Modelo de Apelação Criminal - Pedido de Reforma de Sentença Condenatória em Crime de Violência Doméstica

Publicado em: 17/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Apelação criminal interposta por A. J. da S. contra sentença proferida pelo juízo da Vara Criminal da Comarca da Capital/RJ, que o condenou por lesão corporal no âmbito da violência doméstica (CP, art. 129, §9º, c/c Lei 11.340/2006). O recurso invoca a ausência de provas suficientes para condenação, a fragilidade do conjunto probatório, e a necessidade de aplicação do princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII). Subsidiariamente, requer a desclassificação da conduta para contravenção penal (DL 3.688/41, art. 21) ou a redução da pena imposta. A apelação destaca a ausência de dolo específico, lacunas probatórias e a inadequação da sentença ao enfrentar as teses defensivas apresentadas.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

1. PREÂMBULO

A. J. da S., já qualificado nos autos da Ação Penal n.º 0000000-00.2023.8.19.0001, que lhe move o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CPP, art. 593, I, interpor a presente

APELAÇÃO CRIMINAL

contra a r. sentença proferida pelo Juízo da ___ Vara Criminal da Comarca da Capital, que o condenou pela prática do crime previsto no CP, art. 129, §9º, combinado com a Lei 11.340/2006, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

2. TEMPESTIVIDADE

A presente apelação é tempestiva, tendo em vista que a sentença foi publicada em __/__/____, iniciando-se o prazo recursal em __/__/____, sendo este interposto dentro do prazo legal de 5 (cinco) dias, conforme dispõe o CPP, art. 593, caput.

3. DOS FATOS

O apelante foi denunciado e posteriormente condenado pela prática de lesão corporal no âmbito da violência doméstica, com fundamento no CP, art. 129, §9º, por, supostamente, ter agredido fisicamente sua companheira, M. F. de S. L., no interior da residência do casal.

Segundo a denúncia, o apelante teria puxado os cabelos da vítima e causado lesão em seu dedo polegar esquerdo. A vítima, em seus depoimentos, confirmou a agressão, embora tenha manifestado, por três vezes, o desejo de não prosseguir com o processo.

Em sua defesa, o apelante negou veementemente os fatos, sustentando que não houve agressão física, mas apenas uma discussão verbal. A única testemunha de defesa ouvida confirmou que não presenciou os fatos.

Apesar da fragilidade do conjunto probatório, o juízo a quo entendeu por bem condenar o apelante, fixando-lhe pena privativa de liberdade em regime aberto, com sursis e valor mínimo de indenização à vítima.

4. DO DIREITO

A sentença merece reforma, pois não há nos autos prova suficiente da autoria e da materialidade do delito imputado ao apelante.

Em primeiro lugar, a palavra da vítima, embora tenha valor probatório relevante em casos de violência doméstica, não pode ser considerada isoladamente, sem o devido suporte em outros elementos de convicção. No presente caso, o laudo técnico não é conclusivo quanto à origem da lesão, e a única testemunha ouvida não presenciou os fatos.

Ademais, a própria vítima manifestou, por três vezes, o desejo de não prosseguir com a ação penal, o que, embora não impeça a persecução criminal (conforme Súmula 542 do STJ), revela a ausência de interesse e a possível ausência de dolo específico por parte do apelante.

O princípio da presunção de inocência, previsto no CF/88, art. 5º, LVII, impõe que a condenação penal somente se dê quando houver prova cabal da autoria e da materialidade do delito, o que não se verifica no caso concreto.

Além disso, a sentença não enfrentou de forma adequada as teses defensivas apresentadas nas alegações finais, especialmente quanto à aus�"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I - Relatório

Trata-se de apelação criminal interposta por A. J. da S., nos autos da Ação Penal n.º 0000000-00.2023.8.19.0001, contra sentença proferida pelo Juízo da ___ Vara Criminal da Comarca da Capital, que o condenou pela prática do delito previsto no art. 129, §9º, do Código Penal, combinado com a Lei 11.340/2006, fixando-lhe pena privativa de liberdade em regime aberto, com sursis e fixação de valor mínimo de indenização à vítima.

Sustenta o apelante, em síntese, a ausência de provas suficientes para a condenação, requerendo sua absolvição com base no art. 386, VII, do Código de Processo Penal. Subsidiariamente, pleiteia a desclassificação para a contravenção penal do art. 21 do Decreto-Lei 3.688/41, ou a redução da pena imposta.

II - Fundamentação

1. Do Conhecimento do Recurso

O recurso é tempestivo, preenche os requisitos legais de admissibilidade e deve ser conhecido.

2. Do Mérito

Conforme se extrai dos autos, a condenação do apelante se deu com base, essencialmente, na palavra da vítima, que relatou, em sede policial e judicial, ter sido agredida fisicamente pelo réu, seu companheiro à época dos fatos, dentro da residência do casal.

Embora a palavra da vítima, em casos de violência doméstica, possua especial relevância probatória, conforme entendimento consolidado na jurisprudência dos tribunais pátrios, tal narrativa deve ser corroborada por outros elementos de prova.

No caso em apreço, o laudo técnico constante dos autos não é conclusivo quanto à origem da lesão apresentada pela vítima. A única testemunha ouvida pela defesa declarou não ter presenciado os fatos. Ademais, a vítima manifestou, por três vezes, o desejo de não prosseguir com o feito criminal, o que, embora não impeça a persecução penal, revela fragilidade quanto à configuração do dolo específico do agente.

Destaca-se, ainda, que a sentença condenatória não enfrentou, de forma fundamentada, as teses defensivas apresentadas nas alegações finais, especialmente quanto à ausência de dolo e à possibilidade de desclassificação da conduta para a contravenção penal de vias de fato, o que configura violação ao art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige fundamentação adequada de todas as decisões judiciais.

Nos termos do art. 5º, inciso LVII, da Constituição da República, "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Assim, diante da dúvida razoável acerca da autoria e da materialidade do delito, impõe-se a aplicação do princípio do in dubio pro reo.

III - Dispositivo

Ante o exposto, com base no art. 93, IX, da Constituição da República, VOTO no sentido de CONHECER da apelação e DAR-LHE PROVIMENTO para REFORMAR a sentença de primeiro grau e ABSOLVER o apelante A. J. da S., com fundamento no art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, por não restar provada a materialidade e autoria do delito imputado.

É como voto.

Rio de Janeiro, ___ de __________ de 2025.

_____________________________________
Desembargador Relator


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