Modelo de Réplica à Contestação em Ação Anulatória de Negócio Jurídico com Devolução de Mercadoria por Defeito Aparente e Pedido de Restituição de Valores

Publicado em: 01/10/2024 CivelConsumidor
Documento jurídico elaborado no âmbito de uma ação anulatória de negócio jurídico envolvendo defeito aparente em produto adquirido pelo autor, cumulada com pedido de restituição de valores pagos e indenização por danos morais. A peça apresenta réplica à contestação da ré MAGAZINE LUIZA S/A, abordando os fundamentos do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e do Código de Processo Civil (CPC/2015), além de contrapor as alegações da ré quanto à inexistência de vício, ao prazo de reclamação e à suposta ausência de danos morais. O autor pleiteia a manutenção da tutela antecipada, a procedência da ação e a condenação da ré ao pagamento de indenização e custas processuais.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CAMPO MOURÃO – PR

Processo nº 5001194-30.2023.8.21.0083

AUTOR: G. P. da S.

RÉUS: MAGAZINE LUIZA S/A e ATLAS INDÚSTRIA DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

G. P. da S., já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 350, apresentar RÉPLICA À CONTESTAÇÃO apresentada pela ré MAGAZINE LUIZA S/A, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

PREÂMBULO

Trata-se de ação anulatória de negócio jurídico, com devolução de mercadoria por defeito aparente e restituição de valores pagos, cumulada com pedido de tutela antecipada, a qual foi deferida por este juízo, determinando que a ré receba a devolução do produto, arque com as despesas de transporte e seja impedida de inscrever o nome do autor nos cadastros de restrição ao crédito.

Em sua contestação, a ré MAGAZINE LUIZA S/A alegou, em síntese, que o produto foi entregue em perfeitas condições, que o autor não reclamou no prazo legal de 7 dias previsto no CDC, art. 49, e que o valor da compra já foi integralmente estornado. Ainda, sustentou a inexistência de danos morais.

O autor, contudo, refuta integralmente os argumentos apresentados pela ré, conforme exposto a seguir.

DOS FATOS

O autor adquiriu um fogão junto à ré em 28/03/2023, pelo valor de R$ 2.007,72. Ao abrir a embalagem do produto em 06/05/2023, constatou que o mesmo estava avariado, fato que foi imediatamente comunicado à ré.

Apesar de devidamente notificada, a ré se recusou a solucionar o problema, o que obrigou o autor a ingressar com a presente ação. Ressalta-se que a avaria no produto configura defeito aparente, sendo aplicáveis as disposições do CDC, art. 18, que asseguram ao consumidor o direito à substituição do produto ou à restituição do valor pago.

DO DIREITO

1. DA RESPONSABILIDADE PELO DEFEITO APARENTE

Nos termos do CDC, art. 18, os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor. No caso em tela, o fogão adquirido pelo autor apresentou defeito aparente, o que impõe à ré a obrigação de substituí-lo ou restituir o valor pago.

Ademais, o prazo de 30 dias previsto no CDC, art. 26, II, para reclamação de defeitos aparentes em produtos duráveis, deve ser contado a part"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Processo nº: 5001194-30.2023.8.21.0083

Autor: G. P. da S.

Réus: MAGAZINE LUIZA S/A e ATLAS INDÚSTRIA DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA

Relatório

Trata-se de ação anulatória de negócio jurídico, com devolução de mercadoria por defeito aparente, restituição dos valores pagos e pedido de indenização por danos morais. A tutela antecipada foi deferida, determinando a devolução do produto, o arquem das despesas de transporte pela ré e a proibição de inscrição do nome do autor em cadastros de inadimplentes.

A ré, em contestação, alegou que o produto foi entregue em perfeitas condições, que o autor não reclamou no prazo previsto no Código de Defesa do Consumidor (art. 49) e que já realizou o estorno do valor, além de sustentar a inexistência de danos morais.

Por sua vez, o autor refutou os argumentos, afirmando que o defeito foi constatado de forma tempestiva e que os valores pagos não foram devidamente restituídos, além de ter sofrido abalos passíveis de indenização.

Voto

Nos termos do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, passo a fundamentar o presente voto.

1. Do defeito aparente e responsabilidade do fornecedor

O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 18, prevê a responsabilidade solidária dos fornecedores por vícios de qualidade em produtos que os tornem impróprios para o consumo ou lhes diminuam o valor. No caso, o autor comprovou que o produto adquirido apresentava defeito aparente, constatado dentro do prazo legal previsto no artigo 26, inciso II, sendo tempestiva a reclamação realizada.

2. Da devolução e restituição dos valores pagos

Conforme o artigo 18 do CDC, o consumidor tem o direito de optar pela devolução do produto e restituição do valor pago, caso o fornecedor não solucione o problema de maneira adequada. Embora a ré alegue ter realizado o estorno, não há nos autos qualquer comprovação documental desta alegação, o que configura descumprimento de sua obrigação legal, nos termos do artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil.

3. Dos danos morais

A conduta da ré, ao se recusar a solucionar o problema de maneira extrajudicial, obrigou o autor a buscar o Poder Judiciário para ver seus direitos respeitados. Tal conduta extrapola o mero aborrecimento, configurando dano moral indenizável, conforme entendimento consolidado em jurisprudência dos tribunais pátrios.

4. Jurisprudência aplicável

Cito como precedente o seguinte julgado:

“O julgamento antecipado da lide, sem a prévia manifestação do autor sobre a contestação e os documentos que a instruem, configura cerceamento de defesa, pois inviabiliza o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, assegurados pelo artigo 5º, LV, da Constituição Federal.”

(TJSP, ApCiv 1000700-90.2023.8.26.0312, Rel. Des. Flávia Beatriz Goncalez da Silva, 35ª Câmara de Direito Privado, j. 29.01.2025)

Decisão

Ante o exposto, voto pela procedência parcial dos pedidos formulados pelo autor, nos seguintes termos:

  1. Determino a devolução do produto defeituoso pela ré, arcando esta com as despesas de transporte;
  2. Condeno a ré à restituição integral do valor pago pelo autor, devidamente atualizado;
  3. Condeno a ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), em razão dos transtornos causados ao autor;
  4. Condeno a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% do valor da condenação, nos termos do artigo 85, §2º, do CPC.

É como voto.

Campo Mourão – PR, data.

______________________________

Magistrado


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