Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito e Indenização por Danos Morais contra Concessionária de Energia Elétrica

Publicado em: 05/05/2024 Consumidor
Petição inicial de Ação Declaratória de Inexistência de Débito cumulada com Indenização por Danos Morais, movida por consumidor contra concessionária de energia elétrica. O autor, ao ser inserido indevidamente em cadastro de inadimplentes sob alegação de débito inexistente, busca a declaração de inexistência da dívida, a exclusão de seu nome do SERASA, e a condenação da ré ao pagamento de R$ 10.000,00 por danos morais. A fundamentação jurídica baseia-se no Código de Defesa do Consumidor (art. 14) e jurisprudências que reconhecem o dever de reparação por inscrição indevida.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________

Distribuição por dependência

PREÂMBULO

A. J. dos S., brasileiro, estado civil, profissão, portador do CPF nº __________ e RG nº __________, residente e domiciliado na Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, CEP __________, endereço eletrônico __________, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com escritório profissional situado na Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, CEP __________, endereço eletrônico __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face de CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA XYZ, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº __________, com sede na Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, CEP __________, endereço eletrônico __________, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O autor, consumidor regular dos serviços prestados pela ré, sempre realizou o pagamento de suas faturas de energia elétrica de forma pontual, conforme os valores indicados nas medições realizadas mensalmente pelo medidor instalado em sua residência.

No entanto, foi surpreendido com a inclusão de seu nome no cadastro de inadimplentes do SERASA, sob a alegação de existência de débito referente a supostas "perdas de energia". Tal cobrança é completamente indevida, uma vez que a leitura do medidor é realizada mensalmente e não há qualquer justificativa para a alegação de perdas de energia.

A conduta da ré causou ao autor graves prejuízos, tanto de ordem material quanto moral, afetando sua honra e dignidade, além de restringir seu acesso ao crédito.

DO DIREITO

A presente demanda encontra amparo no Código de Defesa do Consumidor (CDC), que estabelece a responsabilidade objetiva dos fornecedores de serviços pelos danos causados aos consumidores (CDC, art. 14). Cabe à ré, portanto, o ônus de provar a regularidade da cobrança realizada, o que não ocorreu no caso em tela.

Além disso, a inscrição indevida do nome do autor no cadastro de inadimplentes configura dano moral, conforme entendimento consolidado na jurisprudência pátria. Tal conduta ultrapassa o mero aborrecimento, afetando diretamente a honra e a dignidade do consumidor, conforme prevê a CF/88, art. 5º, X.

No que tange à indenização por danos mo"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito cumulada com Indenização por Danos Morais ajuizada por A. J. dos S. em face da Concessionária de Energia Elétrica XYZ. O autor alega que foi indevidamente inscrito no cadastro de inadimplentes do SERASA devido à cobrança de um débito inexistente relacionado a supostas "perdas de energia".

O requerente sustenta que sempre efetuou o pagamento das faturas de forma regular e pontual, não havendo justificativa para a alegação de inadimplência. Em razão da conduta da ré, o autor pleiteia a declaração de inexistência do débito, a exclusão de seu nome do cadastro de inadimplentes, bem como a condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais.

A ré, regularmente citada, apresentou contestação, argumentando pela legalidade da cobrança e pela ausência de danos morais. Após a instrução, os autos foram conclusos para julgamento.

II. Fundamentação

1. Da Competência e Admissibilidade

Inicialmente, cumpre ressaltar que a competência do juízo é inquestionável, sendo a matéria discutida de natureza cível e relacionada à relação de consumo, conforme disposto no art. 3º do CDC. Ademais, os requisitos processuais para o conhecimento da ação foram devidamente observados.

2. Dos Fatos e do Direito Aplicável

Os fatos narrados nos autos, corroborados pelas provas documentais apresentadas, demonstram que o autor foi indevidamente incluído no cadastro de inadimplentes do SERASA. A ré não apresentou qualquer prova documental ou pericial que pudesse justificar a cobrança do débito em questão, sendo este ônus da ré, conforme preceitua o art. 14 do CDC.

Além disso, a inscrição indevida em cadastro de inadimplentes configura dano moral in re ipsa, ou seja, prescinde de comprovação do prejuízo, uma vez que tal conduta viola diretamente a honra e a dignidade do consumidor, como protegido pelo art. 5º, X da Constituição Federal de 1988.

Com relação à indenização por danos morais, a jurisprudência pátria é pacífica no sentido de que deve haver observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, de modo a reparar o dano sem causar enriquecimento ilícito.

3. Jurisprudência Aplicável

Os Tribunais Superiores e a jurisprudência consolidada em Tribunais Estaduais têm reconhecido o direito à reparação moral em hipóteses semelhantes. Destacam-se os seguintes precedentes:

  • TJSP (31ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Cobrança indevida de consumo de energia elétrica e inscrição no cadastro de inadimplentes geram o dever de indenizar por dano moral, quando não comprovada a regularidade do débito pela concessionária."
  • TJSP (23ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "A inscrição indevida em cadastro de inadimplentes, sem comprovação da legitimidade do débito, configura dano moral passível de indenização."

4. Do Valor da Indenização

Quanto ao valor da indenização por danos morais, considerando a gravidade da conduta da ré, a repercussão do dano e a condição socioeconômica das partes, entendo que o montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais) atende aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, sendo suficiente para reparar o dano e desestimular práticas semelhantes.

III. Dispositivo

Diante do exposto, com fulcro no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, julgo procedente a presente ação, nos seguintes termos:

  1. Declaro a inexistência do débito referente às supostas "perdas de energia";
  2. Determino a exclusão do nome do autor do cadastro de inadimplentes do SERASA, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de multa diária de R$ 200,00 (duzentos reais);
  3. Condeno a ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), corrigidos monetariamente desde a data deste julgamento e acrescidos de juros moratórios de 1% ao mês a partir da citação;
  4. Condeno a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º do CPC.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

__________, ___ de __________ de 20___.

____________________________
Magistrado


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