Modelo de Alegações Finais por Memoriais em Ação Penal de Estupro de Vulnerável com Pedido de Nulidade Processual e Absolvição por Falta de Provas
Publicado em: 18/10/2024 Direito Penal Processo PenalALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado ____________.
2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES
Processo nº: ____________
Réu: J. M. da S.
Vítima: M. A. F. da S.
3. SÍNTESE FÁTICA
O Ministério Público ofereceu denúncia contra J. M. da S., imputando-lhe a prática do crime previsto no CP, art. 217-A (estupro de vulnerável), sob alegação de que, em data incerta, teria mantido contato libidinoso com a menor M. A. F. da S., então com 15 (quinze) anos de idade.
Durante a instrução processual, a vítima não compareceu à audiência de instrução e julgamento, inviabilizando sua oitiva judicial. A defesa apresentou negativa de autoria desde o início da persecução penal, sustentando a inexistência de qualquer conduta criminosa por parte do acusado.
Ressalte-se, ainda, que a genitora da suposta vítima, mesmo após os fatos narrados na denúncia, permaneceu convivendo em união estável com o réu, o que demonstra, no mínimo, a ausência de credibilidade da narrativa acusatória.
4. PRELIMINARES
DA NULIDADE PROCESSUAL POR AUSÊNCIA DE PROVA ESSENCIAL
A ausência de oitiva da vítima em juízo comprometeu gravemente o exercício do contraditório e da ampla defesa, princípios constitucionais consagrados no CF/88, art. 5º, LV. A jurisprudência tem reconhecido que, em casos de crimes sexuais, especialmente contra vulneráveis, a palavra da vítima é elemento central de convicção, exigindo-se sua produção sob o crivo do contraditório.
A não realização da prova essencial, aliada à ausência de outros elementos de corroboração, impõe o reconhecimento da nulidade do processo, conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça.
5. DO MÉRITO
A defesa reitera a negativa de autoria apresentada pelo réu desde o início da instrução. Não há nos autos qualquer elemento probatório idôneo que comprove a prática do crime imputado. A única testemunha que poderia esclarecer os fatos – a suposta vítima – não compareceu à audiência, frustrando a produção da principal prova da acusação.
Além disso, a genitora da vítima, que deveria zelar pela proteção da menor, continuou a manter relacionamento afetivo com o réu, mesmo após a suposta ocorrência dos fatos, o que compromete a verossimilhança da narrativa acusatória.
A ausência de laudos psicológicos, sociais ou qualquer outro elemento técnico que pudesse confirmar a versão da denúncia reforça a fragilidade do conjunto probatório.
6. DO DIREITO
O crime de estupro de vulnerável, previsto no CP, art. 217-A, exige prova inequívoca da materialidade e da autoria. Nos termos do CPP, art. 155"'>...