Modelo de Alegações Finais do Requerido em Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável com Pedido de Exclusão de Bem Particular e Litigância de Má-Fé

Publicado em: 07/03/2025 CivelProcesso Civil Familia
Documento de alegações finais apresentado pelo requerido em ação de reconhecimento e dissolução de união estável, protocolado na 4ª Vara da Família e Sucessões de Teresina – PI. O requerente argumenta a inexistência de união estável no período indicado, contesta a autenticidade dos documentos apresentados pela parte adversa e solicita a exclusão de bem particular da partilha, com fundamento no Código Civil de 2002 e no Código de Processo Civil de 2015. Requer, ainda, aplicação de penalidades à requerente por litigância de má-fé e condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DE TERESINA – PI

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

ALEGAÇÕES FINAIS

Requerido: F. I. P.

Requerente: D. L. de C.

F. I. P., já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado regularmente constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, com fundamento no CPC/2015, art. 364, expondo e requerendo o que segue:

PREÂMBULO

As presentes alegações finais têm como objetivo demonstrar a inexistência de união estável entre as partes no período alegado pela requerente, bem como refutar as alegações infundadas e os documentos inverídicos apresentados pela mesma, que visam prejudicar o requerido e obter vantagens indevidas.

DOS FATOS

Conforme apurado nos autos, a requerente, D. L. de C., ajuizou a presente ação de reconhecimento e dissolução de união estável, alegando que manteve relacionamento com o requerido entre os anos de 2014 e 2015, do qual teria resultado o nascimento do filho menor, F. D. I. P.

Contudo, a requerente apresentou documentos que não condizem com a realidade, tais como:

  • Documentos falsos de outro filho, com o intuito de insinuar que o filho do casal possui transtornos inexistentes;
  • Comprovantes de parcelamento de energia elétrica que não pertencem ao imóvel em questão, mas que foram apresentados como se fossem relativos ao imóvel do requerido.

Além disso, restou comprovado nos autos que o imóvel mencionado pela requerente foi adquirido pelo requerido antes do início do suposto relacionamento, sendo, portanto, bem particular e não passível de partilha.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que, para o reconhecimento de união estável, é imprescindível a comprovação de convivência pública, contínua e duradoura, com objetivo de constituição de família, conforme disposto no CCB/2002, art. 1.723. No presente caso, a requerente não conseguiu demonstrar a existência de tais requisitos.

Ademais, a apresentação de documentos falsos pela requerente configura grave afronta à dignidade da justiça, devendo ser reprimida nos termos do CPC/2015, art. 139, III, que estabelece ser incumbência do juiz prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça.

No que tange ao imóvel mencionado, restou devidamente comprovado que o mesmo foi adquirido pelo requerido antes do início do suposto relacionamento, sendo, portanto, bem particular, nos termos do CCB/2002, art. 1.659, I.

Por fim, a tentativa da requerente de atribuir ao filho do casal transtornos inexistentes, mediante a apresentação de documentos falsos, demonstra má-fé e abuso do direito de litigar, devendo ser aplicada a penalidade prevista no CPC/2015, art. 80.

JURISPRUDÊNCIAS...


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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Requerente: D. L. de C.

Requerido: F. I. P.

Relatório

Trata-se de ação de reconhecimento e dissolução de união estável ajuizada pela requerente, D. L. de C., em face do requerido, F. I. P., alegando a existência de convivência pública, contínua e duradoura entre os anos de 2014 e 2015, da qual teria resultado o nascimento de um filho menor.

O requerido, por sua vez, contestou as alegações, afirmando a inexistência de união estável e apresentando provas que contestam os documentos juntados pela parte autora.

Fundamentação

Dos Fatos

Analisando os elementos constantes nos autos, verifica-se que a requerente não conseguiu demonstrar a convivência pública, contínua e duradoura, com o intuito de constituição de família, indispensável para caracterizar a união estável, conforme preceitua o artigo 1.723 do Código Civil.

Conforme apurado, os documentos apresentados pela autora, como comprovantes de residência e outros documentos falsos, não correspondem à realidade e foram devidamente impugnados pelo requerido.

Do Direito

A comprovação de união estável exige que a parte autora demonstre, de maneira clara e inequívoca, os requisitos previstos no artigo 1.723 do Código Civil, o que não ocorreu no presente caso. Além disso, a apresentação de documentos inverídicos pela requerente configura litigância de má-fé, conforme artigo 80 do Código de Processo Civil.

No que tange ao imóvel mencionado, restou comprovado que foi adquirido pelo requerido antes do período alegado como de convivência, tratando-se de bem particular e, portanto, excluído da partilha, conforme o artigo 1.659, inciso I, do Código Civil.

Jurisprudência

Os tribunais têm reiteradamente reconhecido a necessidade de comprovação robusta para o reconhecimento de união estável, além de reprimir atos contrários à dignidade da justiça. Destaco as ementas a seguir:

\"Ação declaratória e indenizatória. Hipótese em que sérios indícios de abuso do direito de litigar vêm sendo constatados, a consubstanciar a denominada advocacia predatória (...). Correção do decreto de extinção do processo, nos termos do CPC, art. 485, VI.\" (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. João Camillo de Almeida Prado Costa, j. em 20/01/2025)

\"Ação declaratória e indenizatória. Hipótese em que descumpriu o autor a juntada de procuração com firma reconhecida (...). Medida imprescindível para prevenir fraudes na propositura de ações judiciais.\" (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. João Camillo de Almeida Prado Costa, j. em 24/10/2024)

Dispositivo

Diante do exposto, voto pela improcedência do pedido formulado por D. L. de C., ante a ausência de comprovação dos requisitos para o reconhecimento de união estável, nos termos do artigo 1.723 do Código Civil.

Determino, ainda, a exclusão do imóvel mencionado da partilha, por se tratar de bem particular do requerido, conforme artigo 1.659, inciso I, do Código Civil.

Condeno a requerente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa, bem como à aplicação da penalidade por litigância de má-fé, nos termos do artigo 80 do Código de Processo Civil.

Conclusão

Assim, julgo improcedente o pedido da requerente.

É como voto.

[LOCAL], [DATA]

Magistrado: [NOME DO MAGISTRADO]


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