Modelo de Alegações Finais por Memoriais em Processo Penal com Pedido de Absolvição e Reconhecimento de Nulidades

Publicado em: 12/06/2023 Direito Penal
Modelo de alegações finais por memoriais em processo penal, com base no artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal (CPP). O documento apresenta a defesa técnica do réu, pleiteando a absolvição por ausência de provas ou, subsidiariamente, o reconhecimento de nulidades processuais. Fundamenta-se em princípios constitucionais, como o contraditório, ampla defesa e presunção de inocência, além de jurisprudências do STJ. O pedido inclui a anulação de atos processuais viciados e a produção de novas provas, se necessário.

ALEGACOES FINAIS POR MEMORIAIS

PREÂMBULO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ___.

Processo nº: ___

Requerente: Ministério Público

Requerido: ___

___, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, nos termos do artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal (CPP), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

DOS FATOS

O réu foi denunciado pela prática do crime de ___, previsto no artigo ___ do Código Penal (CP), sob a alegação de que, no dia ___, teria ___. Durante a instrução processual, foram ouvidas testemunhas, realizadas perícias e colhidos elementos probatórios que, conforme será demonstrado, não sustentam a acusação formulada pelo Ministério Público.

A defesa, desde o início, sustentou a inocência do acusado, apresentando elementos que comprovam a ausência de dolo e a inexistência de materialidade e autoria do delito imputado.

DO DIREITO

Conforme preceitua o artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), é assegurado aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. No presente caso, a análise dos elementos probatórios revela que não há fundamento jurídico para a condenação do réu.

O princípio da presunção de inocência, consagrado no artigo 5º, inciso LVII, da CF/88, estabelece que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Assim, cabe ao Ministério Público o ônus de provar, de forma inequívoca, a materialidade e a autoria do delito, o que não ocorreu nos autos.

Ademais, o artigo 386, inciso VII, do CPP, determina que o juiz absolverá o réu quando não houver provas suficientes para a condenação. No caso em tela, as provas apresentadas pela acusação são frágeis e insuficientes para sustentar um decreto condenatório.

DO PRINCÍPIO PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF

O princípio pas de nullité sans grief, previsto no artigo 563 do CPP, estabelece que nenhuma nulidade será declarada se não houver demonstração de prejuízo. No presente caso, a ausência de elementos probatórios robustos e a violação de garantias fundamentais do acusado configuram prejuízo evidente, enseja"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Resumo dos Fatos

O caso em questão trata da denúncia do réu, acusado da prática do crime de ___, tipificado no artigo ___ do Código Penal. Segundo a acusação, o réu teria cometido o suposto delito no dia ___. Durante o processo, testemunhas foram ouvidas, perícias realizadas e provas documentais apresentadas. Contudo, a defesa argumenta que os elementos trazidos pela acusação são insuficientes para comprovar a autoria e a materialidade do crime.

Desde o início, a defesa sustentou a inocência do acusado, ressaltando a ausência de dolo e a inexistência de provas que fundamentem a condenação. Além disso, a defesa alegou que houve violação de garantias constitucionais do réu.

Fundamentos Jurídicos

De acordo com o artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), é assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, a inexistência de provas robustas no presente caso inviabiliza qualquer condenação.

O princípio da presunção de inocência, também previsto no artigo 5º, inciso LVII, da CF/88, reforça que o réu não pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Cabe ao Ministério Público o ônus de provar a prática do delito, o que, segundo a defesa, não ocorreu.

Ademais, o artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal (CPP), prevê que o juiz deve absolver o réu quando as provas apresentadas não forem suficientes para sustentar uma condenação. No caso em análise, os elementos probatórios são frágeis e incapazes de demonstrar a materialidade e a autoria do crime imputado.

Princípio "Pas de Nullité Sans Grief"

O princípio "Pas de Nullité Sans Grief", previsto no artigo 563 do CPP, estabelece que uma nulidade processual só pode ser reconhecida se houver demonstração clara de prejuízo ao réu. A defesa argumenta que a ausência de provas conclusivas e a violação de direitos constitucionais configuram prejuízo evidente, o que exige a nulidade do processo.

Plenitude de Defesa

Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o artigo 5º, inciso XXXVIII, alínea "a", da CF/88, assegura a plenitude de defesa. A defesa destaca que o réu não foi devidamente intimado para constituir novo advogado, nem os autos foram encaminhados à Defensoria Pública, o que configura cerceamento de defesa, conforme entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Jurisprudências Relevantes

1. STJ (6ª T.) - AgRg no HABEAS CORPUS 710.306 - AM: Reconheceu-se a nulidade processual diante da ausência de intimação do acusado para constituir novo defensor, o que resultou em prejuízo claro ao réu, levando à anulação da sentença de pronúncia.

2. STJ (6ª T.) - HABEAS CORPUS 708.007 - RS: Declarou-se a nulidade processual devido à ausência de manifestação do Ministério Público em audiência de instrução e ao protagonismo do magistrado na produção de provas, violando o sistema acusatório e prejudicando a defesa do réu.

Pedidos da Defesa

Diante do exposto, a defesa requer ao juízo:

  • A absolvição do réu com fundamento no artigo 386, inciso VII, do CPP, devido à insuficiência de provas;
  • Subsidiariamente, o reconhecimento das nulidades processuais apontadas, com a anulação dos atos processuais viciados;
  • A intimação do Ministério Público para manifestação, caso necessário;
  • A juntada de novos documentos e a produção de todas as provas admitidas em direito, se pertinente.

Considerações Finais

A defesa reafirma que as provas apresentadas são insuficientes para sustentar uma condenação. Além disso, a violação de garantias fundamentais do réu e a ausência de elementos probatórios robustos configuram nulidades processuais e comprometem a validade do processo.

Por esses motivos, a defesa solicita que seja feita justiça, com a absolvição do réu ou, subsidiariamente, com a anulação dos atos processuais que violaram o direito à ampla defesa e ao contraditório.


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