Modelo de Razões de Apelação em Ação Penal por Lesão Corporal no Âmbito de Violência Doméstica com Pedido de Absolvição e Subsidiariamente de Redução de Indenização

Publicado em: 16/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Apelação interposta por C. D. M. D. contra sentença condenatória proferida pela ___ Vara Criminal da Comarca de ____________, que o condenou à pena de 1 ano de reclusão, em regime aberto, e ao pagamento de R$2.000,00 como reparação por danos morais. A defesa alega fragilidade do conjunto probatório, contradições nas provas e ausência de dolo, pleiteando a absolvição com base no princípio do in dubio pro reo. Subsidiariamente, requer a redução do valor indenizatório. Fundamentada em dispositivos legais, como CPC/2015, art. 1.009, CPP, art. 386, VII, e CF/88, art. 5º, LVII, e em jurisprudências do TJRJ e STJ.

RAZÕES DE APELAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Processo nº: 0000000-00.2023.8.19.0001
Apelante: C. D. M. D.
Apelado: Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

C. D. M. D., já qualificado nos autos da Ação Penal em epígrafe, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 1.009, interpor as presentes RAZÕES DE APELAÇÃO contra a respeitável sentença proferida pelo Juízo da ___ Vara Criminal da Comarca de ____________, que o condenou pela suposta prática do crime previsto no CP, art. 129, §13, requerendo o recebimento e regular processamento do presente recurso, com posterior remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

2. PRELIMINARES

Não se vislumbra, neste momento, preliminar de nulidade absoluta ou relativa a ser arguida. Passa-se, portanto, à análise do mérito recursal.

3. DOS FATOS

O apelante foi denunciado e posteriormente condenado pela suposta prática do crime de lesão corporal no âmbito da violência doméstica, com fundamento no CP, art. 129, §13, à pena de 1 (um) ano de reclusão, em regime inicial aberto, com suspensão condicional da pena, além da fixação de valor mínimo de R$2.000,00 (dois mil reais) a título de reparação por danos morais.

Contudo, a condenação se deu com base em um conjunto probatório frágil, marcado por contradições e ausência de elementos objetivos que comprovem a autoria e a materialidade do delito imputado ao apelante. O próprio réu, em seu interrogatório, admitiu apenas a existência de uma discussão verbal com sua companheira, negando veementemente qualquer agressão física.

Ademais, não há nos autos prova inequívoca de que as supostas lesões corporais tenham sido causadas pelo apelante, tampouco que tenha havido dolo em sua conduta. A dúvida sobre a dinâmica dos fatos deve conduzir à absolvição, nos termos do princípio do in dubio pro reo.

4. DO DIREITO

A sentença condenatória proferida pelo juízo a quo merece reforma, pois não há nos autos prova robusta e inequívoca da prática do crime de lesão corporal pelo apelante. Conforme dispõe o CPP, art. 386, VII, o réu deve ser absolvido quando não houver prova suficiente para a condenação.

O princípio da presunção de inocência, consagrado no CF/88, art. 5º, LVII, impõe ao Estado o ônus de demonstrar, de forma cabal, a responsabilidade penal do acusado. No presente caso, a prova testemunhal é contraditória e não se harmoniza com os demais elementos dos autos.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é clara ao afirmar que a palavra da vítima, embora relevante nos crimes de violência doméstica, deve estar corroborada por outros elementos de prova. No caso em tela, tal corroboração inexiste, sendo imperiosa a absolvição do apelante.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Processo:

Número: 0000000-00.2023.8.19.0001
Apelante: C. D. M. D.
Apelado: Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

Voto

Trata-se de recurso de apelação interposto por C. D. M. D. contra sentença proferida pelo juízo da ___ Vara Criminal da Comarca de ____________, que o condenou à pena de 1 (um) ano de reclusão, em regime inicial aberto, pela suposta prática do crime previsto no art. 129, §13, do Código Penal, com suspensão condicional da pena e imposição de reparação por danos morais no valor de R$2.000,00 (dois mil reais).

Em sede preliminar, não se vislumbra qualquer nulidade que deva ser conhecida de ofício, razão pela qual passo ao exame do mérito.

Da análise do mérito

A controvérsia principal reside na suficiência do acervo probatório para sustentar a condenação do apelante. Consoante os elementos constantes nos autos, verifica-se que a prova testemunhal apresenta contradições relevantes, não havendo plena harmonia entre os relatos colhidos. Ademais, não há nos autos elementos objetivos que confirmem, de forma inequívoca, a autoria e a materialidade do delito.

O próprio apelante, em seu interrogatório, admitiu apenas a existência de uma discussão verbal com sua companheira, negando qualquer agressão física. A prova técnica também não é conclusiva quanto à origem das lesões. Diante disso, impõe-se o reconhecimento da fragilidade probatória.

O princípio do in dubio pro reo, corolário do princípio da presunção de inocência previsto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, determina que a dúvida razoável deve favorecer o acusado. Ainda, o art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, prevê expressamente a absolvição quando não houver prova suficiente para a condenação.

A jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, bem como do Supremo Tribunal Federal, é firme no sentido de que a palavra da vítima, embora relevante em casos de violência doméstica, deve ser corroborada por outros elementos de prova, o que não se verifica no caso concreto.

Da reparação por danos morais

Ainda que se mantivesse a condenação, verifica-se que a fixação do valor de R$2.000,00 (dois mil reais) como reparação por danos morais não observou os critérios da razoabilidade e da proporcionalidade, sobretudo diante da ausência de comprovação da capacidade econômica do réu e da inexistência de pedido específico e fundamentado, conforme preconiza a Tese 983 do Superior Tribunal de Justiça.

Conclusão

Diante do exposto, em conformidade com o art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige que todas as decisões do Poder Judiciário sejam fundamentadas, conheço do recurso e dou-lhe provimento para reformar integralmente a sentença de primeiro grau, julgando improcedente a pretensão punitiva estatal e, por conseguinte, absolvo o apelante, com fundamento no art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.

É como voto.

Rio de Janeiro, 20 de abril de 2025.

___________________________________________
Desembargador Relator


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