Modelo de Alegações Finais por Memoriais - Defesa de Acusado em Processo Criminal de Tentativa de Estupro Qualificado
Publicado em: 19/09/2024 Direito Penal Processo PenalEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___
Processo nº ___
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
Sinésio Pantufinha, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fundamento no art. 403, §3º, do Código de Processo Penal (CPP), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
PREÂMBULO
O presente memorial tem como objetivo demonstrar a ausência de provas suficientes para a condenação do acusado, bem como apontar as inconsistências e fragilidades do conjunto probatório apresentado, requerendo, ao final, a absolvição do réu com fulcro no art. 386, VII, do CPP.
DOS FATOS
O acusado, Sinésio Pantufinha, foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática do crime de tentativa de estupro qualificado (CP, art. 213, §1º c/c art. 14, II, c/c art. 61, II, "f"). Segundo a denúncia, o réu teria desenvolvido uma obsessão por Amália Dalva, estagiária 25 anos mais jovem, e, após ser rejeitado, teria afirmado a uma colega de trabalho, Samira Leandra, que teria relações com a vítima, mesmo contra a vontade dela.
Amália Dalva, ao tomar conhecimento do relato, registrou ocorrência policial, afirmando temer o acusado. Contudo, a vítima, que alegou ter 17 anos, não apresentou qualquer documento comprobatório de sua idade, tanto no momento do registro da ocorrência quanto durante a audiência judicial.
O acusado foi preso em flagrante, mas posteriormente colocado em liberdade devido à demora no processo. Durante a instrução, o réu admitiu ter desabafado com Samira Leandra, mas negou qualquer intenção criminosa.
DO DIREITO
1. DA AUSÊNCIA DE PROVAS SUFICIENTES
O Código de Processo Penal, em seu art. 386, VII, estabelece que o réu deve ser absolvido quando não houver provas suficientes para a condenação. No presente caso, a acusação baseia-se exclusivamente em relatos testemunhais frágeis e contraditórios, sem qualquer elemento probatório robusto que demonstre a prática delitiva.
Nos crimes contra a dignidade sexual, a palavra da vítima, embora relevante, deve ser corroborada por outros elementos de prova, especialmente quando há dúvidas quanto à veracidade dos fatos narrados. No caso em tela, a ausência de comprovação documental da idade da vítima compromete a caracterização da qualificadora prevista no CP, art. 213, §1º.
2. DA INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA E APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO IN DUBIO PRO REO
O princípio do in dubio pro reo, consagrado no CPP, art. 386, VII, determina que, na ausência de provas inequívocas, deve-se decidir em favor do acusado. A fragilidade do conjunto probatório, marcada pela ausência de elementos materiais e pela inconsistência dos depoimentos, impede a formação de "'>...