Modelo de Alegações Finais do Acusado em Processo Criminal por Suposto Estelionato com Pedido de Absolvição por Falta de Provas
Publicado em: 02/09/2024 Processo Civil Direito Penal Processo PenalEXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____________
Processo nº ____________
ALEGAÇÕES FINAIS
Nome do Acusado: ____________
Advogado: ____________
OAB nº: ____________
PREÂMBULO
O acusado, A. J. dos S., já qualificado nos autos, por meio de seu advogado constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, com fulcro no art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal (CPP), nos seguintes termos:
DOS FATOS
Conforme consta na denúncia, o acusado teria se dirigido ao estabelecimento comercial pertencente à vítima e adquirido quatro pneus da marca Pirelli, aro 15, no valor de R$ 1.360,00 (mil trezentos e sessenta reais), entregando como pagamento um cheque supostamente emitido por terceiro. Posteriormente, o cheque foi devolvido pelo banco por insuficiência de fundos.
Ademais, a perícia realizada na cártula concluiu tratar-se de falsificação, com características macroscópicas que poderiam ser confundidas com as de um cheque autêntico.
DO DIREITO
Inicialmente, cumpre destacar que o acusado não pode ser responsabilizado pelos fatos narrados na denúncia, haja vista a ausência de provas robustas que demonstrem, de forma inequívoca, sua participação no delito descrito no art. 171 do Código Penal (CP).
1. DA AUSÊNCIA DE PROVAS ROBUSTAS
Conforme entendimento consolidado, a condenação criminal exige prova cabal e inequívoca da autoria e materialidade do delito. No presente caso, não há elementos suficientes que comprovem que o acusado tenha agido com dolo ou que tenha ciência da falsidade do cheque apresentado.
O princípio do in dubio pro reo, consagrado no art. 386, VII, do CPP, deve ser aplicado, considerando a fragilidade das provas apresentadas pela acusação.
2. DA AUSÊNCIA DE DOLO
O dolo é elemento essencial para a configuração do crime de estelionato. No entanto, não há nos autos qualquer elemento que demonstre que o acusado tenha agido com a intenção de obter vantagem ilícita em prejuízo da vítima. A simples devolução do cheque por insuficiência de fundos não é suficiente para caracterizar o dolo exigido pelo tipo penal.