Modelo de Ação Declaratória de Inexigibilidade de Débito com Repetição de Indébito e Indenização por Danos Morais contra Instituições Financeiras

Publicado em: 09/12/2024 CivelProcesso CivilConsumidor
Propositura de ação judicial por consumidora contra o Banco do Brasil S/A e Visa do Brasil Empreendimentos Ltda visando a declaração de inexigibilidade de débito oriundo de compra fraudulenta não reconhecida, a repetição de valores pagos indevidamente em dobro e a indenização por danos morais. Fundamentada no Código de Defesa do Consumidor (CDC), a peça argumenta a falha na prestação do serviço e a responsabilidade objetiva das instituições financeiras, com base em jurisprudências e doutrina.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO – RJ

Distribuição por dependência

PREÂMBULO

Nome: M. F. de S. L.
Estado Civil: Solteira
Profissão: Professora
CPF: 123.456.789-00
Endereço: Rua das Flores, nº 123, Tijuca, Rio de Janeiro – RJ
E-mail: [email protected]
Telefone: (99) 99999-9999

Por meio de seu advogado, com endereço profissional na Rua dos Advogados, nº 456, Centro, Rio de Janeiro – RJ, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Em face de:

Banco do Brasil S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-91, com sede na Rua das Empresas, nº 789, São Paulo – SP, e
Visa do Brasil Empreendimentos Ltda, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 11.111.111/0001-11, com sede na Avenida das Cartões, nº 321, São Paulo – SP.

DOS FATOS

A Autora, titular do cartão de crédito Visa nº 9999.9999.9999.9999, vinculado ao Banco do Brasil, identificou uma compra não reconhecida no valor de R$ 7.999,90, parcelada em 10 vezes de R$ 799,90, em favor de "PG* TON CARLA PARC TABOÃO DA SE". A transação foi realizada presencialmente, segundo o Banco do Brasil, na cidade de Taboão da Serra/SP, local onde a Autora nunca esteve.

Após identificar a irregularidade, a Autora cancelou o cartão de crédito e comunicou o Banco do Brasil, solicitando o cancelamento da compra. Contudo, o banco recusou o pedido sob a alegação de que a transação foi presencial e, portanto, legítima. Desde então, a Autora vem arcando com as parcelas indevidas, mesmo sem ter realizado a compra.

A situação gerou prejuízo financeiro e abalo moral à Autora, que busca nesta ação a declaração de inexigibilidade do débito, a restituição dos valores pagos, com juros e correção monetária, e a reparação por danos morais.

DO DIREITO

A relação entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), que estabelece a responsabilidade objetiva das instituições financeiras pelos danos causados aos consumidores (CDC, art. 14). Assim, cabe ao Banco do Brasil e à Visa do Brasil demonstrar a regularidade da transação contestada, ônus do qual não se desincumbiram.

A falha na prestação do serviço é evidente, pois a segurança esperada pelo consumidor foi violada. A transação foi realizada de forma fraudulenta, e a recusa do banco em cancelar o débito caracteriza prática abusiva, conforme CDC, a"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Ação Declaratória de Inexigibilidade de Débito c/c Repetição de Indébito e Indenização por Danos Morais proposta por M.F. de S.L. em face de Banco do Brasil S/A e Visa do Brasil Empreendimentos Ltda. A autora alega que foi vítima de fraude em transação de cartão de crédito presencial na cidade de Taboão da Serra/SP, local onde nunca esteve, e que o banco recusou o cancelamento da compra, obrigando-a a arcar com parcelas indevidas. Pleiteia a inexigibilidade do débito, restituição dos valores pagos em dobro e indenização por danos morais.

Voto

Análise Hermenêutica dos Fatos e do Direito

A Constituição Federal, no art. 93, IX, exige que todas as decisões judiciais sejam devidamente fundamentadas. Assim sendo, passo à análise dos fatos e do direito aplicável ao caso em tela.

Inicialmente, verifica-se que a relação jurídica entre as partes é de consumo, estando sujeita às disposições do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que estabelece a responsabilidade objetiva das instituições financeiras, nos termos do art. 14. A falha na prestação do serviço é evidente, uma vez que a segurança esperada pelo consumidor foi violada, configurando prática abusiva conforme art. 6º, IV, do CDC.

Quanto à repetição do indébito, o art. 42, parágrafo único, do CDC determina que o consumidor que pagar quantia indevida tem direito à restituição em dobro, salvo hipótese de engano justificável. No caso em análise, não há comprovação de que o débito contestado tenha sido contraído pela autora ou com sua conivência, cabendo aos réus o ônus da prova, do qual não se desincumbiram.

No tocante aos danos morais, entendo que o abalo à honra e à tranquilidade da autora, decorrente do pagamento indevido de uma transação fraudulenta, é evidente e configura dano in re ipsa, sendo desnecessária a comprovação de prejuízo adicional.

Jurisprudências

A jurisprudência pátria é pacífica em casos análogos, conforme demonstram os seguintes precedentes:

  • TJSP (2ª Turma Recursal Cível) - Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP: "O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso."
  • TJSP (12ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "A responsabilidade das instituições financeiras é objetiva em casos como o presente, conforme a disciplina do CDC, art. 14."

Conclusão

Diante do exposto, com fundamento na Constituição Federal, art. 93, IX, e nos dispositivos do Código de Defesa do Consumidor mencionados, voto pela procedência do pedido da autora, nos seguintes termos:

  1. Declaro a inexigibilidade do débito referente à transação contestada;
  2. Condeno os réus à restituição, em dobro, dos valores pagos, corrigidos monetariamente e acrescidos de juros legais;
  3. Condeno os réus ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo em R$ 10.000,00 (dez mil reais), considerando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
  4. Determino que os réus arquem com as custas processuais e honorários advocatícios, arbitrados em 15% sobre o valor da condenação.

Decisão

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE a presente ação, na forma do voto acima, para condenar os réus aos pagamentos e obrigações descritos.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Rio de Janeiro, ___ de __________ de 2024.

___________________________
Magistrado(a)


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