Modelo de Agravo Interno em Ação de Isenção de Imposto de Renda por Doença Grave com Pedido de Gratuidade Judiciária

Publicado em: 20/01/2025 CivelProcesso CivilConstitucional
Recurso de Agravo Interno interposto em face de decisão monocrática que indeferiu o pedido de gratuidade judiciária em Ação de Isenção de Imposto de Renda por Doença Grave. O agravante, portador de cardiopatia grave e com 87 anos de idade, alega insuficiência de recursos financeiros para arcar com as despesas processuais sem comprometer sua subsistência, conforme demonstrado por documentos anexados. Fundamenta-se no direito constitucional de assistência jurídica gratuita (art. 5º, LXXIV, da CF/88) e na presunção de veracidade prevista no CPC/2015, art. 99, §3º. Solicita-se a concessão de efeito suspensivo e a reforma da decisão para a concessão do benefício da gratuidade judiciária.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO ÉGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Processo nº 50046432720248210029

D. S. do A., já devidamente qualificado nos autos da AÇÃO DE ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA POR DOENÇA GRAVE, com Pedido de Antecipação da Tutela, que tramita na 2ª Vara Cível da Comarca de Santo Ângelo/RS, por sua advogada infra-assinada, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com devido acato e respeito, interpor o presente AGRAVO INTERNO contra a decisão monocrática que denegou o agravo de instrumento, com fundamento nos arts. 99, 101, 1.015, I, V, e 1.019, I, do Código de Processo Civil, conforme as razões a seguir expostas.

PREÂMBULO

Nos termos do CPC/2015, art. 1.007, requer-se a concessão do efeito suspensivo ao presente recurso (art. 1.019, I, CPC), isentando o agravante de custas processuais até o julgamento final, conforme previsão do art. 101 do CPC.

O presente recurso é tempestivo, conforme art. 1.017, I, CPC, sendo interposto dentro do prazo legal.

Advogada do Agravante: S. B. H., inscrita na OAB/RS sob o nº 91407, com escritório na Rua Antunes Ribas, 1591, sala 07, Galeria Steyer, Centro, Santo Ângelo/RS, endereço eletrônico: [email protected], telefone: (00) 0000-0000.

Advogado do Agravado: T. J. B., inscrito na OAB/RS nº P324930101, sistema EPROC.

DOS FATOS

A decisão agravada indeferiu o pedido de gratuidade judiciária ao agravante, sob o fundamento de que sua renda bruta ultrapassa cinco salários mínimos, conforme contracheque anexado aos autos. Contudo, o valor líquido recebido pelo agravante, após os descontos obrigatórios, é inferior a cinco salários mínimos, conforme demonstrado nos documentos anexos.

O agravante, com 87 anos de idade, é portador de cardiopatia grave e necessita de cuidados especiais, alimentação adequada e medicamentos, além de contar com despesas de cuidadora. A decisão de indeferimento da gratuidade judiciária compromete o acesso à justiça, violando o direito constitucional de assistência jurídica gratuita aos necessitados (CF/88, art. 5º, LXXIV).

DO DIREITO

O benefício da gratuidade judiciária está assegurado pela CF/88, art. 5º, LXXIV, e pelo CPC/2015, art. 98, §3º, sendo destinado àqueles que não podem arcar com as despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família.

O CPC/2015, art. 99, §3º, estabelece a presunção de veracidade da alegação de insuficiência de recursos deduzida por pessoa natural. Para o indeferimento do benefício, o juiz deve identificar elementos concretos que afastem essa presunção (CPC/2015, art. 99, §2º).

No caso em tela, o agravante demonstrou, por meio de documentos como contracheques, declaração de imposto de renda e recibos de despesas médicas, que sua renda líquida é insuficiente para custear as despesas processuais sem comprometer sua subsistência.

Ademais, a jurisprudência é pacífica ao reco"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de agravo interno interposto por D. S. do A. contra decisão monocrática que denegou o agravo de instrumento, no qual se pleiteava a concessão do benefício de gratuidade judiciária, nos autos da Ação de Isenção do Imposto de Renda por Doença Grave.

O agravante, com 87 anos de idade e portador de cardiopatia grave, alegou insuficiência de recursos financeiros para arcar com as custas processuais sem comprometer sua subsistência. A decisão agravada fundamentou-se no fato de que sua renda bruta ultrapassa cinco salários mínimos, desconsiderando os descontos obrigatórios e as despesas médicas e de cuidadora. O agravante apresentou contracheques e outros documentos para comprovar sua insuficiência de recursos.

Voto

Analisando os autos, verifico que o recurso atende aos requisitos de admissibilidade, sendo tempestivo e regularmente instruído, conforme disposto nos artigos 1.016 e 1.017 do Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015). Passo, portanto, ao exame do mérito.

Dos fatos e do direito

A Constituição Federal de 1988 (CF/88), em seu artigo 5º, inciso LXXIV, assegura a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. O artigo 98 do CPC/2015, por sua vez, regulamenta a concessão do benefício da gratuidade judiciária, determinando que ele seja concedido à parte que demonstrar não possuir condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família.

Além disso, o artigo 99, §3º, do CPC/2015 estabelece a presunção de veracidade da alegação de insuficiência de recursos deduzida por pessoa natural, salvo comprovação em sentido contrário. No caso em tela, o agravante apresentou documentação que comprova que o valor líquido de sua renda, após os descontos obrigatórios, é inferior a cinco salários mínimos. Ademais, as despesas médicas e com cuidadora, devidamente comprovadas, evidenciam a necessidade de concessão do benefício pleiteado.

Deve-se destacar que a negativa de gratuidade judiciária, em situações como esta, compromete o princípio da inafastabilidade da jurisdição, previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da CF/88, que garante o acesso à justiça a todos os cidadãos.

Das jurisprudências

A jurisprudência pátria tem reconhecido que a concessão da gratuidade judiciária não exige comprovação de miserabilidade absoluta, bastando a demonstração de insuficiência de recursos. Nesse sentido:

  • TJSP, Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP: \"A declaração de hipossuficiência apresentada por pessoa natural tem presunção de veracidade, que, sendo relativa, pode ser afastada somente na presença de elementos em sentido contrário.\"
  • TJSP, Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP: \"Direito processual civil. Gratuidade da justiça. Elementos que infirmam a presunção de veracidade atribuída à declaração de hipossuficiência. Indeferimento do benefício motivado pela comprovação de ausência de insuficiência financeira.\"

Os documentos apresentados pelo agravante, somados à inexistência de elementos concretos que afastem a presunção de insuficiência financeira, conferem suporte ao pedido de gratuidade judiciária.

Conclusão

Ante o exposto, com fundamento no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, que exige a fundamentação de todas as decisões judiciais, voto por DAR PROVIMENTO ao agravo interno, reformando a decisão monocrática para conceder ao agravante o benefício da gratuidade judiciária, nos termos do artigo 98 do CPC/2015.

É como voto.

Respeitosamente,

Magistrado Relator


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