Modelo de Agravo de Instrumento contra decisão que inadmitiu apelação em ação de reintegração de posse por suposta falsidade documental

Publicado em: 09/10/2024 Processo Civil Direito Imobiliário
Recurso de Agravo de Instrumento interposto contra decisão interlocutória que inadmitiu apelação em Ação de Reintegração de Posse. O agravante busca a reforma da decisão que considerou um contrato suspeito de falsidade documental sem instauração de incidente próprio, violando os princípios do contraditório e ampla defesa. O recurso fundamenta-se no CPC/2015, art. 1.015, II, e na necessidade de análise da veracidade do documento em etapa probatória, além de defender a posse indireta do agravante. Inclui pedidos de concessão de efeito suspensivo, admissão da apelação e reforma da decisão agravada, com base em princípios constitucionais e normas processuais.

AGRAVO DE INSTRUMENTO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

2. PREÂMBULO

J. I. G. da S., brasileiro, solteiro, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua X, nº Y, Bairro Z, Município de Niterói/RJ, endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua Alfa, nº 123, Centro, Rio de Janeiro/RJ, endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO, com fulcro no CPC/2015, art. 1.015, II, contra a decisão interlocutória proferida nos autos da Ação de Reintegração de Posse, processo nº XXXXXXX-XX.2020.8.19.0001, em trâmite perante a ___ Vara Cível da Comarca de Niterói/RJ, que inadmitiu a apelação interposta sob o fundamento de suposta falsidade documental e ausência de comprovação da posse.

3. TEMPESTIVIDADE E CABIMENTO DO RECURSO

A presente insurgência é tempestiva, pois interposta dentro do prazo legal de 15 (quinze) dias úteis, conforme o CPC/2015, art. 1.003, §5º. O cabimento do agravo de instrumento decorre do CPC/2015, art. 1.015, II, visto que se trata de decisão interlocutória que inadmitiu apelação, obstando o seguimento do recurso e, por consequência, o acesso à instância superior.

4. SÍNTESE FÁTICA

O Agravante adquiriu, em 2007, um terreno situado no Município de Niterói/RJ, tendo pago integralmente o valor acordado, embora sem lavratura de escritura pública. Na ocasião, cedeu o uso do imóvel ao seu irmão, L. A. G. da S., ora Agravado, para que este pudesse trabalhar e residir no local, sob o acordo verbal de que, quando necessário, o Agravante poderia retomar o bem ou vendê-lo, repartindo o valor entre ambos.

Ocorre que, ao solicitar a devolução do imóvel, o Agravado recusou-se a entregá-lo, forçando o Agravante a formalizar o contrato de compra e venda em 2020, com data retroativa a 2007. Tal documento, embora elaborado em papel timbrado, continha elementos tecnológicos (como número de WhatsApp e e-mail) que não existiam à época, o que levou o juízo a considerar o documento suspeito de falsidade.

A apelação interposta pelo Agravante foi inadmitida, sob o fundamento de que não haveria prova da posse e que o contrato seria inverossímil, o que motivou a interposição do presente Agravo de Instrumento.

5. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO DE REFORMA

A decisão que inadmitiu a apelação incorre em manifesta violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, previstos no CF/88, art. 5º, LV, ao impedir o regular processamento do recurso com base em juízo de valor antecipado sobre a veracidade do documento.

Ademais, a suposta falsidade do contrato não foi objeto de incidente de falsidade documental, nos termos do CPC/2015, art. 430, sendo indevida a rejeição liminar da apelação com base em presunções. A análise da autenticidade do documento exige dilação probatória, sendo matéria própria da instrução processual e não do juízo de admissibilidade recursal.

Por fim, a posse do imóvel foi exercida pelo Agravado com anuência do Agravante, o que configura posse indireta deste último, conforme doutrina e jurisprudência pacíficas sobre o tema. "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Relator

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por J. I. G. da S. contra decisão interlocutória que inadmitiu o recurso de apelação, nos autos da Ação de Reintegração de Posse em trâmite perante a ___ Vara Cível da Comarca de Niterói/RJ. A negativa de processamento da apelação se baseou em suposta falsidade documental e ausência de comprovação da posse.

1. Do Conhecimento do Recurso

Inicialmente, reconheço a tempestividade do Agravo de Instrumento, interposto no prazo legal de 15 (quinze) dias úteis, nos termos do art. 1.003, §5º, do CPC/2015. O cabimento do recurso é previsto expressamente no art. 1.015, II, do CPC/2015, por se tratar de decisão que inadmite apelação. Assim, conheço do recurso.

2. Da Análise do Mérito

A decisão agravada incorreu em afronta aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), ao inadmitir apelação com base em juízo prévio sobre a veracidade de documento particular, sem a instauração do devido incidente de falsidade documental, previsto no art. 430 do CPC/2015.

A análise da veracidade do contrato de compra e venda, ainda que elaborado com elementos anacrônicos, requer instrução probatória adequada, o que não se compatibiliza com a fase de admissibilidade do recurso. A rejeição liminar da apelação impede o acesso à instância superior e viola o princípio da inafastabilidade da jurisdição (CF/88, art. 5º, XXXV).

Ademais, a posse indireta exercida pelo Agravante é juridicamente reconhecível. Nos termos do art. 1.197 do Código Civil, o possuidor indireto tem o direito de reivindicar a posse contra o direto, desde que demonstrada a origem legítima da relação possessória, o que se encontra, em tese, delineado nos autos.

3. Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência é pacífica no sentido de que a veracidade de documento impugnado deve ser objeto de incidente próprio, e não pode ser presumidamente rejeitada em sede de juízo de admissibilidade recursal:

TJRJ - AGRAVO DE INSTRUMENTO Acórdão/TJRJ – Rel. Des. Cesar Felipe Cury – J. em 20/02/2025:

“O efeito suspensivo em agravo de instrumento somente será concedido quando presentes, concomitantemente, o risco de dano grave ou irreparável e a probabilidade de provimento do recurso, conforme o art. 995, parágrafo único, do CPC.

4. Conclusão

Diante de todo o exposto, entendo que o Agravo de Instrumento deve ser provido, para reformar a decisão agravada e admitir o processamento da apelação interposta pelo Agravante, assegurando-se o regular trâmite recursal e o exercício do duplo grau de jurisdição.

Assim, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige motivação das decisões judiciais, VOTO no sentido de dar provimento ao Agravo de Instrumento, para determinar a admissão da apelação, com o consequente prosseguimento do recurso perante o Tribunal.

5. Dispositivo

Pelo exposto, voto por conhecer do Agravo de Instrumento e, no mérito, dar-lhe provimento, reformando a decisão agravada para admitir o processamento da apelação interposta pelo Agravante.

É como voto.

Rio de Janeiro, data do julgamento

Desembargador Relator


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