Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito com Pedido de Indenização por Danos Morais contra Instituição Financeira

Publicado em: 23/01/2025 CivelConsumidor
Petição inicial de Ação Declaratória de Inexistência de Débito cumulada com Indenização por Danos Morais proposta por correntista contra instituição financeira, visando declarar inexistente dívida já quitada que resultou na negativa de solicitação de crédito. Fundamento jurídico baseado no Código de Defesa do Consumidor, art. 43, §3º, evidenciando falha na prestação de serviços e violação da boa-fé objetiva e da dignidade da pessoa humana. O documento inclui pedidos de gratuidade de justiça, citação do réu, indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 e produção de provas.

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ____________

Nome completo: A. J. dos S., brasileiro, estado civil, profissão, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, endereço eletrônico ____________, vem, por meio de seu advogado, com endereço profissional na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, endereço eletrônico ____________, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face do Banco do Brasil S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, endereço eletrônico ____________, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

DOS FATOS

O autor, correntista do Banco do Brasil S/A, teve sua solicitação de cartão de crédito negada sob o argumento de que, há dois anos, possuía uma dívida junto à instituição financeira. Contudo, tal dívida foi integralmente quitada, não havendo qualquer pendência financeira em aberto.

Ocorre que o banco, ao manter um cadastro interno com informações de dívidas já quitadas, agiu de forma abusiva e contrária ao disposto no art. 43, §3º, do CDC, que determina a exclusão de informações negativas após a quitação do débito. Tal prática viola o princípio da segurança jurídica e configura uma verdadeira "lista negra", prejudicando o autor sem qualquer fundamento legal.

A conduta do réu causou ao autor não apenas constrangimento, mas também danos morais, ao restringir injustamente seu acesso ao crédito, comprometendo sua dignidade e reputação.

DO DIREITO

A relação entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), sendo o banco réu fornecedor de serviços e o autor consumidor, conforme CDC, art. 2º e art. 3º. A responsabilidade do banco é objetiva, nos termos do CDC, art. 14, cabendo-lhe o dever de reparar os danos causados por falha na prestação de serviços.

O art. 43, §3º, do CDC, estabelece que, após a quitação de uma dívida, as informações negativas devem ser excluídas dos cadastros de proteção ao crédito. Ao manter um cadastro interno com informações de dívidas já quitadas, o banco extrapola sua função, agindo de forma semelhante a instituições como SPC e SERASA, o que não lhe é per"'>...

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Relatório

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito cumulada com Indenização por Danos Morais, proposta por A. J. dos S. em face do Banco do Brasil S/A, sob o argumento de que houve manutenção indevida de informações negativas em cadastro interno da instituição financeira, mesmo após a quitação integral da dívida.

O autor alega que tal conduta do réu violou o disposto no art. 43, §3º, do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e causou danos morais, requerendo, assim, a exclusão das informações negativas e a condenação da parte ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00.

O réu, citado, apresentou contestação, alegando que as informações estavam armazenadas internamente e não foram compartilhadas com terceiros, não havendo, portanto, qualquer ilicitude na conduta.

Fundamentação

1. Da Competência e Fundamentação Legal

Inicialmente, observo que o presente caso se enquadra como relação de consumo, nos termos dos arts. 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor (CDC), sendo, portanto, aplicável a responsabilidade objetiva do fornecedor nos termos do art. 14 do CDC.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 1º, III, consagra a dignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito. Ademais, o art. 5º, X, assegura a inviolabilidade da intimidade, da vida privada e da honra, sendo cabível a reparação por danos morais no caso de sua violação.

Por fim, o art. 93, IX, da Constituição Federal, determina que todas as decisões judiciais sejam devidamente fundamentadas, o que passo a fazer a seguir.

2. Da Inexistência de Débito e da Conduta Indevida do Réu

Restou incontroverso nos autos que a dívida alegada pelo réu já foi integralmente quitada há mais de dois anos, conforme comprovado pelos documentos juntados pelo autor. O art. 43, §3º, do CDC, é claro ao determinar que, após a quitação da dívida, as informações negativas devem ser excluídas dos cadastros de proteção ao crédito.

Ainda que o réu alegue que as informações foram mantidas apenas em cadastro interno, tal prática extrapola sua função e configura abuso, conforme entendimento pacificado na jurisprudência. A manutenção de informações de dívidas já quitadas, mesmo que em caráter interno, atenta contra o princípio da boa-fé objetiva (art. 422 do Código Civil) e o direito à segurança jurídica do consumidor.

3. Do Dano Moral

A jurisprudência pátria é pacífica no sentido de que o dano moral, em situações como a presente, é in re ipsa, ou seja, decorre do próprio ato ilícito, dispensando a comprovação de prejuízo concreto. A inclusão indevida em cadastros de inadimplentes ou a manutenção de informações negativas já quitadas é suficiente para caracterizar a ofensa à honra e à dignidade do consumidor.

Assim, cabe a condenação do réu ao pagamento de indenização por danos morais. Considerando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, entendo que o valor pleiteado de R$ 10.000,00 é adequado para reparar o dano sofrido sem ensejar enriquecimento ilícito.

Dispositivo

Diante de todo o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por A. J. dos S., nos seguintes termos:

  1. Declaro a inexistência de débito em nome do autor junto ao Banco do Brasil S/A;
  2. Condeno o réu ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), corrigidos monetariamente desde a data deste julgamento e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês a partir da citação;
  3. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

P. R. I.

Local e Data.

____________________________
Nome do Magistrado
Juiz de Direito


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A presente ação declaratória tem como objetivo reconhecer a inexistência de uma contratação de hipoteca realizada de forma fraudulenta pelo réu, Banco do Brasil S.A., utilizando procurações falsas sem a anuência do autor, agricultor residente em área rural. O pedido inclui a nulidade do registro de hipoteca, a reparação por danos materiais e morais sofridos pelo autor, e a suspensão dos efeitos da hipoteca por meio de tutela de urgência. A ação fundamenta-se na violação do princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), na nulidade de atos jurídicos celebrados com fraude (CCB/2002, art. 166, IV) e na ausência de consentimento (CCB/2002, art. 104, III). A petição também invoca a proteção constitucional à privacidade e ao patrimônio (CF/88, art. 5º, X) e apresenta jurisprudências que corroboram a nulidade de contratos fraudulentos.

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