Modelo de Alegações Finais do Réu em Ação de Reintegração de Posse: Defesa de Posse Mansa, Pacífica e de Boa-Fé, com Impugnação de Esbulho e Pedido de Manutenção da Posse e Indenização por Benfeitorias

Publicado em: 07/11/2024 Civel Direito Imobiliário
Modelo de alegações finais por escrito apresentadas pelo réu em ação de reintegração de posse, proposta pela viúva do antigo proprietário de imóvel, na qual o réu demonstra ter adquirido o bem de boa-fé, comprova posse pública, mansa e pacífica desde 2016, impugna a existência de esbulho possessório e ausência de notificação extrajudicial, além de requerer a improcedência da demanda. O documento aborda os requisitos do art. 561 do CPC/2015, destaca a fragilidade da prova da autora quanto à posse anterior e ao esbulho, apresenta fundamentos jurídicos e jurisprudenciais, e pleiteia o reconhecimento da boa-fé do réu, bem como indenização por benfeitorias, caso deferida a reintegração.

ALEGAÇÕES FINAIS POR ESCRITO DO RÉU

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ª Vara Cível da Comarca de Fortaleza/CE.

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DO PROCESSO

Processo nº: __________
Autor: M. F. da S. (viúva do falecido)
Réu: A. J. dos S.
Endereço eletrônico do autor: __________
Endereço eletrônico do réu: __________
Estado civil do autor: viúva; profissão: __________; CPF: __________; domicílio e residência: __________.
Estado civil do réu: casado; profissão: __________; CPF: __________; domicílio e residência: __________.

3. SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de ação de reintegração de posse ajuizada por M. F. da S., viúva do falecido proprietário do imóvel situado à __________, alegando que referido bem teria sido esbulhado por terceiro, posteriormente vendido ao réu A. J. dos S.. O réu adquiriu o imóvel de boa-fé de terceiro, construiu benfeitorias e nele reside com sua família desde o ano de 2016, fato incontroverso nos autos.

O suposto invasor indicado na inicial jamais foi localizado, não tendo sido possível sua citação ou identificação precisa. Em audiência, a autora trouxe testemunha que relatou, com base em fatos de 2010, que o imóvel era do falecido e que teria havido ocupação enquanto este estava doente. O réu, por sua vez, contestou a ação, juntando documentos que comprovam a aquisição do imóvel, a realização de benfeitorias e a posse mansa, pacífica e de boa-fé desde a compra.

Ressalte-se que o réu jamais foi notificado extrajudicialmente para desocupar o imóvel, tampouco praticou qualquer ato de violência ou clandestinidade, sendo sua posse pública, contínua e de conhecimento de todos na vizinhança.

4. DOS ARGUMENTOS DO AUTOR

A autora fundamenta seu pedido na alegação de que o imóvel pertencia ao seu falecido esposo, tendo sido objeto de esbulho por terceiro não identificado, que posteriormente teria transferido a posse ao réu. Sustenta que, em razão do falecimento do proprietário e da suposta ocupação irregular, faz jus à reintegração de posse, invocando o direito possessório previsto no CPC/2015, art. 561 e no CCB/2002, art. 1.196.

Em audiência, buscou corroborar sua versão por meio de testemunha que afirmou ter conhecimento da posse do falecido até 2010, bem como da suposta ocupação do imóvel durante o período de doença do proprietário. A autora alega, ainda, que a posse do réu seria precária e derivada de esbulho, razão pela qual não poderia ser protegida pelo ordenamento jurídico.

Por fim, requer a reintegração na posse do imóvel e eventual indenização por perdas e danos, caso reconhecida a má-fé do réu.

5. DA DEFESA DO RÉU

O réu, A. J. dos S., apresentou contestação robustamente instruída, demonstrando que adquiriu o imóvel de terceiro, de boa-fé, mediante negócio jurídico regular, tendo realizado benfeitorias e estabelecido moradia com sua família desde 2016. Sua posse sempre foi mansa, pacífica, contínua e pública, inexistindo qualquer ato de violência, clandestinidade ou precariedade.

Ressalta-se que o réu jamais foi notificado extrajudicialmente para desocupar o imóvel, não havendo, portanto, configuração de esbulho possessório. A ausência de localização do suposto invasor e a inexistência de prova cabal da posse anterior da autora ou de seu falecido esposo, após 2016, fragilizam sobremaneira a pretensão reintegratória.

O réu destaca, ainda, que a testemunha ouvida em audiência baseou-se em fatos pretéritos (2010), não tendo presenciado a alegada invasão ou esbulho, tampouco soube precisar a data ou as circunstâncias da suposta perda da posse. Ademais, a autora não logrou demonstrar a cadeia possessória ininterrupta, tampouco a data do alegado esbulho, requisitos essenciais para o êxito da ação possessória (CPC/2015, art. 561).

