Modelo de Alegações Finais do Acusado em Processo Criminal por Suposto Estelionato com Pedido de Absolvição por Falta de Provas

Publicado em: 02/09/2024 Processo Civil Direito Penal Processo Penal
Documento legal referente às alegações finais apresentadas pelo acusado em processo criminal por suposta prática do crime de estelionato (art. 171 do Código Penal), envolvendo a utilização de cheque falsificado em transação comercial. O texto fundamenta o pedido de absolvição, destacando a ausência de provas robustas, inexistência de dolo e a aplicação do princípio "in dubio pro reo". Além disso, solicita-se, subsidiariamente, a aplicação da pena mínima com substituição por penas restritivas de direitos, caso não seja acolhido o pedido principal. Inclui jurisprudências relevantes e pedidos direcionados à justiça com base no art. 386, VII, do CPP.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____________

Processo nº ____________

ALEGAÇÕES FINAIS

Nome do Acusado: ____________

Advogado: ____________

OAB nº: ____________

PREÂMBULO

O acusado, A. J. dos S., já qualificado nos autos, por meio de seu advogado constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, com fulcro no art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal (CPP), nos seguintes termos:

DOS FATOS

Conforme consta na denúncia, o acusado teria se dirigido ao estabelecimento comercial pertencente à vítima e adquirido quatro pneus da marca Pirelli, aro 15, no valor de R$ 1.360,00 (mil trezentos e sessenta reais), entregando como pagamento um cheque supostamente emitido por terceiro. Posteriormente, o cheque foi devolvido pelo banco por insuficiência de fundos.

Ademais, a perícia realizada na cártula concluiu tratar-se de falsificação, com características macroscópicas que poderiam ser confundidas com as de um cheque autêntico.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o acusado não pode ser responsabilizado pelos fatos narrados na denúncia, haja vista a ausência de provas robustas que demonstrem, de forma inequívoca, sua participação no delito descrito no art. 171 do Código Penal (CP).

1. DA AUSÊNCIA DE PROVAS ROBUSTAS

Conforme entendimento consolidado, a condenação criminal exige prova cabal e inequívoca da autoria e materialidade do delito. No presente caso, não há elementos suficientes que comprovem que o acusado tenha agido com dolo ou que tenha ciência da falsidade do cheque apresentado.

O princípio do in dubio pro reo, consagrado no art. 386, VII, do CPP, deve ser aplicado, considerando a fragilidade das provas apresentadas pela acusação.

2. DA AUSÊNCIA DE DOLO

O dolo é elemento essencial para a configuração do crime de estelionato. No entanto, não há nos autos qualquer elemento que demonstre que o acusado tenha agido com a intenção de obter vantagem ilícita em prejuízo da vítima. A simples devolução do cheque por insuficiência de fundos não é suficiente para caracterizar o dolo exigido pelo tipo penal.

...


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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares
Simulação de Voto

Simulação de Voto

Excelentíssimo Senhor(a) Juiz(a)

Trata-se de recurso interposto nos autos do processo nº ____________, em que figura como acusado A. J. dos S., denunciado pela prática do crime de estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal, em razão de suposta emissão de cheque falso como forma de pagamento em transação comercial.

Relatório

Segundo consta nos autos, o acusado teria adquirido produtos no valor de R$ 1.360,00 (mil trezentos e sessenta reais), utilizando cheque que posteriormente foi devolvido pelo banco em razão de insuficiência de fundos. Laudo pericial constatou que o cheque apresentava sinais de falsificação. A defesa, por sua vez, sustenta ausência de dolo e insuficiência de provas, requerendo a absolvição do imputado.

Voto

Fundamentação

Nos termos do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise dos fatos e fundamentos jurídicos aplicáveis ao caso.

1. Da Insuficiência de Provas

A análise dos autos revela que não há elementos probatórios suficientes para fundamentar uma condenação criminal. A palavra da vítima, isoladamente, não é capaz de sustentar a autoria delitiva, especialmente em casos que demandam prova inequívoca da materialidade e da autoria.

O princípio do in dubio pro reo, consagrado no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, estabelece que, havendo dúvida razoável quanto à autoria ou materialidade do delito, deve prevalecer a absolvição. No presente caso, a fragilidade das provas impede qualquer conclusão condenatória.

2. Da Ausência de Dolo

O crime de estelionato exige a demonstração do elemento subjetivo do tipo penal, qual seja, o dolo específico de obter vantagem ilícita em prejuízo alheio. A mera devolução do cheque por insuficiência de fundos não é suficiente para comprovar a intenção dolosa do acusado.

Ademais, não há nos autos qualquer elemento que demonstre, de forma inequívoca, que o acusado tinha ciência da falsidade do cheque utilizado na transação comercial.

3. Da Aplicação do Entendimento Jurisprudencial

A jurisprudência pátria é pacífica ao exigir provas robustas para a condenação em casos de estelionato. Cito como exemplo:

“A fragilidade probatória que sustenta a condenação do réu pelo delito de estelionato impõe a aplicação do princípio in dubio pro reo, considerando a inexistência de provas robustas que demonstrem a participação do réu nos fatos.”

(TJSP, Apelação Criminal Acórdão/TJSP, Rel. Des. Xisto Albarelli Rangel Neto, j. 25/11/2024)

Conclusão

Diante do exposto, conheço do recurso interposto e, no mérito, julgo procedente o pedido da defesa, para absolver o acusado A. J. dos S., com fundamento no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, em razão da inexistência de provas suficientes para a condenação.

É como voto.

Local e data

__________________________

Magistrado(a)


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