Modelo de Alegações Finais da Defesa em Caso de Violência Doméstica com Pedido de Absolvição ou Desclassificação da Conduta

Publicado em: 12/02/2025 Direito Penal Processo Penal
Documento jurídico contendo as alegações finais da defesa no processo nº 5693233-97.2023.8.09.0093, envolvendo o réu D. S. G. S., acusado de violência doméstica no âmbito do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Comarca de Jataí/GO. A defesa argumenta a ausência de dolo na conduta, com base no art. 403, §3º, do CPP, e solicita a absolvição do réu, a desclassificação da conduta para infração de menor potencial ofensivo ou a aplicação de benefícios legais em caso de eventual condenação. O documento apresenta fundamentos jurídicos baseados no princípio da presunção de inocência, fragilidades nas provas apresentadas e jurisprudências relacionadas.

ALEGACÕES FINAIS - DEFESA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE JATAÍ/GO

Processo nº: 5693233-97.2023.8.09.0093

Réu: D. S. G. S.

PREÂMBULO

D. S. G. S., já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar suas ALEGACÕES FINAIS, com fundamento no art. 403, §3º, do CPP, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

Conforme narrado na denúncia, o réu e a vítima, S. P. de S., conviveram em união estável por 15 anos, sem filhos em comum. Após um episódio de violência doméstica, foram deferidas medidas protetivas em favor da vítima. Contudo, o casal reatou o relacionamento, mesmo com as medidas em vigor.

No dia dos fatos, a vítima estava na residência de uma vizinha quando o réu chegou e, sem motivo aparente, proferiu ofensas verbais e segurou-a pelo braço, causando-lhe uma pequena lesão. Posteriormente, o réu perseguiu o veículo em que a vítima estava e continuou a ofendê-la na casa da genitora da vítima.

O réu nega as acusações e afirma que jamais teve intenção de causar qualquer lesão à vítima, sendo que o ocorrido foi um ato involuntário em meio a uma discussão.

DO DIREITO

Inicialmente, é importante destacar que o réu não teve a intenção de praticar o ato que lhe foi imputado. A conduta descrita pela vítima, de "segurar pelo braço", não caracteriza, por si só, o dolo necessário para a configuração do crime previsto no art. 129, §13º, do CP.

Conforme o princípio da presunção de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88, cabe à acusação o ônus de provar, de forma inequívoca, a intenção do réu em causar a lesão. No caso em tela, as provas apresentadas não são suficientes para afastar a dúvida razoável quanto à ausência de dolo.

Ademais, a palavra da vítima, embora relevante em casos de violência doméstica, deve ser analisada com cautela e corroborada por outros elementos probatórios, conforme entendimento consolidado nos tribunais superiores. No presente caso, a narrativa da vítima apresenta fragilidades, especialmente porque o próprio laudo pericial atesta que a lesão"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação penal movida contra o réu D. S. G. S., acusado de prática de violência doméstica, conforme descrito nos autos do processo nº 5693233-97.2023.8.09.0093. Os fatos narrados incluem agressões físicas e verbais contra a vítima, S. P. de S., que resultaram em lesão leve.

A defesa alega ausência de dolo na conduta do réu, requerendo sua absolvição com fundamento no art. 386, III, do CPP, ou, subsidiariamente, a desclassificação da conduta para infração de menor potencial ofensivo.

II. Fundamentação

1. Dos Fatos e Provas

Conforme os autos, a vítima relatou que foi segurada pelo braço pelo réu, o que teria causado uma pequena lesão. O laudo pericial confirma a lesão leve, compatível com a narrativa da vítima. No entanto, a análise dos depoimentos e das provas apresentadas demonstra fragilidades na narrativa acusatória, sem elementos que confirmem a intenção dolosa por parte do réu.

A palavra da vítima, ainda que relevante, carece de corroboramento por outros elementos probatórios robustos, conforme entendimento consolidado pela jurisprudência. O princípio do in dubio pro reo impõe que, na ausência de certeza quanto à culpa do réu, deve prevalecer a presunção de inocência, conforme o art. 5º, LVII, da Constituição Federal.

2. Do Direito Aplicável

A conduta descrita, de \"segurar pelo braço\", não preenche os requisitos do dolo necessário para a configuração do crime previsto no art. 129, §13º, do Código Penal. A ausência de intenção deliberada em causar lesão à vítima caracteriza, no máximo, uma infração de menor potencial ofensivo.

Ademais, o princípio da intervenção mínima do Direito Penal preconiza que este deve ser utilizado apenas em situações excepcionais, quando outros ramos do Direito não forem suficientes para a tutela do bem jurídico. No presente caso, a aplicação de medidas alternativas seria mais adequada.

3. Jurisprudência

Destaco os seguintes precedentes sobre a matéria:

  • TJSP (13ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: A palavra da vítima é relevante, mas deve ser corroborada por outros elementos de prova.
  • TJSP (16ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: Declarações da vítima consideradas seguras e confirmadas por outras provas.
  • TJSP (10ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: Conjunto probatório suficiente para a manutenção de condenação.

No caso em tela, o conjunto probatório não é suficientemente robusto para sustentar a condenação.

III. Conclusão e Voto

Com base no exame dos fatos e fundamentos jurídicos apresentados, voto no sentido de dar procedência parcial ao pedido da defesa, nos seguintes termos:

  • Absolvo o réu, D. S. G. S., da acusação de violência doméstica, com fundamento no art. 386, III, do Código de Processo Penal, considerando a ausência de dolo na conduta imputada.
  • Determino, subsidiariamente, caso não acolhida a absolvição, a desclassificação da conduta para infração de menor potencial ofensivo, com aplicação de penalidade alternativa, em conformidade com o princípio da proporcionalidade e a primariedade do réu.

Este é o voto que submeto ao colegiado, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige decisões fundamentadas, garantindo a transparência e a segurança jurídica.

IV. Dispositivo

Ante o exposto, julgo procedente o pedido da defesa para absolver o réu nos termos acima expostos. Determino, ainda, a revogação de eventuais medidas cautelares impostas ao réu, salvo aquelas que visem à proteção da vítima, caso necessário.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Jataí/GO, ___ de __________ de 2023.

_____________________________________
Magistrado
Juiz de Direito


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