Modelo de Alegações Finais em Ação Anulatória de Negócio Jurídico c/c Restituição de Valores - Vício de Consentimento e Proteção ao Consumidor

Publicado em: 07/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Documento de alegações finais apresentado na 2ª Vara Cível de Ceilândia/DF em ação anulatória de negócio jurídico c/c restituição de valores. O autor foi induzido a erro ao acreditar estar adquirindo ágio de imóvel financiado, mas firmou contrato de adesão a consórcio. Fundamentado no Código de Defesa do Consumidor e no Código Civil, o pedido busca a anulação do contrato por vício de consentimento, restituição imediata dos valores pagos e inversão do ônus da prova. O documento aborda princípios como boa-fé objetiva e função social do contrato, além de jurisprudências e legislação aplicáveis.

ALEGAÇÕES FINAIS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DE CEILÂNDIA/DF

Processo nº: 070XXXX-XX.202X.8.07.0003

Autor: S. M. O. de F.

Réu: [Nome da empresa ré, conforme consta nos autos]

S. M. O. de F., já qualificado nos autos da AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO C/C RESTITUIÇÃO DE VALORES que move em face de [Nome da empresa ré], por intermédio da Defensoria Pública do Distrito Federal, vem, respeitosamente, apresentar suas

ALEGAÇÕES FINAIS

com fundamento no CPC/2015, art. 364, § 2º, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:


DOS FATOS

O autor foi induzido a erro ao acreditar estar adquirindo o ágio de um imóvel financiado, quando, na realidade, firmou contrato de adesão a um consórcio, sob a promessa de contemplação imediata. Após o pagamento de valores exigidos como entrada, foi compelido a assinar o contrato, confiando na informação de que receberia a carta de crédito de forma imediata.

Contudo, ao perceber que se tratava de um consórcio e não de um financiamento imobiliário, tentou desfazer o negócio, sem obter qualquer retorno da empresa ré. A conduta da ré, portanto, caracteriza vício de consentimento, nos termos do CCB/2002, art. 138, e violação ao princípio da boa-fé objetiva e ao direito à informação, previsto no CDC, art. 6º, III.

As provas documentais e testemunhais constantes dos autos demonstram de forma inequívoca que o autor não desejava aderir a um consórcio, mas sim adquirir um imóvel financiado, sendo induzido a erro por propaganda enganosa e omissão de informações essenciais.


DO DIREITO

A relação jurídica entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor, conforme previsão expressa do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, uma vez que o autor é destinatário final do serviço e a ré se enquadra como fornecedora.

O contrato firmado deve ser analisado à luz da Lei 11.795/2008, que regula os sistemas de consórcio. Nos termos da Lei 11.795/2008, art. 22, a restituição dos valores pagos pelo consorciado desistente deve ocorrer ao final do grupo, salvo se comprovada a má-fé da administradora ou vício de consentimento, como no presente caso.

O autor foi levado a erro substancial, o que torna o negócio jurídico anulável, nos termos do CCB/2002, art. 138. A ausência de informação clara e adequada sobre a real natureza do contrato, aliada à promessa enganosa de contemplação imediata, configura vício de vontade, o que justifica a anulação do contrato e a restituição imediata dos valores pagos.

Ademais, o princípio da boa-fé objetiva impõe às partes o dever de lealdade e transparência nas relações contratuais. A conduta da ré violou esse princípio, ao induzir o autor a contratar com base em informações falsas ou incompletas.

O princípio da isonomia entre os consorciados, previsto na Lei 11.795/2008, art. 2º, § 1º, não pode ser invocado para justificar a manutenção de cláusulas abusivas ou a perpetuação de um contrato fi"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

Introdução

O presente voto aborda a interpretação hermenêutica dos fatos e fundamentos constitucionais e legais, relativos à ação anulatória de negócio jurídico cumulada com restituição de valores, conforme exposto nos autos do processo nº 070XXXX-XX.202X.8.07.0003, em trâmite na 2ª Vara Cível de Ceilândia/DF.

Dos Fatos

A demanda apresentada pelo autor, S. M. O. de F., refere-se à indução a erro ao acreditar que estaria adquirindo o ágio de um imóvel financiado, quando na verdade firmou contrato de adesão a um consórcio. O autor alega ter sido induzido a assinar o contrato sob a promessa de contemplação imediata, o que não ocorreu, caracterizando vício de consentimento.

As provas constantes nos autos demonstram que a ré, [Nome da empresa ré], omitiu informações essenciais e violou o princípio da boa-fé objetiva, resultando em prejuízo ao autor.

Do Direito

A relação jurídica entre as partes é regida pelo CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, uma vez que o autor é destinatário final do serviço e a ré se enquadra como fornecedora.

Nos termos do CCB/2002, art. 138, a ocorrência de erro substancial torna o negócio jurídico anulável. O contrato firmado entre as partes apresenta vício de consentimento, comprovado pela ausência de informações claras sobre a real natureza do negócio, configurando a violação ao princípio da boa-fé objetiva e ao direito à informação, conforme o CDC, art. 6º, III.

