Modelo de Ação de Reintegração de Posse em Face de Posseiros Não Identificados com Fundamentação no CPC/2015

Publicado em: 19/03/2025 CivelProcesso Civil
Modelo de petição inicial para Ação de Reintegração de Posse, fundamentada no CPC/2015, art. 560 e CPC/2015, art. 561. O documento é direcionado ao Juiz de Direito da Vara Cível competente e tem como objetivo pleitear a reintegração da posse de imóvel ocupado irregularmente por posseiros não identificados. A peça apresenta os requisitos legais necessários, como a comprovação da posse anterior, o esbulho possessório, a data do esbulho e a perda da posse pelo requerente, além de incluir pedidos de liminar, citação por edital, produção de provas e fixação de valor da causa.

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [LOCALIDADE]

[NOME COMPLETO DO AUTOR], brasileiro(a), estado civil, profissão, portador(a) do CPF nº [número], RG nº [número], residente e domiciliado(a) na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], por meio de seu advogado, devidamente constituído nos termos do instrumento de mandato anexo, com escritório profissional situado na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail do advogado], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 560 e seguintes, propor a presente

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE

em face de POSSEIROS NÃO IDENTIFICADOS, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

PREÂMBULO

Conforme disposto no CPC/2015, art. 319, o Autor apresenta os elementos essenciais da presente ação, requerendo a reintegração de posse do imóvel descrito nos autos, atualmente ocupado por posseiros não identificados, que praticaram esbulho possessório, conforme será demonstrado.

DOS FATOS

O Autor é legítimo possuidor do imóvel situado na [endereço completo], conforme comprova a escritura pública de compra e venda anexa. O imóvel vinha sendo regularmente utilizado pelo Autor até o dia [data], quando foi surpreendido pela ocupação irregular e clandestina de posseiros não identificados.

Os invasores, de forma violenta e sem qualquer autorização, adentraram o imóvel, subtraindo a posse legítima do Autor. Desde então, o Autor vem sendo impedido de exercer sua posse, configurando-se o esbulho possessório, nos termos do CPC/2015, art. 561.

O Autor tentou resolver a situação de forma amigável, mas, em razão de os ocupantes serem desconhecidos e não identificados, não foi possível qualquer diálogo ou solução extrajudicial.

DO DIREITO

Nos termos do CPC/2015, art. 560, a ação de reintegração de posse é cabível para proteger o possuidor que foi esbulhado de sua posse. Para tanto, o Autor deve comprovar:

  • A sua posse anterior;
  • A prática do esbulho por parte dos réus;
  • A data do esbulho;
  • A perda da posse.

O Autor é legítimo possuidor do imóvel, conforme comprova a documentação anexa. O esbulho ocorreu de forma clandestina e violenta, impedindo o Autor de exercer sua posse. A data do esbulho é identificada como [data], quando o Autor constatou a ocupação irregular.

Ademais, o CPC/2015, art. 561, estabelece que o possuidor tem direito à reintegração de posse quando demonstrados os requisitos acima, o que se verifica no caso em tela.

Por fim, destaca-se que a proteção possessória não depende da discussão sobre a propriedade do bem, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.

JURISPRUDÊNCIAS

Segue abaixo a jurisprudência que corrobora os argumentos apresentados:

1. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - PRELIMINARES

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Ação de Reintegração de Posse proposta por [NOME COMPLETO DO AUTOR], na condição de legítimo possuidor do imóvel situado na [endereço completo], em face de posseiros não identificados que, conforme alegado, praticaram esbulho possessório ao ocuparem, de forma clandestina e violenta, o referido imóvel, impedindo o Autor de exercer sua posse legítima.

O Autor fundamenta sua pretensão no CPC/2015, art. 560 e seguintes, requerendo a reintegração de posse, cumulada com a concessão de liminar nos termos do CPC/2015, art. 562.

Fundamentação

1. Da competência do magistrado e do devido processo legal

Nos termos da CF/88, art. 93, IX, toda decisão judicial deve ser devidamente fundamentada, sob pena de nulidade. O presente voto observou, rigorosamente, o princípio do devido processo legal, garantindo-se o contraditório e a ampla defesa nos limites da lei processual.

2. Dos requisitos para a reintegração de posse

O CPC/2015, art. 561 exige que o autor da ação de reintegração de posse demonstre:

  • A sua posse anterior;
  • A prática do esbulho por parte dos réus;
  • A data do esbulho;
  • A perda da posse.

No caso em comento, verifico que o Autor apresentou provas documentais suficientes, como a escritura pública de compra e venda do imóvel, indicando ser ele legítimo possuidor. Ademais, o relato de que o esbulho ocorreu no dia [data], quando o Autor foi surpreendido pela ocupação irregular, atende ao requisito temporal do CPC/2015, art. 561.

Por fim, quanto à perda da posse, resta evidente que o Autor foi impedido de exercer sua posse em razão da ocupação clandestina e violenta, conforme narrado na inicial e corroborado pela ausência de autorização para o uso do imóvel pelos réus.

3. Da proteção possessória

A ação possessória é meio processual adequado para proteger o possuidor, independentemente da discussão sobre a propriedade do bem, conforme entendimento consolidado nos tribunais pátrios. A jurisprudência destaca que:

“Ao autor da ação de reintegração de posse incumbe comprovar a sua posse prévia, o esbulho praticado pelo réu, a data desse esbulho e a perda da posse, nos termos do CPC/2015, art. 561.” (Jurisprudência 3)

Portanto, preenchidos os requisitos legais, deve ser reconhecido o direito do Autor à reintegração de posse.

4. Da concessão de liminar

O CPC/2015, art. 562 autoriza a concessão de liminar para reintegração de posse quando comprovados os requisitos do CPC/2015, art. 561 e havendo justo receio de dano irreparável. No caso, a ocupação irregular do imóvel impede o Autor de exercer sua posse, configurando prejuízo irreparável. Assim, é cabível a concessão da medida liminar.

5. Da ausência de identificação dos réus

Em razão de os réus serem desconhecidos, a citação por edital, conforme requerido pelo Autor, é medida indispensável e compatível com o caso concreto.

Dispositivo

Ante o exposto, voto no sentido de:

  1. Conhecer da ação, uma vez cumpridos os requisitos processuais;
  2. Conceder a medida liminar para reintegração de posse, nos termos do CPC/2015, art. 562;
  3. Julgar procedente o pedido, confirmando a reintegração de posse do imóvel em favor do Autor;
  4. Determinar a citação dos réus por edital;
  5. Condenar os réus, se identificados, ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

É como voto.

Conclusão

Diante das provas carreadas aos autos e da análise jurídica realizada, entendo plenamente preenchidos os requisitos para a concessão da medida pleiteada, resguardando-se, assim, o direito possessório do Autor.

[Localidade], [data].

[NOME DO MAGISTRADO]

Juiz de Direito


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