Modelo de Alegações Finais com Pedido de Absolvição em Caso de Estupro de Vulnerável com Base no CPP, Art. 386, VII
Publicado em: 13/08/2024 Direito PenalEXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE MANGARATIBA – RJ
Processo PJE nº 0801347-03.2024.8.19.0030
ALEGAÇÕES FINAIS
Por intermédio de seu advogado, devidamente constituído nos autos, conforme procuração anexa, os denunciados J. S. e M. F. dos S., vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, com fundamento no artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
PREÂMBULO
Os denunciados foram acusados da prática do crime de estupro de vulnerável, previsto no CP, art. 217-A, sob a alegação de que teriam mantido relação sexual com a suposta vítima, que estaria em estado de vulnerabilidade devido ao consumo de bebida alcoólica e medicamentos. Contudo, conforme será demonstrado, a acusação carece de provas robustas e incontestáveis, sendo imperiosa a absolvição dos réus.
DOS FATOS
Conforme narrado na denúncia, no dia 21 de dezembro de 2023, durante uma confraternização, a suposta vítima alegou que, após consumir bebidas alcoólicas e medicamentos, teria subido ao seu quarto e, em seguida, os denunciados teriam praticado atos libidinosos contra sua vontade. Alega ainda que, posteriormente, teria notado vestígios de sangue no colchão, os quais foram lavados, impossibilitando qualquer análise pericial.
Os denunciados, por sua vez, afirmam que o ato sexual ocorreu de forma consensual, sem qualquer resistência ou negativa por parte da suposta vítima, que, inclusive, zombou deles após o ocorrido. Ademais, os exames médicos e periciais realizados não comprovaram a vulnerabilidade da suposta vítima, tampouco a prática de violência sexual.
Importante destacar que a suposta vítima apresentou apenas parte de um vídeo gravado pelas câmeras de segurança, omitindo trechos que poderiam esclarecer os fatos. Além disso, testemunhas relataram comportamentos da suposta vítima que demonstram sua postura provocativa e contraditória em relação à narrativa acusatória.
DO DIREITO
Inicialmente, cumpre destacar o princípio da presunção de inocência, consagrado no CF/88, art. 5º, LVII, segundo o qual ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Nesse sentido, o ônus da prova incumbe à acusação, que deve demonstrar, de forma inequívoca, a prática do delito imputado aos réus.
No caso em tela, a acusação não conseguiu comprovar a materialidade e a autori"'>...