Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Indenização por Dano Moral com Pedido de Tutela Antecipada

Publicado em: 06/09/2024 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de petição inicial para Ação Declaratória de Inexistência de Débito cumulada com Indenização por Dano Moral e Pedido de Tutela Antecipada, visando declarar a inexistência de dívida atribuída ao autor e reparar os danos morais decorrentes da negativação indevida de seu nome.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [COMARCA]

Processo nº: [número do processo]

AUTOR: [Nome do Autor], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portador do RG nº [número], inscrito no CPF/MF sob o nº [número], residente e domiciliado à [endereço completo].

RÉU: [Nome do Réu], inscrito no CNPJ/MF sob o nº [número], com sede à [endereço completo].

VALOR DA CAUSA: R$ [valor]

[Nome do Autor], qualificado acima, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CF/88, art. 5º, X, CCB/2002, art. 186, CDC, art. 14, e CPC/2015, art. 300, propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

Em face de [Nome do Réu], pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

I - DOS FATOS

O Autor foi surpreendido com a negativação indevida de seu nome junto aos órgãos de proteção ao crédito, decorrente de suposto débito que não contraiu junto à empresa Ré. O Autor jamais contratou qualquer serviço ou adquiriu produto junto ao Réu, de modo que a cobrança e a negativação são manifestamente abusivas e ilegais.

A inscrição indevida do nome do Autor no cadastro de inadimplentes gerou grave constrangimento e abalo emocional, afetando sua imagem e crédito, o que configura dano moral reparável.

Por não reconhecer o débito e para evitar novos prejuízos, o Autor se dirige ao Poder Judiciário para que seja declarada a inexistência da dívida e o Réu seja condenado ao pagamento de indenização por danos morais.

II - DO DIREITO

Nos termos do CDC, art. 14, a responsabilidade do fornecedor de serviços é objetiva, cabendo ao Réu o dever de reparar os danos causados ao Autor, pois a inscrição indevida do nome do Autor configura falha na prestação de serviço.

O CCB/2002, art. 186, estabelece que aquele que, por ação ou omissão voluntária, violar direito e causar dano a outrem, comete ato ilícito e está obrigado a repará-lo. A conduta do Réu em incluir indevidamente o nome do Autor em cadastros restritivos é um ato ilícito passível de reparação.

Além disso, o ...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

NARRATIVA DE FATO E DIREITO

Nesta ação, o Autor busca a declaração de inexistência de débito indevidamente atribuído pelo Réu, que resultou na negativação de seu nome junto a órgãos de proteção ao crédito. O Autor nunca contraiu tal dívida, e a inclusão do seu nome em cadastros de inadimplentes lhe trouxe severos prejuízos morais e financeiros.

A inexistência de vínculo contratual entre o Autor e o Réu é evidente, e a negativação indevida configura uma falha grave na prestação de serviços. Diante disso, o Autor pleiteia a reparação dos danos morais sofridos e a retirada imediata de seu nome dos cadastros restritivos, com fundamento no CDC, art. 14, que trata da responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços.

O pedido de tutela antecipada se justifica pela necessidade urgente de afastar os efeitos negativos da inscrição indevida, que impactam diretamente a vida pessoal e financeira do Autor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente ação tem por objetivo reparar os danos causados pela conduta abusiva do Réu, que resultou na negativação indevida do nome do Autor. A reparação por danos morais é essencial para restaurar a dignidade do Autor e coibir práticas semelhantes por parte de fornecedores de serviços.

 

