Modelo de Alegações Finais por Memorial em Ação de Reintegração de Posse com Contestação de Esbulho Possessório e Defesa da Posse Justa, Mansa e Pacífica

Publicado em: 11/10/2024 CivelProcesso Civil
Documento jurídico apresentando alegações finais por memorial em uma ação de reintegração de posse movida por usufrutuária contra a ré, ex-nora, que reside no imóvel há 19 anos. O texto contesta o esbulho possessório, fundamenta a legitimidade da posse da ré com base no CPC/2015, art. 561, e na boa-fé, e reforça a ausência de posse direta da autora. Inclui jurisprudências favoráveis, pedidos de improcedência da ação e a condenação da autora em custas processuais e honorários advocatícios.

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de __________ – Tribunal de Justiça do Estado

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

M. F. de S. L., já qualificada nos autos da Ação de Reintegração de Posse que lhe move A. J. dos S., vem, por seu advogado infra-assinado, com fundamento no CPC/2015, art. 364, §2º, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL, expondo, para tanto, as razões de fato e de direito a seguir articuladas.

3. SÍNTESE DOS FATOS

A presente demanda foi ajuizada por A. J. dos S., na qualidade de usufrutuária do imóvel situado na Rua ____________, sob o fundamento de que a ré, sua ex-nora, estaria ocupando indevidamente o imóvel e, por isso, pleiteia a reintegração de posse.

Ocorre que a ré, M. F. de S. L., reside no imóvel há mais de 19 (dezenove) anos, desde o início de sua união estável com o filho da autora, com quem constituiu família e criou seus filhos. A posse sempre se deu de forma justa, mansa e pacífica, sem qualquer oposição ou contestação por parte da autora durante todo esse período.

A autora, usufrutuária do imóvel, jamais exerceu posse direta sobre o bem, tampouco demonstrou qualquer ato de esbulho por parte da ré. A presente ação, portanto, carece dos requisitos legais para a concessão da reintegração de posse.

4. PRELIMINARES (SE HOUVER)

Não se vislumbra, no presente caso, qualquer preliminar processual impeditiva da análise do mérito. A petição inicial preenche os requisitos do CPC/2015, art. 319, e não há vícios que ensejem extinção sem resolução do mérito.

5. DO DIREITO

A ação de reintegração de posse está disciplinada no CPC/2015, art. 561, que exige a demonstração cumulativa de três requisitos: (i) posse anterior do autor; (ii) esbulho praticado pelo réu; e (iii) data do esbulho. A ausência de qualquer desses elementos inviabiliza o acolhimento do pedido.

No presente caso, a autora não logrou demonstrar a posse direta e anterior sobre o imóvel. Ao contrário, a ré reside no imóvel há quase duas décadas, com ciência e anuência da autora, o que descaracteriza qualquer alegação de esbulho possessório.

A posse exercida pela ré é legítima, contínua e pacífica, conforme dispõe o CC/2002, art. 1.196, sendo vedada a reintegração de posse contra quem exerce posse de boa-fé e por longo período, sem oposição.

Ademais, a jurisprudência é pacífica no sentido"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de Ação de Reintegração de Posse proposta por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L., sob o fundamento de que a ré estaria ocupando indevidamente o imóvel do qual a autora detém usufruto, pleiteando, por conseguinte, a reintegração da posse.

A controvérsia reside na existência, ou não, de esbulho possessório, nos termos do art. 561 do Código de Processo Civil de 2015, sendo imprescindível a demonstração de três requisitos cumulativos: (i) posse anterior pelo autor; (ii) esbulho por parte do réu; e (iii) perda da posse em data recente.

Após análise detida dos autos, verifico que a autora não logrou êxito em comprovar a posse direta e anterior sobre o imóvel. A ré, por sua vez, demonstrou residir no bem litigioso há mais de 19 (dezenove) anos, desde a constituição de união estável com o filho da autora, posse essa exercida de forma mansa, pacífica e de boa-fé.

O longo lapso temporal de convivência no imóvel, aliado à ausência de qualquer manifestação contrária da autora ao longo de quase duas décadas, corrobora a tese de composse e descaracteriza o alegado esbulho possessório. Conforme dispõe o art. 1.196 do Código Civil, "considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade".

Ademais, é pacífico o entendimento jurisprudencial de que a existência de composse entre as partes, sem oposição anterior, afasta a configuração do esbulho. Destaco, nesse sentido, a Apelação Cível n.º 0023722-05.2018.8.19.0042, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que reconheceu que "a composse afasta o argumento de esbulho possessório".

A Constituição Federal de 1988, no art. 93, inciso IX, impõe que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade. Nesse sentido, fundamento o presente voto na ausência de demonstração dos requisitos legais exigidos para a concessão de reintegração de posse, bem como na consolidação da posse da ré, que se revela legítima, contínua e de boa-fé.

Também não há qualquer vício processual a ensejar extinção sem resolução do mérito, conforme previsto no art. 319 do CPC/2015, estando a petição inicial formalmente apta.

Dispositivo

Diante do exposto, com base nos fundamentos legais e constitucionais acima delineados, JULGO IMPROCEDENTE o pedido formulado por A. J. dos S. na presente Ação de Reintegração de Posse, reconhecendo a legitimidade da posse exercida por M. F. de S. L., por ser justa, mansa e pacífica.

Condeno a autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

Assim voto.

Comarca de ____________, data de __ de ________ de 2025.

___________________________________________
Juiz de Direito


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