfrenta todos os pontos relevantes e está devidamente fundamentada nos termos do art. 93, IX, da CF/88, conheço dos recursos eventualmente interpostos que preencham os pressupostos legais.

5. Conclusão

É como voto.


[Cidade/UF], [data].

_______________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz Federal da ___ Vara Federal da Subseção Judiciária de [Cidade/UF]


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