Modelo de Alegações Finais com Pedido de Revogação de Prisão Preventiva por Constrangimento Ilegal e Excesso de Prazo no Processo Penal

Publicado em: 09/12/2024 Direito Penal Processo Penal
Documento jurídico com alegações finais apresentadas pelo réu Marco Vinicius Gonçalves da Silva Pereira, requerendo a revogação da prisão preventiva, argumentando ausência de fundamentação concreta e excesso de prazo para denúncia pelo Ministério Público. O texto aborda a prisão em flagrante, fundamenta-se no art. 312 do CPP, art. 5º, LXXVIII da CF/88 e na Lei 11.343/2006, art. 28, além de citar jurisprudências do STJ e STF que corroboram o constrangimento ilegal e a desnecessidade de manutenção da custódia cautelar. Inclui pedidos subsidiários de liberdade provisória e aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.

ALEGAÇÕES FINAIS

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Única da Comarca de Barreiros/PE,

Processo nº 0000742-26.2023.8.17.6030

M. V. G. DA S. P., brasileiro, solteiro, autônomo, inscrito no CPF nº 000.000.000-00, portador do RG nº 00.000.000 – SDS/PE, residente e domiciliado na [endereço completo], por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, nos termos do art. 403, §3º, do CPP, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

O paciente foi preso em flagrante em um ônibus da Empresa Coletivo, que fazia a linha São José da Coroa Grande - Palmares/PE, após abordagem policial baseada em denúncia anônima. Durante a revista, foram encontrados em sua bolsa um revólver Taurus calibre 38 municiado, 10 porções de maconha e a quantia de R$ 50,00.

A prisão foi homologada e convertida em preventiva, sem que houvesse análise do pedido de revogação da prisão preventiva, protocolado há mais de cinco meses. Ademais, até a presente data, o Ministério Público não apresentou denúncia, configurando evidente constrangimento ilegal.

O paciente alega que a arma era para defesa pessoal, devido a ameaças sofridas, e que a droga encontrada era para uso próprio, sendo usuário, conforme processos arquivados nº 0000477-08.2022.8.17.2490 e nº 0000728-60.2021.8.17.2490.

DO DIREITO

A prisão preventiva carece de fundamentação concreta, violando o disposto no CPP, art. 312, que exige a demonstração de elementos que justifiquem a necessidade da medida. O paciente é réu primário, possui residência fixa e trabalho lícito, não havendo indícios de que sua liberdade represente risco à ordem pública ou à instrução processual.

A ausência de denúncia pelo Ministério Público, após mais de 150 dias de prisão, afronta o princípio da razoável duração do processo, previsto no CF/88, art. 5º, LXXVIII. Tal d"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de análise judicial do caso envolvendo o paciente M. V. G. da S. P., que foi preso em flagrante com posse de arma de fogo e substância entorpecente, sendo esta caracterizada como de uso pessoal. A prisão foi convertida em preventiva, com alegação de ausência de denúncia pelo Ministério Público no prazo razoável, o que gerou a presente manifestação.

Voto

Em análise dos autos, verifico que a prisão do paciente foi homologada e convertida em preventiva, sem que tenha havido denúncia por parte do Ministério Público no prazo superior a 150 dias. Tal circunstância configura constrangimento ilegal, em afronta direta ao princípio da razoável duração do processo, previsto no art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal de 1988.

Além disso, a prisão preventiva carece de fundamentação concreta, conforme exigido pelo art. 312 do Código de Processo Penal. O paciente é réu primário, possui residência fixa e trabalho lícito, não havendo elementos que indiquem risco à ordem pública, à aplicação da lei penal ou à instrução processual. Dessa forma, a manutenção da prisão preventiva não se justifica.

A análise da quantidade de droga apreendida e das circunstâncias do caso concreto indica que a substância encontrada destinava-se ao uso pessoal, conforme o disposto no art. 28 da Lei 11.343/2006, afastando a configuração de tráfico de drogas. Quanto à posse irregular de arma de fogo, embora reprovável, o paciente alegou que a utilizava para defesa pessoal, dada a existência de ameaças contra sua integridade física. Tal justificativa deve ser considerada no contexto do caso concreto.

Quanto à jurisprudência, destaco o entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no AgRg no RECURSO EM HABEAS CORPUS Acórdão/STJ, que exige fundamentação concreta para a decretação de prisão preventiva, e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no HC 182.279 AgR/DF, que reforça a necessidade de análise criteriosa das circunstâncias do caso para a caracterização de tráfico de drogas.

Ainda, a demora injustificada na apresentação de denúncia viola a Súmula 52 do STJ, que reconhece como constrangimento ilegal a ausência de ação acusatória em prazo razoável, cabendo a concessão de liberdade provisória ou a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.

Decisão

Por todo o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, julgo procedente a presente análise e:

  1. Revogo a prisão preventiva do paciente, determinando a aplicação de medidas cautelares diversas, nos termos do art. 319 do Código de Processo Penal;
  2. Determino a imediata comunicação ao Ministério Público para manifestação e apresentação de denúncia, caso entenda cabível, no prazo estabelecido em lei;
  3. Reconheço o constrangimento ilegal decorrente do excesso de prazo na prisão preventiva e determino a expedição de alvará de soltura em favor do paciente, salvo se por outro motivo estiver preso.

É como voto.

Termos Finais

Sala de Sessões, em 19 de maio de 2024.

____________________________
Magistrado


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