Modelo de Alegações Finais por Memoriais com Pedido de Absolvição por Insuficiência de Provas em Ação Penal por Estupro e Cárcere Privado

Publicado em: 15/04/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de alegações finais por memoriais apresentadas pela defesa em ação penal que trata dos crimes de estupro (CP, art. 213) e cárcere privado com finalidade libidinosa (CP, art. 148, § 1º, II e IV). O documento é dirigido ao Juízo Criminal da Comarca de Porto Nacional – TO e requer a absolvição do réu com base na insuficiência de provas, conforme o CPP, art. 386, VII, aplicando-se o princípio do in dubio pro reo (CF/88, art. 5º, LVII). Fundamenta-se na ausência de elementos materiais, inconsistência dos depoimentos e jurisprudência pertinente.

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de Porto Nacional – TO

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

M. A. C. da S., já qualificado nos autos da Ação Penal nº ____________, que lhe move o Ministério Público do Estado do Tocantins, por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS

com fundamento no CPP, art. 403, § 3º, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O acusado foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática dos crimes previstos no CP, art. 213 (estupro) e CP, art. 148, § 1º, II e IV (cárcere privado com finalidade libidinosa), sob a alegação de que teria abusado sexualmente da vítima V. M. F. da S., após atraí-lo com promessas de ajuda religiosa.

Segundo a denúncia, os fatos teriam ocorrido em 2019, quando o acusado, então apresentado como sacerdote, teria convidado a vítima para Palmas, Tocantins, com a promessa de ajudá-lo a ingressar na vida religiosa. A vítima alega que, ao chegar, foi mantida em local restrito e submetida a atos libidinosos.

O réu, por sua vez, negou veementemente os fatos, afirmando que a ida da vítima foi voluntária, que não houve qualquer restrição de liberdade e tampouco qualquer ato de natureza sexual. Alegou ainda que a vítima tinha pleno conhecimento de sua situação e que não houve qualquer coação ou engano.

4. PRELIMINARES

Não há preliminares a serem suscitadas neste momento.

5. DO MÉRITO

Excelência, a prova dos autos é absolutamente insuficiente para sustentar um decreto condenatório. A versão apresentada pela suposta vítima é contraditória, desprovida de elementos objetivos de corroboração e não encontra respaldo em outras provas produzidas nos autos.

O próprio relato da vítima apresenta lacunas e inconsistências, especialmente no que se refere à suposta privação de liberdade e à prática de atos libidinosos. Não há laudos periciais, testemunhas presenciais ou qualquer outro meio de prova que comprove a materialidade ou a autoria dos delitos imputados ao acusado.

Em seu interrogatório, o réu apresentou versão coerente, esclarecendo que a vítima foi acolhida voluntariamente e que não houve qualquer conduta criminosa. A ausência de antecedentes criminais e o comportamento colaborativo do acusado durante toda a instrução reforçam sua credibilidade.

Assim, diante da ausência de provas robustas e inequívocas, impõe-se a absolvição do acusado, nos termos do CPP, art. 386, VII.

6. DO DIREITO

Nos termos do CPP, art. 386, VII...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de ação penal movida pelo Ministério Público do Estado do Tocantins em face de Marcelo A. C. da S., imputando-lhe a prática dos crimes previstos no CP, art. 213 e CP, art. 148, § 1º, II e IV.

Segundo a denúncia, o acusado teria atraído a vítima com promessas de ajuda religiosa e, posteriormente, cometido atos libidinosos sob condição de privação de liberdade. A defesa, por sua vez, nega veementemente os fatos e sustenta ausência de provas materiais, contradições no depoimento da vítima e inexistência de testemunhas presenciais.

Da Análise dos Fatos e Provas

Após detida análise dos autos, constata-se que a prova produzida não é suficiente para sustentar um juízo condenatório. A palavra da vítima, embora relevante nos crimes contra a dignidade sexual, deve vir acompanhada de outros elementos probatórios que lhe confiram verossimilhança e robustez. No presente caso, o relato da vítima apresenta inconsistências e não foi corroborado por testemunhas ou laudos periciais.

O acusado, em seu interrogatório, apresentou versão coerente e consistente, negando ter praticado qualquer ato ilícito. Não há indícios de que tenha exercido coação ou mantido a vítima em cárcere. A ausência de antecedentes criminais e o comportamento colaborativo durante a instrução processual também devem ser levados em consideração.

Do Direito

Nos termos do CPP, art. 386, VII, o réu deve ser absolvido quando não houver prova suficiente para a condenação. Ademais, a CF/88, art. 5º, inciso LVII, consagra o princípio do in dubio pro reo, segundo o qual ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

É ônus da acusação provar os fatos constitutivos do crime, conforme o CPP, art. 156. Não se pode inverter esse ônus, exigindo do réu demonstração de sua inocência, sob pena de afronta ao devido processo legal e à presunção de inocência.

Da Jurisprudência

Corroborando tal entendimento, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já decidiu que:

“Palavra da vítima que, além de intrinsecamente contraditória, não restou corroborada por outros elementos de prova em juízo [...] nenhuma acusação se presume provada.” (TJRJ – Terceira Câmara Criminal – Apelação Acórdão/TJRJ – Rel. Des. Carlos Eduardo Freire Roboredo – j. 18/06/2024 – DJ 20/06/2024).
“A sentença de condenação pressupõe um exame de cognição exauriente, com base em juízo de certeza, e não de probabilidade [...] as provas existentes nos autos não são seguras para se estabelecer um decreto condenatório [...] aplica-se o princípio do in dubio pro reo.” (TJRJ – Oitava Câmara Criminal – Apelação Acórdão/TJRJ – Rel. Des. Claudio Tavares De Oliveira Junior – j. 07/02/2024 – DJ 15/02/2024).

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CPP, art. 386, inciso VII, e em consonância com a CF/88, art. 5º, inciso LVII, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão punitiva estatal para ABSOLVER o réu M. A. C. da S., por ausência de provas suficientes para a condenação.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Fundamentação Constitucional

Este voto encontra-se devidamente fundamentado nos termos da CF/88, art. 93, IX, que estabelece que \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões\".

Local e Data

Porto Nacional – TO, 15 de julho de 2024.

Juiz de Direito


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