Além disso, a Lei 11.795/2008, que regula o sistema de consórcios, prevê em sua Lei 11.795/2008, art. 22 que, salvo má-fé ou vício de consentimento, a restituição dos valores pagos deve ocorrer ao final do grupo. No entanto, o presente caso excepciona essa regra, devido à comprovação de vício de consentimento e má-fé na conduta da ré.

Jurisprudências

Embora existam precedentes no sentido de que a restituição dos valores de consórcios deve ocorrer ao final do grupo, os elementos dos autos afastam a aplicação desses entendimentos, haja vista a clara demonstração de erro substancial e violação da boa-fé objetiva.

Destaco a distinção em relação aos precedentes apresentados pela ré, nos quais não houve comprovação de vício de consentimento. No caso em tela, há robusta evidência documental e testemunhal que comprova a indução a erro, justificando a anulação do contrato e a imediata restituição dos valores pagos.

Conclusão e Voto

À luz dos fundamentos constitucionais e legais apresentados, especialmente a CF/88, art. 93, IX, que exige que as decisões sejam devidamente fundamentadas, voto pela procedência do pedido formulado na inicial, pelos seguintes motivos:

  1. Reconhecimento da anulação do negócio jurídico firmado entre as partes, ante a comprovação de vício de consentimento;
  2. Restituição imediata dos valores pagos pelo autor, corrigidos monetariamente e acrescidos de juros legais;
  3. Condenação da ré ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do CPC/2015, art. 85;
  4. Reconhecimento da aplicação do Código de Defesa do Consumidor à relação jurídica estabelecida, com a consequente inversão do ônus da prova, conforme o CDC, art. 6º, VIII.

A conduta da ré violou os princípios da boa-fé objetiva e da transparência, frustrando a legítima expectativa do autor em adquirir um imóvel financiado. A procedência da demanda é medida que se impõe para resguardar os direitos do consumidor.

Dispositivo

Diante do exposto, julgo procedente a ação para anular o contrato firmado entre as partes e determinar a restituição imediata dos valores pagos pelo autor, nos termos acima fundamentados.

Ceilândia/DF, [data atual]

[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Réplica à Contestação em Ação Anulatória de Negócio Jurídico com Devolução de Mercadoria por Defeito Aparente e Pedido de Restituição de Valores

Modelo de Réplica à Contestação em Ação Anulatória de Negócio Jurídico com Devolução de Mercadoria por Defeito Aparente e Pedido de Restituição de Valores

Publicado em: 01/10/2024 CivelProcesso CivilConsumidor

Documento jurídico elaborado no âmbito de uma ação anulatória de negócio jurídico envolvendo defeito aparente em produto adquirido pelo autor, cumulada com pedido de restituição de valores pagos e indenização por danos morais. A peça apresenta réplica à contestação da ré MAGAZINE LUIZA S/A, abordando os fundamentos do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e do Código de Processo Civil (CPC/2015), além de contrapor as alegações da ré quanto à inexistência de vício, ao prazo de reclamação e à suposta ausência de danos morais. O autor pleiteia a manutenção da tutela antecipada, a procedência da ação e a condenação da ré ao pagamento de indenização e custas processuais.

Acessar

Modelo de Ação Anulatória de Escritura Pública de Cessão de Direitos Hereditários: Pedido de Nulidade por Vício de Consentimento e Resguardo de Direitos Sucessórios

Modelo de Ação Anulatória de Escritura Pública de Cessão de Direitos Hereditários: Pedido de Nulidade por Vício de Consentimento e Resguardo de Direitos Sucessórios

Publicado em: 12/02/2025 CivelProcesso CivilConsumidor

Petição inicial que visa anular uma escritura pública de cessão de direitos hereditários, firmada mediante erro essencial e ausência de assistência jurídica adequada. O autor, herdeiro legítimo, alega vício de consentimento no ato jurídico, prejudicando seus direitos sucessórios. Fundamentação embasada nos artigos 171, II, e 178 do Código Civil, com pedido de tutela provisória, citação da ré e declaração de nulidade do negócio jurídico. Inclui jurisprudências pertinentes e requerimentos processuais.

Acessar

Modelo de Pedido de Anulação de Cláusula de Acordo Extrajudicial Homologado por Vício de Consentimento

Modelo de Pedido de Anulação de Cláusula de Acordo Extrajudicial Homologado por Vício de Consentimento

Publicado em: 25/07/2024 CivelProcesso CivilConsumidor

Ação Anulatória apresentada por A. J. dos S. contra cláusula de acordo extrajudicial homologado judicialmente. Fundamentada nos artigos 138, 139 e 171, II, do Código Civil e no artigo 966, §1º, do CPC/2015, a ação busca a anulação de cláusula contratual devido a vício de consentimento, decorrente de redação ambígua e erro substancial, que causaram prejuízo ao autor. Inclui pedidos de citação da parte ré, condenação ao pagamento integral da dívida e custas processuais, além da produção de provas e audiência de conciliação.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.