TÍTULO:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E TUTELA ANTECIPADA

Notas Jurídicas

  • As notas jurídicas são criadas como lembrança para o estudioso do direito sobre alguns requisitos processuais, para uso eventual em alguma peça processual, judicial ou administrativa.
  • Assim sendo, nem todas as notas são derivadas especificamente do tema anotado, são genéricas e podem eventualmente ser úteis ao consulente.
  • Vale lembrar que o STJ é o maior e mais importante Tribunal uniformizador. Caso o STF julgue algum tema, o STJ segue esse entendimento. Como um Tribunal uniformizador, é importante conhecer a posição do STJ; assim, o consulente pode encontrar um precedente específico. Não encontrando este precedente, o consulente pode desenvolver uma tese jurídica, o que pode eventualmente resultar em uma decisão favorável. Jamais deve ser esquecida a norma contida na CF/88, art. 5º, II: ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.’
  • Pense nisso: Um pouco de hermenêutica. Obviamente, a lei precisa ser analisada sob o ponto de vista constitucional. Normas infralegais não são leis. Se um tribunal ou magistrado não justificar sua decisão com a devida fundamentação – ou seja, em lei ou na CF/88, art. 93, X –, a lei deve ser aferida em face da Constituição para avaliar-se a sua constitucionalidade. Vale lembrar que a Constituição não pode se negar a si própria. Esta regra se aplica à esfera administrativa. Uma decisão ou ato normativo sem fundamentação orbita na esfera da inexistência. Esta diretriz se aplica a toda a administração pública. O próprio regime jurídico dos Servidores Públicos obriga o servidor a ‘representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder – Lei 8.112/1990, art. 116, VI', reforçando seu dever de cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais – Lei 8.112/1990, art. 116, IV.
  • Pense nisso: A CF/88, art. 5º, II, que é cláusula pétrea, reforça o princípio da legalidade, segundo o qual ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei'. Isso embasa o entendimento de que o servidor público não pode ser compelido a cumprir ordens que contrariem a Constituição ou a lei. Da mesma forma, o cidadão está autorizado a não cumprir ordens de quem quer que seja. Um servidor que cumpre ordens superiores ou inferiores inconstitucionais ou ilegais comete uma grave falta, uma agressão ao cidadão e à nação brasileira. Nem o Congresso Nacional tem legitimidade material para negar os valores democráticos, éticos e sociais do povo. Para uma instituição que rotineiramente desrespeita os compromissos com a constitucionalidade e legalidade de suas decisões, todas as suas decisões, sejam do Judiciário em qualquer nível, ou da administração pública de qualquer nível, ou do Congresso Nacional, orbitam na esfera da inexistência. Nenhum cidadão, muito menos um servidor público, é obrigado a cumprir essas decisões. A Lei 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, VI, implicitamente desobriga o servidor público e o cidadão de cumprir ordens ilegais.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos, isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ e marcar ‘EXPRESSÃO OU FRASE EXATA’. Caso seja a hipótese apresentada.
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1. Introdução

A Ação Declaratória de Inexistência de Débito cumulada com Indenização por Dano Moral e Pedido de Tutela Antecipada visa proteger o consumidor que teve seu nome indevidamente negativado em razão de uma dívida inexistente. A petição busca a declaração judicial da inexistência da dívida, a retirada imediata da negativação, além da reparação pelos danos morais causados pela inscrição indevida em cadastros de inadimplentes.

Legislação:
CDC, art. 42 – Proíbe a cobrança de dívida indevida e garante ao consumidor o direito à reparação por danos.
CF/88, art. 5º, X – Garante a inviolabilidade da honra e a reparação por dano moral.

Jurisprudência:
Inexistência de Débito
Negativação Indevida


2. Alcance e Limites da Atuação das Partes

A parte autora deve demonstrar a inexistência da dívida atribuída e a inscrição indevida de seu nome nos cadastros de inadimplentes. Por outro lado, o réu pode tentar justificar a cobrança com base em contrato, inadimplemento ou algum erro administrativo, mas deve provar a legitimidade da dívida. A atuação de ambas as partes é delimitada pela boa-fé objetiva e pelos direitos consumeristas.

Legislação:
CDC, art. 6º, III – Garante ao consumidor a informação adequada e clara sobre os produtos e serviços contratados.
CCB/2002, art. 422 – Estabelece a boa-fé nas relações contratuais.

Jurisprudência:
Boa-Fé Objetiva
Atuação das Partes no Direito do Consumidor


3. Argumentações Jurídicas Possíveis

As argumentações principais incluem a inexistência da dívida, a falha do réu na prestação de serviço e a negativação indevida do nome do autor. A defesa pode argumentar que a cobrança foi justa, sendo fruto de inadimplemento real, ou que o autor deixou de realizar os procedimentos para evitar a inscrição nos cadastros de inadimplentes.

Legislação:
CDC, art. 14 – Estabelece a responsabilidade objetiva pelo fato do serviço, independentemente de culpa.
CF/88, art. 5º, XXXII – Garante a proteção do consumidor.

Jurisprudência:
Responsabilidade Objetiva
Negativação Indevida


4. Natureza Jurídica dos Institutos

A ação declaratória possui natureza jurídica constitutiva negativa, pois visa extinguir uma relação jurídica inexistente entre as partes, no caso, a cobrança indevida de uma dívida. A indenização por dano moral está diretamente vinculada à lesão extrapatrimonial sofrida pelo autor, decorrente da inscrição indevida nos cadastros de inadimplentes.

Legislação:
CCB/2002, art. 927 – Estabelece o dever de indenizar em caso de ato ilícito.
CDC, art. 6º, VI – Garante ao consumidor a reparação de danos materiais e morais.

