Modelo de Ação Declaratória e Indenizatória por Desvio de Função e Jornada Excessiva em Estágio: Estudante Universitário contra Empresa por Violação da Lei do Estágio
Publicado em: 15/04/2025 CivelProcesso Civil Trabalhista1. ENDEREÇAMENTO
AO JUÍZO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [CIDADE] – [UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, estudante, portador do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 12.345.678-9, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, [Cidade]/[UF], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DECLARATÓRIA E INDENIZATÓRIA
em face de B. F. de S. L., brasileiro, casado, empresário, portador do CPF nº 987.654.321-00, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Avenida das Palmeiras, nº 200, Bairro Jardim, CEP 11111-111, [Cidade]/[UF], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor, A. J. dos S., é estudante universitário e, em razão de estágio supervisionado, foi designado para desenvolver atividades junto à empresa de propriedade do Réu, B. F. de S. L.. O estágio foi formalizado por meio de termo de compromisso, com início em 01/03/2024 e término previsto para 31/08/2024.
Durante o período do estágio, o Autor desempenhou suas funções de acordo com as orientações recebidas, cumprindo carga horária e atividades compatíveis com sua formação acadêmica. Contudo, a partir de 01/06/2024, o Réu passou a exigir do Autor tarefas alheias ao escopo do estágio, como serviços de limpeza, transporte de mercadorias e atendimento externo, em evidente desvio de função.
Além disso, o Autor foi submetido a jornadas superiores ao limite legal de 6 (seis) horas diárias, chegando a trabalhar até 10 (dez) horas por dia, sem a devida contraprestação ou compensação, em afronta à legislação vigente.
Em razão do descumprimento das normas legais e contratuais, o Autor buscou, por diversas vezes, solucionar a situação de forma amigável, sem êxito. Diante da continuidade das irregularidades, não restou alternativa senão recorrer ao Judiciário para ver reconhecidos seus direitos.
Resumo: O Autor, estagiário, foi submetido a desvio de função e jornada excessiva, violando-se as normas do estágio e seus direitos fundamentais, o que enseja a presente demanda.
4. DO DIREITO
A relação de estágio é regida pela Lei 11.788/2008, art. 3º, que o estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, desde que observados os requisitos legais, dentre eles a compatibilidade das atividades com a formação acadêmica e a limitação da jornada.
Nos termos da CF/88, art. 7º, XVI, é direito do trabalhador a duração do trabalho não superior a 6 (seis) horas diárias para estudantes, sendo vedada a extrapolação desse limite sem a devida contraprestação.
O CPC/2015, art. 319, exige que a petição inicial contenha a exposição dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido, o que se observa no presente caso.
O desvio de função e a imposição de jornada excessiva configuram abuso de direito por parte do Réu, em afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e ao princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II).
A jurisprudência pátria tem reconhecido que a violação das normas do estágio enseja o reconhecimento de vínculo empregatício e o direito à indenização por danos morais e materiais. O abuso do direito de litigar, por sua vez, é coibido pelo CPC/2015, art. 139, III, que impõe ao juiz o dever de prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça.
Resumo: O Réu violou normas legais e constitucionais, submetendo o Autor a condições irregulares de estágio, o que justifica a tutela jurisdicional para declaração de direitos e indenização.
5. JURISPRUDÊNCIAS
“Ação declaratória e indenizatória. Hipótese em que sérios indícios de abuso do direito de litigar vêm sendo constatados, a consubstanciar a denominada advocacia predatória (ajuizamento de demandas massificadas com a utilização de procuração genérica) e a justificar a adoção das orientações estabelecidas nos Comunicados CG 02/2017 e CG 456/2022, do Núcleo de Monitoramento de Perfis de Demandas e Estatística - Numopede, da Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo, que, aliás, estão em consonância com o que preconiza o CPC/2015, art. 139, III, no sentido de que incumbe ao juiz «prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias», consubstanciando medida imprescindível para prevenir fraudes na propositura de ações judiciais. Correção do decreto de extinção do processo, nos termos do CPC/2015, art. 485, VI. Recurso provido em parte e apenas para conceder o "'>...
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