Modelo de Alegações Finais em Ação Penal por Lesão Corporal Leve

Publicado em: 13/09/2024 Processo Civil Direito Penal Processo Penal
Modelo de alegações finais para ação penal de lesão corporal leve, com pedido de absolvição ou aplicação do princípio da insignificância.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO LUÍS/MA

Processo nº [número do processo]

Acusada: A. C. S.
Advogado: [Nome do Advogado], OAB/[UF] [número]

A. C. S., já qualificada nos autos do processo em epígrafe, por meio de seu advogado, com fulcro no CF/88, art. 5º, LV, CPP, art. 403, §3º, e demais disposições legais pertinentes, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar ALEGAÇÕES FINAIS, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

A denúncia oferecida pelo Ministério Público em face de A. C. S. atribui-lhe a prática do crime previsto no CP, art. 129, §9º, que trata da lesão corporal no contexto de violência doméstica, em razão de desentendimento ocorrido no dia 24 de dezembro de 2023, em uma confraternização familiar.

A vítima, sua tia K., foi lesionada com um soco desferido pela ré, que causou um corte nos supercílios. Após o incidente, A. C. prontamente socorreu a vítima, levando-a à unidade de saúde para tratamento.

Durante a instrução, a vítima confirmou os fatos e reiterou a ausência de interesse em responsabilizar criminalmente a ré. No entanto, o Ministério Público ofereceu denúncia, alegando a confissão da acusada e a existência de antecedentes criminais.

II – DO DIREITO

1. Da ausência de justa causa para condenação e o princípio da intervenção mínima

O direito penal é regido pelo princípio da intervenção mínima, o qual deve ser utilizado como última ratio, ou seja, somente deve ser aplicado quando todas as demais esferas do ordenamento jurídico se mostrarem insuficientes para regular o conflito social. O próprio ordenamento processual penal prevê meios de resolução consensual dos conflitos, como a suspensão condicional do processo, prevista no CPP,  e na Lei 9.099/1995, art. 89.

O comportamento da acusada demonstra arrependimento e a vítima declarou não ter interesse na responsabilização criminal, sendo este um fator importante para considerar a ausência de justa causa para a aplicação da pena de restrição de liberdade. O próprio CF/88, art. 98, I, que instituiu os juizados especiais criminais, reforça a possibilidade de soluções consensuais em crimes de menor potencial ofensivo, como é o caso presente.

2. Da irrelevância da confissão isolada para a condenação

A confissão da acusada, por si só, não pode ser considerada suficiente para condená-la. Embora a ré tenha confessado o fato, o ordenamento jurídico exige a conjugação de outros elementos probatórios que justifiquem a aplicação de uma pena. Além disso, a vítima, embora tenha sido lesionada, não deseja a responsabilização penal da sobrinha, fato que enfraquece a justa causa da persecução penal, especialmente considerando que o CPP, art. 200 permite que a retratação da vítima seja relevante, ainda que em fase avançada do processo.

3. Da inexistência de antecedentes criminais relevantes

O fato de a ré possuir registros em sua folha de antecedentes criminais não implica, necessariamente, a formação de maus antecedentes. O STF e o STJ têm firmes entendimentos de que somen"'>...

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Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

Este modelo de alegações finais foi elaborado para uma defesa no âmbito criminal, onde a acusada foi denunciada por lesão corporal leve em contexto familiar. A defesa explora a ausência de dolo típico de violência doméstica e sugere a aplicação do princípio da insignificância, uma vez que a vítima não deseja a responsabilização penal e a lesão foi de pequena monta.

Conceitos e Definições

  • Princípio da Insignificância: Exclui a tipicidade penal em casos de ofensa irrelevante ao bem jurídico tutelado.
  • Lesão Corporal Leve: Crime previsto no CP, art. 129, que trata de lesões que não colocam em risco a vida ou a integridade física da vítima.

Considerações Finais

Este modelo de alegações finais é adequado para casos em que se busca a absolvição em crimes de menor potencial ofensivo, com base no princípio da insignificância e na ausência de qualificadoras como a violência doméstica.

 

TÍTULO:
ALEGAÇÕES FINAIS EM DEFESA CRIMINAL POR LESÃO CORPORAL EM CONTEXTO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


 

1. Introdução:

As presentes alegações finais têm por objetivo demonstrar que, no caso em tela, a conduta imputada ao acusado não configura crime, devendo ser aplicada a absolvição com fundamento no princípio da insignificância, bem como a exclusão de ilicitude pela ausência de elementos suficientes para a caracterização de lesão corporal grave. A defesa, fundamentada no princípio da ampla defesa e no devido processo legal, destaca ainda a relevância do contexto de violência doméstica e a análise da tipicidade penal à luz dos fatos.

