Modelo de Ação Declaratória de Direito à Aposentadoria pelo Regime Próprio de Previdência Social de Servidor Público com Deficiência Visual contra Município de Santo Ângelo/RS

Publicado em: 06/03/2025 AdministrativoProcesso Civil
Petição inicial de ação declaratória proposta por servidor público municipal de Santo Ângelo/RS, deficiente visual, que busca o reconhecimento judicial de seu direito à aposentadoria pelo Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). O documento fundamenta-se na Constituição Federal de 1988, na Lei Complementar nº 142/2013 e em precedentes jurisprudenciais, alegando que a negativa administrativa violou direitos fundamentais, como a dignidade da pessoa humana e o direito à previdência social. A peça requer a concessão de tutela de urgência, citação do Município, julgamento procedente e condenação em honorários e custas processuais.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SANTO ÂNGELO – RS

Distribuição por dependência

Nome do Requerente: F. A. B. S.

Nome do Requerido: Município de Santo Ângelo/RS

PREÂMBULO

F. A. B. S., brasileiro(a), estado civil, agente administrativo, portador(a) de deficiência visual, inscrito(a) no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado(a) na Rua X, nº Y, Bairro Z, Santo Ângelo/RS, vem, por meio de seu advogado infra-assinado, com endereço eletrônico para intimações [email protected], propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE DIREITO À APOSENTADORIA PELO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

em face do Município de Santo Ângelo/RS, pessoa jurídica de direito público interno, com sede na Rua X, nº Y, Bairro Z, Santo Ângelo/RS, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

DOS FATOS

O Requerente ingressou no serviço público municipal de Santo Ângelo/RS em fevereiro de 2004, após aprovação em concurso público destinado à reserva de vagas para pessoas com deficiência visual, conforme previsto na Lei nº 2.360, de 18 de abril de 2000. Desde então, exerce o cargo de agente administrativo, vinculado ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) do Município.

Após mais de 19 anos de serviço público, o Requerente preenche todos os requisitos legais para a concessão de aposentadoria pelo RPPS, considerando o tempo de contribuição e as condições especiais de trabalho aplicáveis às pessoas com deficiência, conforme legislação vigente.

No entanto, ao requerer administrativamente sua aposentadoria, o pedido foi indeferido sob a alegação de que não haveria tempo de contribuição suficiente, desconsiderando as condições diferenciadas aplicáveis às pessoas com deficiência, em flagrante violação aos direitos do Requerente.

DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 40, §4º, III, estabelece que a aposentadoria de pessoas com deficiência deve observar critérios diferenciados, em razão das limitações impostas pela condição física. A Lei Complementar nº 142/2013 regulamenta esse dispositivo, garantindo o direito à aposentadoria com tempo de contribuição reduzido para servidores públicos com deficiência.

No caso do Requerente, a deficiência visual foi reconhecida no momento de sua aprovação no concurso público, sendo esta a condição que fundamentou sua admissão no cargo de agente administrativo. Assim, é inequívoco que o Requerente faz jus à aplicação dos critérios diferenciados previstos na legislação.

Ademais, a negativa administrativa viola o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito fundamental à previdência social (CF/88, art. 6º), configurando ato ilegal e abu"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação Declaratória de Direito à Aposentadoria pelo Regime Próprio de Previdência Social, ajuizada por F. A. B. S. em face do Município de Santo Ângelo/RS. O Requerente, portador de deficiência visual, alega que preenche os requisitos legais para a concessão de aposentadoria, considerando o tempo de contribuição e a aplicação de critérios diferenciados previstos na legislação.

O pedido administrativo foi indeferido pela Administração Pública sob a alegação de insuficiência de tempo de contribuição, desconsiderando as condições especiais aplicáveis a pessoas com deficiência.

II. Fundamentação

A) Dos Fatos

Consta nos autos que o Requerente ingressou no serviço público municipal em fevereiro de 2004, após aprovação em concurso público destinado a pessoas com deficiência. Desde então, exerce o cargo de agente administrativo e está vinculado ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) do Município de Santo Ângelo/RS.

Após mais de 19 anos de serviço público, o Requerente pleiteou administrativamente sua aposentadoria, com fundamento na legislação que estabelece critérios diferenciados para pessoas com deficiência. Contudo, o pedido foi indeferido, sob justificativa que contraria o disposto na Constituição Federal e na legislação infraconstitucional.

B) Do Direito

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 40, §4º, III, prevê expressamente a aplicação de critérios diferenciados para a aposentadoria de pessoas com deficiência. Este dispositivo é regulamentado pela Lei Complementar nº 142/2013, que garante a redução do tempo de contribuição como forma de assegurar maior proteção social a essa parcela da população.

No caso concreto, a deficiência visual do Requerente foi reconhecida no momento de sua admissão no serviço público, conforme documentação apresentada nos autos. Assim, é inequívoca a aplicabilidade dos critérios diferenciados previstos na legislação.

Ademais, a negativa administrativa afronta os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) e da previdência social como direito fundamental (art. 6º), configurando ato abusivo e ilegal por parte da Administração Pública.

C) Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria é firme no sentido de garantir a aplicação dos critérios diferenciados de aposentadoria às pessoas com deficiência. Destaco os seguintes precedentes:

  • [PETIÇÃO INICIAL]: \"Ação declaratória e indenizatória. [...] Correção do decreto de extinção do processo, nos termos do CPC, art. 485, VI. Recurso provido em parte.\"
    TJSP (19ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Rel.: Des. João Camillo de Almeida Prado Costa - J. em 20/01/2025
  • [DIREITO PREVIDENCIÁRIO]: \"A exigência de requerimento administrativo prévio para a concessão de auxílio-acidente não é absoluta, podendo ser dispensada quando o entendimento da Administração for reiteradamente contrário à postulação do segurado.\"
    TJSP (16ª Câmara de Direito Público) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Rel.: Des. José Tadeu Picolo Zanoni - J. em 10/02/2025
  • [DIREITO PROCESSUAL CIVIL]: \"O Princípio do Acesso à Justiça, previsto no CF/88, art. 5º, XXXV, garante que a parte interessada pode buscar diretamente o Judiciário para a defesa de seus direitos, sem necessidade de se valer da via administrativa.\"
    TJSP (10ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Rel.: Des. Elcio Trujillo - J. em 11/12/2024

D) Da Hermenêutica e Princípios Constitucionais

A interpretação hermenêutica do art. 40, §4º, III, da CF/88, em conjunto com os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e do direito à previdência social, reforça a procedência do pedido. A negativa administrativa viola o princípio da proporcionalidade, ao desconsiderar os critérios diferenciados previstos para proteger pessoas com deficiência.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por F. A. B. S., para:

  1. Declarar o direito do Requerente à aposentadoria pelo Regime Próprio de Previdência Social, nos termos da Lei Complementar nº 142/2013;
  2. Determinar a imediata implementação da aposentadoria, com base nos critérios diferenciados aplicáveis às pessoas com deficiência;
  3. Condenar o Requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa.

Com o trânsito em julgado, expeçam-se os competentes ofícios para o cumprimento da sentença.

P.R.I.

Santo Ângelo/RS, ___ de __________ de 2025.

_______________________________________
Magistrado(a)


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