Modelo de Agravo de Instrumento: Pedido de Concessão de Gratuidade da Justiça no Tribunal de Justiça do Espírito Santo

Publicado em: 20/02/2025 CivelProcesso Civil
Trata-se de um agravo de instrumento interposto pelo agravante A. J. dos S., advogado e aposentado, contra decisão interlocutória que indeferiu o pedido de gratuidade da justiça nos autos de uma ação de obrigação de fazer cumulada com danos morais. Com fundamento nos artigos 1.015, 1.019, I, 98 e 99 do CPC/2015 e no artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal, o agravante argumenta que a documentação apresentada (declaração de imposto de renda, contracheques e extratos bancários) comprova sua hipossuficiência econômica. O pedido inclui a concessão de efeito suspensivo e a reforma da decisão para a concessão do benefício, destacando jurisprudências que reforçam a necessidade de análise criteriosa e objetiva da documentação apresentada.

AGRAVO DE INSTRUMENTO

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo.

A. J. dos S., brasileiro, advogado, inscrito na OAB/ES sob o nº XXXXX, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua X, nº XX, Bairro Y, Cidade Z, Estado do Espírito Santo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 1.015, interpor o presente Agravo de Instrumento contra a decisão interlocutória proferida pelo MM. Juiz de Direito da Vara do Juizado Especial Cível da Comarca de Vitória/ES, que indeferiu o pedido de gratuidade da justiça nos autos da ação de obrigação de fazer cumulada com danos morais.

Requer, desde já, a concessão do efeito suspensivo, nos termos do CPC/2015, art. 1.019, I, e a intimação da parte agravada para, querendo, apresentar contrarrazões, nos termos da legislação vigente.

DOS FATOS

O agravante ajuizou ação de obrigação de fazer cumulada com danos morais no Juizado Especial Cível, tendo obtido decisão parcialmente favorável. Inconformado, interpôs recurso inominado, ocasião em que o MM. Juiz de Direito solicitou a comprovação da hipossuficiência econômica para concessão da gratuidade da justiça.

Para atender à determinação judicial, o agravante apresentou declaração de imposto de renda, seus dois últimos contracheques e três últimos extratos bancários. Ressalte-se que o agravante é advogado esporádico, atuando majoritariamente em causas próprias, com um total de 10 a 12 ações em tramitação, e sua principal fonte de renda é a aposentadoria recebida do Estado do Espírito Santo.

Contudo, o MM. Juiz indeferiu o pedido de gratuidade da justiça, alegando sinais externos de riqueza, como a posse de dois veículos, informação esta que não corresponde à realidade, pois o agravante possui apenas um veículo. Além disso, o magistrado afirmou que o agravante não comprovou rendimentos oriundos de sua atuação como advogado, o que não procede, uma vez que o agravante não aufere rendimentos significativos dessa atividade.

DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988 assegura, em seu art. 5º, inciso LXXIV, que "o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos". No mesmo sentido, o CPC/2015, art. 98, estabelece que a pessoa natural com insuficiência de recursos tem direito à gratuidade da justiça.

O agravante apresentou documentação suficiente para comprovar sua hipossuficiência econômica, conforme exigido pelo CPC/2015, art. 99, §2º. A declaração de imposto de"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por A. J. dos S. contra decisão interlocutória proferida pelo MM. Juiz de Direito da Vara do Juizado Especial Cível da Comarca de Vitória/ES, que indeferiu o pedido de gratuidade da justiça em ação de obrigação de fazer cumulada com danos morais.

Fundamentação

A análise do presente recurso exige a interpretação hermenêutica das disposições constitucionais e legais aplicáveis ao caso concreto, à luz dos fatos apresentados.

Inicialmente, cumpre destacar o disposto no art. 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal de 1988, que assegura que \"o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos\". No mesmo sentido, o art. 98 do CPC/2015 dispõe que a pessoa natural com insuficiência de recursos tem direito à gratuidade da justiça.

O agravante apresentou documentação comprobatória de sua hipossuficiência econômica, incluindo declaração de imposto de renda, contracheques e extratos bancários. Além disso, demonstrou que sua principal fonte de renda é a aposentadoria recebida do Estado do Espírito Santo, não havendo sinais concretos de riqueza que justifiquem o indeferimento do benefício.

Ressalta-se que o art. 99, §3º, do CPC/2015 estabelece uma presunção relativa de veracidade da alegação de insuficiência de recursos, cabendo ao magistrado analisar a documentação apresentada de forma criteriosa. No caso em tela, verifica-se que a decisão interlocutória baseou-se em informações equivocadas, como a posse de dois veículos, quando o agravante comprovou possuir apenas um veículo.

Jurisprudência consolidada reforça a necessidade de comprovação efetiva da hipossuficiência econômica para a concessão do benefício da gratuidade da justiça, conforme precedentes citados nos autos, tais como o julgado pelo TJSP (15ª Câmara de Direito Privado), Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP, que destaca a importância da análise da documentação apresentada.

Conclusão e Voto

Diante do exposto, considerando os fatos e fundamentos apresentados, em observância ao princípio da motivação das decisões judiciais previsto no art. 93, IX, da Constituição Federal, voto no sentido de:

  1. Conhecer do agravo de instrumento, por preencher os requisitos de admissibilidade;
  2. Dar provimento ao recurso, reformando a decisão interlocutória para conceder ao agravante os benefícios da gratuidade da justiça, com base no art. 5º, LXXIV, da CF/88 e no art. 98 do CPC/2015;
  3. Determinar a intimação da parte agravada para, querendo, apresentar contrarrazões ao recurso.

É como voto.

Dispositivo

ACORDAM os Desembargadores da __ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, por unanimidade, em conhecer do recurso e dar-lhe provimento, nos termos do voto do relator.


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