Modelo de Pedido de Revogação de Prisão Preventiva por Excesso de Prazo com Base no Art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal e Art. 316 do CPP

Publicado em: 28/03/2025 Advogado Direito Penal Processo Penal
Petição apresentada por S. J. de A. S., preso preventivamente, requerendo a revogação da prisão preventiva devido a excesso de prazo para conclusão do inquérito policial. Fundamenta-se no princípio da razoável duração do processo (CF/88, art. 5º, LXXVIII), no CPP, art. 316 e na jurisprudência que reconhece a manutenção da prisão como ilegal em casos de demora injustificada. O pedido inclui a aplicação de medidas cautelares alternativas, caso necessário, e a intimação do Ministério Público.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___ – ESTADO DE PERNAMBUCO

Processo nº 0001098-34.2024.8.17.2490

S. J. DE A. S.

Brasileiro, estado civil ___, profissão ___, portador do RG nº ___ e do CPF nº ___, atualmente recolhido no Presídio ___, por meio de seu advogado que esta subscreve, conforme procuração anexa, com endereço profissional na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, endereço eletrônico ___, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento na CF/88, art. 5º, LXVIII, no CPP, art. 316 e demais dispositivos aplicáveis, requerer a:

REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA POR EXCESSO DE PRAZO

nos termos que passa a expor:

PREÂMBULO

O presente pedido tem como fundamento a ilegalidade da manutenção da prisão preventiva do Requerente, decretada no âmbito do Inquérito Policial instaurado a partir do BOE nº 2024.0454.002146-55, conduzido pela Polícia Civil de Pernambuco, em razão da suposta prática do crime previsto no CP, art. 121-A, cumulado com o CP, art. 14, inc. II, tendo como vítima L. M. P.

O Requerente foi preso preventivamente em 05/02/2025, conforme mandado de prisão do ID-194593715, sendo recolhido em 06/02/2025. Contudo, até a presente data, não houve o encerramento do inquérito policial, configurando-se excesso de prazo e constrangimento ilegal.

DOS FATOS

O Requerente encontra-se preso preventivamente desde 06/02/2025, em razão de decisão judicial que acolheu representação da autoridade policial no bojo do Inquérito Policial instaurado para apurar a suposta prática do crime de homicídio qualificado tentado (CP, art. 121-A, cumulado com CP, art. 14, inc. II).

Apesar de transcorridos mais de dois meses desde a prisão, o inquérito policial ainda não foi concluído, e o acesso aos autos pelo advogado do Requerente somente foi permitido em 28/03/2025, o que demonstra a morosidade e a ausência de diligência por parte do Estado na condução do procedimento investigativo.

Tal demora caracteriza evidente excesso de prazo, violando o princípio da razoável duração do processo (CF/88, art. 5º, LXXVIII) e configurando constrangimento ilegal, nos termos do CPP, art. 648, inc. II.

DO DIREITO

A prisão preventiva é medida excepcional, devendo ser aplicada apenas quando estritamente necessária e nos limites da legalidade. No caso em tela, a manutenção da prisão do Requerente revela-se desproporcional e ilegal, haja vista o excesso de prazo para a conclusão do inquérito policial.

A CF/88, art. 5º, LXVIII, assegura o direito ao habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação ilegal em sua liberdade de locomoção. Já o CPP, art. 316, determina que a prisão preventiva deve ser revogada sempre que não su"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de pedido de revogação da prisão preventiva formulado por S. J. DE A. S., com fundamento na CF/88, art. 5º, LXVIII, e no CPP, art. 316, em razão de alegado excesso de prazo na condução do inquérito policial instaurado para apurar a prática de homicídio qualificado tentado.

Nos autos, o Requerente alega que se encontra preso preventivamente desde 06/02/2025, e que, até o momento, o inquérito policial não foi concluído, configurando constrangimento ilegal. Apresenta, ainda, jurisprudências que reforçam o entendimento de que o excesso de prazo, quando injustificado, enseja a revogação da prisão preventiva.

Voto do Magistrado

Passo a analisar o pedido à luz da interpretação hermenêutica entre os fatos e o ordenamento jurídico vigente.

Dos Fatos e Fundamentos Constitucionais

A CF/88, art. 5º, inc. LXVIII, assegura o direito ao habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação ilegal em sua liberdade de locomoção. Ademais, a CF/88, art. 5º, inc. LXXVIII, estipula o princípio da razoável duração do processo, garantindo a todos os cidadãos celeridade na tramitação dos feitos judiciais e administrativos.

No caso em análise, verifica-se que o Requerente encontra-se preso preventivamente há mais de dois meses sem que o inquérito policial tenha sido concluído, o que, prima facie, sugere afronta ao mencionado princípio constitucional.

Dos Fundamentos Legais

O CPP, art. 316 determina que a prisão preventiva deve ser revogada sempre que não subsistirem os motivos que a determinaram. O CPP, art. 648, inc. II, dispõe que a coação será considerada ilegal quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei.

A análise dos autos revela que a demora na conclusão do inquérito policial é imputável exclusivamente ao aparelho estatal, sem que haja justificativa plausível para tal morosidade. Assim, o excesso de prazo na tramitação do inquérito caracteriza constrangimento ilegal, conforme pacificado pela jurisprudência.

Das Jurisprudências

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e de outros tribunais pátrios é uníssona no sentido de que a prisão preventiva, por ser medida excepcional, deve ser mantida apenas quando estritamente necessária e dentro dos limites da razoabilidade.

  • TJRJ (TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL) - HABEAS CORPUS Acórdão/TJRJ: \"Nada pode justificar a permanência de uma pessoa na prisão, sem culpa formada, quando configurado excesso irrazoável no tempo de sua segregação cautelar.\"
  • TJRJ (QUINTA CÂMARA CRIMINAL) - HABEAS CORPUS Acórdão/TJRJ: \"Afasta-se a alegação de excesso de prazo, porquanto não se verifica qualquer inércia ou demora injustificada por parte dos órgãos do Estado.\"
  • TJRJ (QUARTA CÂMARA CRIMINAL) - HABEAS CORPUS Acórdão/TJRJ: \"O excesso de prazo deve ser analisado mediante um juízo de razoabilidade, considerando a complexidade da causa e outros fatores que influem na tramitação.\"

Conclusão

Diante do exposto, entendo que a manutenção da prisão preventiva do Requerente, na presente hipótese, caracteriza constrangimento ilegal, uma vez que o excesso de prazo para a conclusão do inquérito policial viola os princípios constitucionais da razoável duração do processo e da legalidade.

Assim, voto por dar procedência ao pedido formulado, determinando a revogação da prisão preventiva de S. J. DE A. S e a consequente expedição de alvará de soltura, salvo se o Requerente estiver preso por outro motivo. Caso necessário, determino a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, nos termos do CPP, art. 319.

Dispositivo

Pelo exposto, julgo procedente o pedido e determino:

  1. A revogação da prisão preventiva do Requerente, com a expedição do competente alvará de soltura;
  2. A aplicação de medidas cautelares, caso sejam necessárias, nos termos do CPP, art. 319;
  3. A intimação do Ministério Público para acompanhamento e eventual manifestação.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Assim voto.

Assinatura

____________________________
Nome do Magistrado
Juiz de Direito


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