Por fim, o réu reitera sua boa-fé, a inexistência de má-fé ou de qualquer conduta reprovável, pugnando pela improcedência da demanda, com a manutenção de sua posse e o reconhecimento das benfeitorias realizadas.

6. DO DIREITO

6.1 DOS REQUISITOS DA AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE

A ação de reintegração de posse exige, nos termos do CPC/2015, art. 561, a demonstração cumulativa de: (i) posse anterior do autor; (ii) esbulho praticado pelo réu; (iii) data do esbulho; e (iv) perda da posse. Tais requisitos são de ordem pública e devem ser comprovados de forma inequívoca pelo autor (CPC/2015, art. 373, I).

No caso em tela, a autora não comprovou a posse do imóvel após 2016, tampouco a data e as circunstâncias do suposto esbulho. A testemunha apresentada referiu-se a fatos de 2010, não tendo presenciado qualquer ato de invasão ou perda"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
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Simulação de Voto

VOTO

Trata-se de ação de reintegração de posse ajuizada por M. F. da S., viúva do falecido proprietário do imóvel situado à __________, alegando que o bem teria sido esbulhado por terceiro, posteriormente vendido ao réu A. J. dos S.. Consta que o réu adquiriu o imóvel de boa-fé de terceiro e reside no local com sua família desde 2016, tendo realizado benfeitorias, fato incontroverso nos autos.

1. Do conhecimento do recurso

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido, nos termos do art. 485 e seguintes do Código de Processo Civil.

2. Dos fatos e fundamentos

A autora fundamenta seu pedido na alegação de que o imóvel pertencia ao seu falecido esposo, tendo sido objeto de esbulho por terceiro não identificado, que teria transferido a posse ao réu. Em audiência, testemunha confirmou a posse do falecido até 2010 e mencionou ocupação durante sua doença, não tendo, contudo, presenciado a suposta invasão ou esbulho.

O réu, por sua vez, apresentou documentação hábil a comprovar a aquisição regular do imóvel, a realização de benfeitorias e a posse mansa, pacífica, contínua e pública desde 2016, inexistindo qualquer registro de notificação extrajudicial ou ato de violência, clandestinidade ou precariedade de sua posse.

Conforme o art. 561 do CPC/2015, para o deferimento da reintegração de posse faz-se necessária a demonstração cumulativa de: (i) posse anterior do autor; (ii) esbulho praticado pelo réu; (iii) data do esbulho; e (iv) perda da posse.

No caso em apreço, a autora não logrou êxito em demonstrar a posse efetiva após 2016, tampouco a data e as circunstâncias do alegado esbulho. A prova testemunhal restringiu-se a fatos anteriores a 2010, e não foi possível identificar o suposto invasor. Ademais, não houve comprovação de que o réu tenha praticado qualquer ato de esbulho, sendo sua posse pública, contínua e de boa-fé.

Ressalto que o direito à proteção possessória exige demonstração inequívoca dos requisitos legais, não bastando a mera alegação de propriedade ou posse remota. A jurisprudência é pacífica no sentido de que a ausência desses elementos leva à improcedência da demanda, como se verifica dos julgados do TJRJ (Apelação Acórdão/TJRJ) e TJSP (Apelação Cível Acórdão/TJSP).

Destaco, ainda, o princípio da boa-fé objetiva, previsto no art. 422 do Código Civil, que deve ser prestigiado quando ausentes indícios de má-fé ou conduta dolosa. O réu exerceu sua posse de forma legítima e pacífica, tendo direito à proteção possessória e à indenização pelas benfeitorias eventualmente reconhecida, nos termos do art. 1.201 e 1.219 do Código Civil.

3. Fundamentação constitucional

O presente voto encontra respaldo no artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, observo o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, princípios que norteiam o Estado Democrático de Direito.

4. Dispositivo

Diante do exposto, com fulcro no art. 561 do CPC/2015, art. 373, I, do CPC/2015, arts. 1.201 e 1.219 do Código Civil, e art. 93, IX, da Constituição Federal, JULGO IMPROCEDENTE o pedido de reintegração de posse formulado por M. F. da S., mantendo a posse do imóvel em favor do réu A. J. dos S. e sua família.

Reconheço, ainda, a boa-fé do réu e, por consequência, a inexistência de esbulho possessório.

Condeno a autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC/2015, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, salvo se beneficiária da justiça gratuita.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

5. Considerações finais

É como voto.


Fortaleza/CE, ____ de ___________ de 2024.

Juiz de Direito


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