Modelo de Ação Declaratória de Nulidade de Ato Judicial com Pedido de Regularização Processual por Excesso de Formalismo
Publicado em: 23/10/2024 Processo CivilPETIÇÃO INICIAL
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [inserir cidade] – Tribunal de Justiça do Estado de [inserir estado]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/[UF] sob o nº [número], portador do CPF nº [número] e do RG nº [número], com endereço eletrônico [[email protected]], residente e domiciliado na [endereço completo], por seus próprios direitos, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATO JUDICIAL C/C PEDIDO DE REGULARIZAÇÃO PROCESSUAL
em face de ato judicial praticado por este juízo que, conforme será demonstrado, afronta dispositivos expressos do Código de Processo Civil, em especial os princípios da legalidade, da cooperação e da primazia do julgamento do mérito, requerendo desde já o regular prosseguimento do feito, nos termos que seguem.
3. DOS FATOS
O Autor propôs ação judicial regularmente instruída com os documentos exigidos pelo CPC/2015, art. 319, incluindo procuração com poderes específicos e qualificação completa das partes. Todavia, o juízo a quo indeferiu a petição inicial sob o fundamento de ausência de documentos complementares não exigidos por lei, como comprovante de endereço atualizado e procuração com firma reconhecida.
Além disso, o juízo impôs exigências formais que extrapolam os limites legais, contrariando os princípios da legalidade, da boa-fé processual e da primazia do julgamento do mérito, previstos no CPC/2015, arts. 4º, 6º e 319. Tal conduta configura excesso de formalismo e cerceamento do direito de acesso à justiça.
Diante disso, o Autor vem requerer a declaração de nulidade do ato judicial que indeferiu a petição inicial e a consequente determinação de regular prosseguimento do feito.
4. DO DIREITO
Nos termos do CPC/2015, art. 319, a petição inicial deve conter os requisitos essenciais para o desenvolvimento válido do processo. O §1º do mesmo artigo dispõe que o juiz não pode indeferir a petição inicial sem antes oportunizar a emenda da exordial, caso entenda ausente algum requisito.
Ademais, o CPC/2015, art. 320, exige que a petição inicial seja instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Ocorre que, no presente caso, todos os documentos essenciais foram devidamente apresentados, não havendo respaldo legal para a exigência de procuração com firma reconhecida ou de comprovante de endereço atualizado.
A jurisprudência é pacífica no sentido de que tais exigências configuram excesso de formalismo, violando os princípios da primazia do julgamento do mérito (CPC/2015, art. 4º), da boa-fé processual e da cooperação (CPC/2015, art. 6º).
O CPC/2015, art. 139, III, impõe ao juiz o dever de prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça, o que inclui a vedação a exigências desproporcionais ou sem amparo legal. A atuação do magistrado deve se pautar pela razoabilidade e pela legalidade estrita, sob pena de nulidade do ato judicia"'>...