Modelo de Alegações Finais em Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável com Partilha de Bens e Definição de Obrigações Alimentares

Publicado em: 17/10/2023 CivelProcesso Civil Familia
Documento jurídico contendo as alegações finais em ação de reconhecimento e dissolução de união estável, com pedidos de reconhecimento da convivência, partilha de bens adquiridos durante a união, e definição de obrigações alimentares. Fundamentado no Código Civil e Constituição Federal, o documento aborda os princípios da comunhão parcial de bens e o caráter excepcional da obrigação alimentar, apresentando jurisprudências relevantes e requerendo a análise probatória para decisão da lide.

ALEGAÇÕES FINAIS

AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de __________.

Processo nº __________

A. J. dos S., já qualificado nos autos da presente ação, por intermédio de seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, com fundamento no CPC/2015, art. 364, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A presente ação versa sobre o reconhecimento e a dissolução de união estável havida entre as partes, que conviveram em regime de convivência pública, contínua e duradoura, com objetivo de constituição de família, conforme disposto no CCB/2002, art. 1.723.

O autor e a ré iniciaram a convivência em __/__/____, cessando-a em __/__/____. Durante o período de união, adquiriram bens móveis e imóveis, e houve a contribuição mútua para a formação do patrimônio comum. Contudo, a relação foi rompida devido a incompatibilidades irreconciliáveis.

O autor busca o reconhecimento da união estável, a partilha dos bens adquiridos durante a convivência e a definição de eventuais obrigações alimentares, caso comprovada a necessidade.

DO DIREITO

Nos termos do CCB/2002, art. 1.723, a união estável é reconhecida como entidade familiar, sendo assegurados os direitos e deveres decorrentes dessa relação. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 226, §3º, também confere proteção jurídica à união estável, equiparando-a ao casamento para fins de direitos patrimoniais e pessoais.

Quanto à partilha de bens, o CCB/2002, art. 1.725, estabelece que, salvo contrato escrito em contrário, aplica-se o regime da comunhão parcial de bens, abrangendo aqueles adquiridos onerosamente durante a convivência. Assim, é imprescindível que os bens adquiridos no período da união sejam devidamente partilhados entre as partes.

Em relação à obrigação alimentar, a jurisprudência e a doutrina são uníssonas ao afirmar que tal obrigação somente é devida em caráter excepcional e transitório, quando demonstrada a necessidade de uma das partes e a possibilidade da outra, conforme o binômio necessidade-possibilidade.

Ademais, o CPC/2015, art. 373, I e II, atribui às partes o ônus de comprovar os fatos constitutivos, modificativos ou extintivos de seus direitos, sendo essencial a análise do conjunto probatório para o julgamento da demanda.

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VOTO DO MAGISTRADO

Processo nº __________

Vistos, etc.

1. Relatório

Trata-se de ação de reconhecimento e dissolução de união estável, com pedido de partilha de bens e definição de obrigações alimentares, ajuizada por A. J. dos S. em face de __________. As partes conviveram em regime de convivência pública, contínua e duradoura, com objetivo de constituição de família, conforme alegações e provas constantes nos autos.

O autor pleiteia o reconhecimento da união estável, a partilha dos bens adquiridos onerosamente durante a convivência e a improcedência do pedido de alimentos, caso não comprovada a necessidade pela parte requerida.

2. Fundamentação

2.1 Do Reconhecimento da União Estável

Nos termos do art. 1.723 do Código Civil, a união estável é reconhecida como entidade familiar, sendo assegurados os direitos e deveres decorrentes dessa relação. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 226, §3º, também confere proteção jurídica à união estável, equiparando-a ao casamento para fins de direitos patrimoniais e pessoais.

O conjunto probatório demonstra que a convivência entre as partes foi pública, contínua e duradoura, com objetivo de constituição de família, o que atende aos requisitos legais para o reconhecimento da união estável.

2.2 Da Partilha de Bens

O art. 1.725 do Código Civil prevê que, salvo contrato escrito em contrário, aplica-se à união estável o regime da comunhão parcial de bens, abrangendo aqueles adquiridos onerosamente durante a convivência.

No caso concreto, verifica-se que os bens móveis e imóveis foram adquiridos no período da união estável, sendo, portanto, passíveis de partilha. A divisão deverá seguir o regime da comunhão parcial de bens, observando a proporcionalidade e a contribuição mútua das partes.

2.3 Dos Alimentos

Em relação à obrigação alimentar, a jurisprudência e a doutrina são pacíficas ao afirmar que esta possui caráter excepcional e transitório, devendo ser demonstrada a necessidade da parte requerente e a possibilidade da parte requerida, nos termos do binômio necessidade-possibilidade.

No presente caso, não há elementos suficientes que comprovem a necessidade de alimentos pela parte requerida, motivo pelo qual entendo pela improcedência do pedido de alimentos.

2.4 Análise do Ônus da Prova

O art. 373 do CPC/2015 estabelece que cabe às partes o ônus de comprovar os fatos constitutivos, modificativos ou extintivos de seus direitos. No caso em tela, o autor demonstrou, por meio de documentos e testemunhos, a existência da união estável, bem como a aquisição de bens durante a convivência, cumprindo, assim, seu ônus probatório.

3. Conclusão

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, julgo procedente o pedido, nos seguintes termos:

  1. Reconheço a união estável havida entre as partes no período de __/__/____ a __/__/____;
  2. Determino a partilha dos bens adquiridos onerosamente durante a convivência, na forma do regime de comunhão parcial de bens;
  3. Julgo improcedente o pedido de alimentos, por ausência de comprovação de necessidade;
  4. Condeno a parte requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% do valor da causa, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

4. Dispositivo

Ante o exposto, por tudo o mais que dos autos consta, julgo procedente o pedido inicial, nos termos da fundamentação supra, para reconhecer a união estável, determinar a partilha de bens e julgar improcedente o pedido de alimentos.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Local e data.

__________________________

Nome do Magistrado


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