Modelo de Alegações Finais em Ação de Reconhecimento de União Estável Cumulada com Usucapião Especial Urbano

Publicado em: 14/12/2024 Civel Familia Direito Imobiliário
Este documento apresenta as alegações finais da parte autora em ação de reconhecimento de união estável cumulada com usucapião especial urbano. A autora pleiteia o reconhecimento da união estável com o réu e a declaração de domínio do imóvel em questão, alegando posse mansa, pacífica e ininterrupta por mais de 5 anos, fundamentada no art. 1.240 do Código Civil e no art. 5º, XXIII, da Constituição Federal. São apresentados fundamentos jurídicos, doutrina e jurisprudências para embasar os pedidos, além de uma solicitação para condenação do réu ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

ALEGAÇÕES FINAIS

Processo nº [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da [INSERIR COMARCA], [INSERIR VARA COMPETENTE].

[NOME COMPLETO DA PARTE AUTORA], brasileira, [estado civil], [profissão], portadora do CPF nº [INSERIR], residente e domiciliada na [INSERIR ENDEREÇO], vem, por meio de seu advogado, devidamente constituído nos autos, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, nos autos da ação de Reconhecimento de União Estável cumulada com Usucapião Especial, em face de [NOME COMPLETO DO RÉU], brasileiro, [estado civil], [profissão], portador do CPF nº [INSERIR], residente e domiciliado na [INSERIR ENDEREÇO], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

A autora e o réu mantiveram uma relação de união estável por um período de 9 (nove) anos, durante o qual residiram em imóvel de propriedade do réu, localizado na [INSERIR ENDEREÇO DO IMÓVEL]. Dessa união, nasceu um filho, [NOME DO FILHO], atualmente menor de idade.

Após a separação do casal, ocorrida há mais de 3 (três) anos, o réu deixou de manter qualquer contato com a autora e com o filho, abandonando o imóvel em questão. Desde então, a autora permaneceu na posse mansa, pacífica e ininterrupta do referido bem, exercendo sobre ele todos os atos de posse e administração, com ânimo de dona, sem qualquer oposição por parte do réu.

Diante dessa situação, a autora pleiteia o reconhecimento de sua posse e a declaração de usucapião especial do imóvel, nos termos da legislação vigente.

DO DIREITO

A presente ação encontra fundamento no art. 1.240 do Código Civil Brasileiro (CCB/2002), que dispõe sobre o usucapião especial urbano. Nos termos do dispositivo, aquele que possuir como sua, por 5 (cinco) anos ininterruptos e sem oposição, área urbana de até 250m², utilizando-a para sua moradia ou de sua família, poderá requerer o domínio do imóvel, desde que não seja proprietário de outro bem imóvel.

No caso em tela, restou amplamente demonstrado que a autora exerce a posse mansa, pacífica e ininterrupta do imóvel há mais de 3 (três) anos, desde a separação do casal, totalizando o prazo legal de 5 (cinco) anos somando-se o período de convivência na união estável. Ademais, a posse da autora é caracterizada pelo animus domini, uma vez que ela utiliza o imóvel como sua moradia e de seu filho, sem qualquer oposição do réu.

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de Reconhecimento de União Estável cumulada com Usucapião Especial, movida por [NOME COMPLETO DA PARTE AUTORA] em face de [NOME COMPLETO DO RÉU].

A autora alega que manteve união estável com o réu por 9 (nove) anos, período no qual residiram em imóvel de propriedade do réu. Após a separação, ocorrida há mais de 3 (três) anos, o réu teria abandonado o imóvel, e a autora permaneceu em posse mansa, pacífica e ininterrupta do bem, exercendo sobre ele atos de posse com ânimo de dona.

A demanda é fundamentada na pretensão de reconhecimento da união estável e no pedido de usucapião especial urbano, nos termos do art. 1.240 do Código Civil e da função social da propriedade, prevista no art. 5º, XXIII, da Constituição Federal de 1988.

Fundamentação

O julgamento da presente demanda exige a análise dos fatos narrados e a subsunção às normas jurídicas aplicáveis, bem como a observância aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e da fundamentação das decisões judiciais, conforme previsto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988.

Da União Estável

A união estável encontra amparo no art. 1.723 do Código Civil, que dispõe sobre a convivência pública, contínua e com objetivo de constituição de família. No caso em análise, restou comprovada a convivência duradoura entre as partes, com a prole advinda dessa relação. Assim, reconheço a existência da união estável entre a autora e o réu durante o período de 9 (nove) anos.

Do Usucapião Especial Urbano

O art. 1.240 do Código Civil estabelece os requisitos para o usucapião especial urbano: posse ininterrupta e sem oposição por 5 (cinco) anos de área urbana de até 250m², utilizada como moradia, desde que o possuidor não seja proprietário de outro imóvel. No caso dos autos, é incontroverso que a autora exerce posse mansa, pacífica e ininterrupta do imóvel, com ânimo de dona, há mais de 5 (cinco) anos, somando-se o período de convivência na união estável e após a separação.

A função social da propriedade, prevista no art. 5º, XXIII, da Constituição Federal, reforça o direito da autora à usucapião, uma vez que o imóvel tem sido utilizado para moradia, cumprindo sua finalidade social.

Ademais, a doutrina e a jurisprudência são uníssonas ao reconhecerem o usucapião como instrumento de justiça social, regularizando situações consolidadas de posse prolongada, em conformidade com o princípio da dignidade da pessoa humana.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, julgo a demanda da seguinte forma:

  1. Reconheço a união estável entre a autora e o réu, com todos os efeitos legais decorrentes;
  2. Julgo procedente o pedido de usucapião especial urbano, declarando o domínio do imóvel em favor da autora;
  3. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[LOCAL], [DATA].

___________________________
Magistrado(a)
[NOME DO MAGISTRADO]


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