Modelo de Alegações Finais por Memoriais em Ação Penal de Estupro de Vulnerável com Pedido de Nulidade Processual e Absolvição por Falta de Provas

Publicado em: 18/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Petição de alegações finais apresentada pela defesa de acusado em processo penal por estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal). O documento aborda a ausência de oitiva da vítima, a inexistência de provas suficientes e a tese de nulidade processual por violação aos princípios do contraditório e ampla defesa. Requer a anulação do processo ou, subsidiariamente, a absolvição do réu com base no art. 386, VII, do CPP. Inclui jurisprudências pertinentes e fundamentação jurídica robusta.

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado ____________.

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES

Processo nº: ____________
Réu: J. M. da S.
Vítima: M. A. F. da S.

3. SÍNTESE FÁTICA

O Ministério Público ofereceu denúncia contra J. M. da S., imputando-lhe a prática do crime previsto no CP, art. 217-A (estupro de vulnerável), sob alegação de que, em data incerta, teria mantido contato libidinoso com a menor M. A. F. da S., então com 15 (quinze) anos de idade.

Durante a instrução processual, a vítima não compareceu à audiência de instrução e julgamento, inviabilizando sua oitiva judicial. A defesa apresentou negativa de autoria desde o início da persecução penal, sustentando a inexistência de qualquer conduta criminosa por parte do acusado.

Ressalte-se, ainda, que a genitora da suposta vítima, mesmo após os fatos narrados na denúncia, permaneceu convivendo em união estável com o réu, o que demonstra, no mínimo, a ausência de credibilidade da narrativa acusatória.

4. PRELIMINARES

DA NULIDADE PROCESSUAL POR AUSÊNCIA DE PROVA ESSENCIAL
A ausência de oitiva da vítima em juízo comprometeu gravemente o exercício do contraditório e da ampla defesa, princípios constitucionais consagrados no CF/88, art. 5º, LV. A jurisprudência tem reconhecido que, em casos de crimes sexuais, especialmente contra vulneráveis, a palavra da vítima é elemento central de convicção, exigindo-se sua produção sob o crivo do contraditório.

A não realização da prova essencial, aliada à ausência de outros elementos de corroboração, impõe o reconhecimento da nulidade do processo, conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça.

5. DO MÉRITO

A defesa reitera a negativa de autoria apresentada pelo réu desde o início da instrução. Não há nos autos qualquer elemento probatório idôneo que comprove a prática do crime imputado. A única testemunha que poderia esclarecer os fatos – a suposta vítima – não compareceu à audiência, frustrando a produção da principal prova da acusação.

Além disso, a genitora da vítima, que deveria zelar pela proteção da menor, continuou a manter relacionamento afetivo com o réu, mesmo após a suposta ocorrência dos fatos, o que compromete a verossimilhança da narrativa acusatória.

A ausência de laudos psicológicos, sociais ou qualquer outro elemento técnico que pudesse confirmar a versão da denúncia reforça a fragilidade do conjunto probatório.

6. DO DIREITO

O crime de estupro de vulnerável, previsto no CP, art. 217-A, exige prova inequívoca da materialidade e da autoria. Nos termos do CPP, art. 155"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de ação penal proposta pelo Ministério Público em face de J. M. da S., imputando-lhe a prática do crime previsto no art. 217-A do Código Penal, sob a alegação de que teria mantido contato libidinoso com a menor M. A. F. da S., à época com 15 (quinze) anos de idade.

Consta dos autos que, durante a instrução processual, a suposta vítima não compareceu à audiência de instrução e julgamento, inviabilizando sua oitiva judicial, peça essencial à elucidação dos fatos. A defesa sustentou, desde o início, a negativa de autoria, bem como a ausência de provas que pudessem confirmar a materialidade e autoria do delito.

I – Da Preliminar de Nulidade

A ausência da oitiva da vítima compromete, de forma substancial, o exercício do contraditório e da ampla defesa, garantias insculpidas no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal. Em casos de crimes contra a dignidade sexual de vulneráveis, a palavra da vítima é elemento central de convicção, devendo ser colhida sob o crivo do contraditório.

A não realização dessa prova compromete a validade do processo, como reconhecido em diversas decisões do Superior Tribunal de Justiça. Dessa forma, acolho a preliminar arguida pela defesa para declarar a nulidade processual a partir da audiência de instrução e julgamento, por ausência de prova essencial.

II – Do Mérito

Ainda que superada a preliminar, o conjunto probatório constante nos autos é manifestamente insuficiente para sustentar um decreto condenatório. A ausência da oitiva da vítima, somada à inexistência de relatos técnicos, testemunhais ou laudos que corroborem a acusação, impõe a aplicação do princípio do in dubio pro reo.

Ressalte-se, ainda, que a genitora da suposta vítima manteve convívio marital com o réu mesmo após os fatos narrados na denúncia, o que compromete a verossimilhança da acusação e aponta para a fragilidade da narrativa acusatória.

Diante da ausência de elementos suficientes para a condenação, impõe-se a absolvição do acusado, nos termos do art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.

III – Fundamentação Constitucional

Conforme dispõe o art. 93, inciso IX, da Constituição Federal, "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões", sob pena de nulidade. Assim, este voto é proferido com a devida fundamentação, observando a integridade do processo e os princípios constitucionais e legais aplicáveis.

A interpretação hermenêutica dos fatos, à luz dos princípios constitucionais da ampla defesa, contraditório, devido processo legal e presunção de inocência (art. 5º, incisos LIV, LV e LVII, da CF/88), conduz à conclusão de que não há nos autos prova segura da materialidade e autoria do delito.

IV – Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal e no art. 386, VII, do Código de Processo Penal, julgo procedente a preliminar arguida pela defesa para declarar a nulidade do processo a partir da audiência de instrução e julgamento, em razão da ausência de produção da prova essencial (oitiva da vítima).

Subsidiariamente, no mérito, julgo improcedente a pretensão punitiva estatal e absolvo o réu J. M. da S., com fulcro no art. 386, VII, do CPP, por ausência de provas suficientes para a condenação.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Comarca de ____________, ___ de ____________ de 2024.

_______________________________________
Juiz de Direito


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