Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito Cumulada com Indenização por Danos Morais Contra Banco por Contratos Fraudulentos de Empréstimos Consignados

Publicado em: 24/03/2024 Consumidor
Este documento trata de uma ação declaratória de inexistência de débito cumulada com pedido de indenização por danos morais, proposta por uma aposentada contra uma instituição bancária. A autora alega que foram realizados dois empréstimos consignados fraudulentos em seu nome, sem seu consentimento, e que os valores foram transferidos para terceiros vinculados ao correspondente bancário. Fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor (CDC), destacando a responsabilidade objetiva do banco pelos atos de seus correspondentes e a aplicação da inversão do ônus da prova. A ação inclui pedidos de declaração de inexistência de débito, indenização por danos morais, e concessão de justiça gratuita, além de trazer jurisprudências relevantes que embasam o pleito da autora.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE [INSERIR COMARCA]

[Local], [Data]

PREÂMBULO

A. J. dos S., brasileira, aposentada, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua [Endereço completo], vem, por meio de seu advogado, com endereço eletrônico [email do advogado], propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS em face de BANCO [NOME DO BANCO], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede na [Endereço completo], pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

A autora, aposentada pelo INSS, dirigiu-se a um correspondente bancário para obter informações sobre empréstimos consignados. No entanto, de forma fraudulenta, foram realizados dois empréstimos em seu nome, sem seu consentimento ou ciência adequada.

Os valores dos empréstimos foram creditados na conta bancária da autora, mas, em seguida, transferidos via PIX para a proprietária do correspondente bancário e sua filha, deixando a autora apenas com a dívida a ser paga.

O banco réu, ao permitir que seus correspondentes bancários atuem em seu nome, deve responder solidariamente pelos atos praticados por esses parceiros, conforme prevê a legislação consumerista.

DO DIREITO

A relação entre a autora e o banco réu é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), conforme disposto nos arts. 2º e 3º do CDC. A autora é consumidora e o banco réu é fornecedor de serviços, configurando-se, assim, uma relação de consumo.

O art. 6º, VIII, do CDC prevê a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, especialmente quando este se encontra em situação de vulnerabilidade técnica e econômica em relação ao fornecedor. No caso em tela, cabe ao banco réu comprovar a regularidade da contratação dos empréstimos consignados.

Ademais, o art. 14 do CDC estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor pelos danos causados ao consumidor em razão de defeitos relativos à prestação de serviços, independentemente da existência de culpa. O banco réu, ao delegar a terceiros (correspondentes bancários) a realização de operações financeiras em seu nome, assume o risco pelos atos praticados por esses parceiros.

A conduta do banco réu e de seus correspondentes bancários causou à autora danos morais, configurados pela angústia e transtornos decorrentes da dívida indevida. O art. 5º, X, da"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

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Relatório

Trata-se de ação declaratória de inexistência de débito cumulada com pedido de indenização por danos morais, proposta por A. J. dos S. em face do Banco [NOME DO BANCO], em razão de empréstimos consignados realizados de forma fraudulenta, sem a ciência ou consentimento da parte autora.

Alega a autora que os valores dos empréstimos foram creditados em sua conta, mas, em seguida, transferidos por terceiros, causando-lhe prejuízos financeiros e danos de ordem moral. Requer, ainda, a declaração de inexistência do débito e a condenação do réu ao pagamento de indenização pelos danos sofridos.

Fundamentação

Dos Fatos e do Direito

A relação entre as partes configura-se como relação de consumo, nos termos dos artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor (CDC). A autora, na qualidade de consumidora, encontra-se em situação de vulnerabilidade técnica e econômica frente ao banco réu, o que justifica a aplicação do art. 6º, VIII, do CDC, autorizando a inversão do ônus da prova.

Ademais, o art. 14 do CDC estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor pelos danos causados ao consumidor, independentemente da existência de culpa, quando houver falha na prestação do serviço. O banco réu, ao delegar a terceiros a realização de operações financeiras, assume o risco pelos atos praticados em seu nome, devendo responder solidariamente pelos prejuízos causados à autora.

No caso em tela, restou demonstrado que a contratação dos empréstimos consignados foi realizada de forma fraudulenta, sem a anuência da autora, configurando-se, assim, o defeito na prestação do serviço. O banco réu não apresentou elementos suficientes para comprovar a regularidade das contratações, não se desincumbindo, portanto, do ônus que lhe competia.

Quanto aos danos morais, o art. 5º, X, da Constituição Federal de 1988 assegura a inviolabilidade da honra e da imagem das pessoas, garantindo a reparação pelos danos sofridos. A conduta do réu causou à autora angústia e transtornos decorrentes da indevida atribuição de dívida, configurando o dever de reparação.

Jurisprudências

A jurisprudência pátria tem reiteradamente reconhecido a responsabilidade das instituições financeiras em situações análogas. Destaco os seguintes precedentes:

  • TJSP (19ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Ação declaratória de inexistência de débito e de indenização por danos morais. Relação de consumo evidenciada. Hipótese em que a prova da legitimidade da contratação incumbirá à instituição financeira, por força da aplicação do instituto da inversão do ônus probatório. Recurso provido."
  • TJSP (Núcleo de Justiça 4.0 em Segundo Grau – Turma IV (Direito Privado 2)) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Inversão do ônus da prova: A relação entre as partes é regida pelo CDC. O réu, detentor de maior capacidade técnica e informações, não conseguiu provar a regularidade da contratação, sendo cabível a inversão do ônus da prova em favor da parte autora."
  • TJSP (18ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Ação declaratória de inexistência de débito cumulada com ressarcimento de valores e reparação por danos morais. Sentença que julgou procedentes os pedidos para declarar a inexistência do contrato de empréstimo. Necessidade de expedição de ofício para apuração de fraude."

Conclusão

Diante do exposto, considerando os fatos narrados, os fundamentos legais aplicáveis e a jurisprudência consolidada, voto pelo julgamento procedente do pedido da autora, para:

  1. Declarar a inexistência dos débitos oriundos dos empréstimos consignados realizados de forma fraudulenta;
  2. Condenar o réu ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), corrigidos monetariamente a partir da data da sentença e acrescidos de juros de mora a partir da citação;
  3. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Dispositivo

Ante o exposto, julgo procedente o pedido inicial, nos termos da fundamentação supra.

[Local], [Data]

[Assinatura do Magistrado]

Nome do Magistrado


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