Jurisprudência:
Ação Declaratória
Dano Moral no Direito do Consumidor


5. Prazo Prescricional e Decadencial

O prazo prescricional para a propositura de ação de indenização por dano moral é de três anos, conforme o Código Civil. No entanto, o prazo para discutir a inscrição indevida em cadastros de inadimplentes pode variar dependendo da relação contratual, sendo, em regra, de cinco anos, segundo a jurisprudência predominante.

Legislação:
CCB/2002, art. 206, § 3º, V – Prescrição de três anos para reparação civil.
CDC, art. 27 – Prazo de cinco anos para reparação de danos causados por fato do produto ou serviço.

Jurisprudência:
Prescrição em Dano Moral
Prescrição no Direito do Consumidor


6. Prazos Processuais

Os prazos processuais para a propositura da ação e seus atos subsequentes seguem os trâmites do CPC/2015, com a observância dos prazos legais para contestação, apresentação de provas e manifestações das partes. Caso a tutela antecipada seja concedida, os efeitos da decisão podem ser imediatos, com a retirada do nome do autor dos cadastros de inadimplentes.

Legislação:
CPC/2015, art. 218 – Disposições gerais sobre prazos processuais.
CPC/2015, art. 300 – Concessão de tutela de urgência.

Jurisprudência:
Tutela Antecipada em Dano Moral
Prazos Processuais no Direito do Consumidor


7. Provas e Documentos

Os principais documentos que devem acompanhar a petição inicial incluem as notificações de cobrança, a certidão de negativação, bem como eventuais comunicações do autor ao réu solicitando a regularização da situação. O ônus da prova recai sobre o réu, que deve demonstrar a legitimidade da dívida.

Legislação:
CPC/2015, art. 373 – Distribuição do ônus da prova.
CDC, art. 6º, VIII – Inversão do ônus da prova em favor do consumidor.

Jurisprudência:
Ônus da Prova no Direito do Consumidor
Provas no Dano Moral


8. Defesas Possíveis na Contestação

Na contestação, o réu pode alegar que a dívida é legítima e que a cobrança decorre de um contrato válido. Pode também argumentar que a negativação foi precedida de notificação prévia, conforme exige a legislação, e que o autor não pagou a dívida no prazo estipulado.

Legislação:
CDC, art. 43, § 2º – Exige a notificação do consumidor antes da negativação.
CPC/2015, art. 336 – Disposições gerais sobre contestação.

Jurisprudência:
Defesa no Direito do Consumidor
Contestação em Dano Moral


9. Legitimidade Ativa e Passiva

O autor é o consumidor que teve seu nome indevidamente negativado. O réu é a instituição que promoveu a negativação, como empresas de crédito, bancos ou instituições financeiras, que são responsáveis pela inclusão indevida do nome do autor nos cadastros de inadimplentes.

Legislação:
CPC/2015, art. 18 – Ninguém poderá pleitear em nome próprio direito alheio, salvo em casos previstos em lei.
CDC, art. 17 – Equipara o consumidor vítima de dano à parte ativa.

Jurisprudência:
Legitimidade Ativa do Consumidor
Legitimidade Passiva de Empresas


10. Valor da Causa

O valor da causa deve incluir o valor do débito que se busca declarar inexistente, além do valor requerido a título de indenização por dano moral. Em ações envolvendo negativação indevida, o dano moral é presumido e o valor pode variar conforme o impacto da inscrição no nome do autor.

Legislação:
CPC/2015, art. 292 – Critérios para o cálculo do valor da causa.
CDC, art. 6º, VI – Direito à reparação por danos morais e materiais.

Jurisprudência:
Valor da Causa no Direito do Consumidor
Valor do Dano Moral


11. Recurso Cabível

O recurso cabível em caso de improcedência do pedido é a apelação, a ser interposta no prazo de 15 dias úteis após a intimação da decisão de primeiro grau. Caso a tutela antecipada seja indeferida, o autor pode interpor agravo de instrumento.

Legislação:
CPC/2015, art. 1.009 – Apelação.
CPC/2015, art. 1.015 – Cabimento do agravo de instrumento.

Jurisprudência:
Apelação no Direito do Consumidor
Agravo de Instrumento


12. Considerações Finais

A Ação Declaratória de Inexistência de Débito cumulada com Indenização por Dano Moral e Pedido de Tutela Antecipada é um instrumento eficaz para a proteção do consumidor contra cobranças indevidas e negativação indevida de seu nome. A reparação pelos danos morais é uma consequência natural da violação de direitos fundamentais, como a honra e a dignidade, protegidos tanto pela Constituição quanto pelo Código de Defesa do Consumidor.


 

 

 


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