Legislação:

CP, art. 129: Tipifica o crime de lesão corporal, incluindo as circunstâncias agravantes em casos de violência doméstica.

CF/88, art. 5º, LV: Assegura o contraditório e a ampla defesa em processos judiciais.

Jurisprudência:

Lesão Corporal e Violência Doméstica

Defesa Criminal

 


 

2. Lesão Corporal:

No caso dos autos, o crime de lesão corporal previsto no CP, art. 129 exige a comprovação de dano efetivo à integridade física ou à saúde da vítima. A defesa sustenta que a lesão sofrida é de pequena monta e, conforme os elementos trazidos ao processo, não compromete a integridade física da vítima de maneira grave, sendo cabível a aplicação do princípio da insignificância.

Legislação:

CP, art. 129: Tipifica o crime de lesão corporal.

Jurisprudência:

Lesão Corporal e Princípio da Insignificância

Defesa em Lesão Corporal

 


 

3. Princípio da Insignificância:

O princípio da insignificância deve ser aplicado quando a conduta, apesar de formalmente típica, não lesiona significativamente o bem jurídico tutelado. No presente caso, a defesa argumenta que os danos causados à vítima são irrelevantes do ponto de vista penal, configurando mera ocorrência de menor potencial ofensivo, o que afasta a tipicidade material do delito de lesão corporal.

Legislação:

CP, art. 386, III: Prevê a absolvição quando a conduta não constitui fato típico.

Jurisprudência:

Princípio da Insignificância

Insignificância em Lesão Corporal

 


 

4. Violência Doméstica:

Embora a lesão tenha ocorrido em contexto de violência doméstica, a defesa sustenta que não houve gravidade na agressão capaz de configurar um crime, uma vez que os fatos não apresentam elementos suficientes para justificar a aplicação das medidas punitivas previstas na Lei Maria da Penha. Ademais, a aplicação automática da Lei Maria da Penha sem a devida análise do caso concreto pode resultar em penalização desproporcional.

Legislação:

Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha): Disciplina a proteção da mulher em situação de violência doméstica e familiar.

Jurisprudência:

Violência Doméstica

Lei Maria da Penha

 


 

5. Defesa Criminal:

A defesa criminal do acusado se baseia na ausência de elementos suficientes para a caracterização do crime de lesão corporal e na aplicação do princípio da insignificância. Além disso, a análise dos depoimentos demonstra contradições, reforçando a insuficiência de provas para uma condenação. Em face das circunstâncias, é cabível o reconhecimento da ausência de dolo e, consequentemente, a absolvição do acusado.

Legislação:

CF/88, art. 5º, LV: Garante o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Jurisprudência:

Defesa Criminal em Lesão Corporal

Defesa Criminal em Violência Doméstica

 


 

6. Ação Penal:

A presente ação penal foi instaurada com base na denúncia do Ministério Público, que imputou ao réu a prática de lesão corporal no âmbito de violência doméstica. Todavia, os fatos narrados e as provas coligidas durante a instrução processual demonstram que não há elementos suficientes para manter a acusação, sendo a absolvição a medida mais adequada diante da análise jurídica e factual do caso.

Legislação:

CPP, art. 41: Disciplina os requisitos da denúncia ou queixa.

Jurisprudência:

Ação Penal em Lesão Corporal

Defesa em Ação Penal

 


 

7. Defesa Penal:

A defesa penal requer a absolvição do réu, com fundamento na insuficiência probatória e na aplicação do princípio da insignificância. A análise das provas demonstra a ausência de gravidade suficiente para a configuração do crime de lesão corporal, assim como a inexistência de dolo específico por parte do acusado.

Legislação:

CPP, art. 386, VII: Prevê a absolvição do réu por falta de provas.

Jurisprudência:

Defesa Penal

Princípio da Insignificância na Defesa Penal

 


 

Considerações Finais:

Diante do exposto, a defesa requer a absolvição do acusado com base no princípio da insignificância, bem como pela insuficiência de provas aptas a sustentar a condenação pelo crime de lesão corporal no contexto de violência doméstica. A aplicação desproporcional da pena atentaria contra os princípios da razoabilidade e da justiça, cabendo ao juízo reconhecer a ausência de elementos configuradores de crime.

 


 


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