Modelo de Alegações Finais por Memoriais com Pedido de Absolvição por Insuficiência de Provas em Ação Penal por Estupro e Cárcere Privado
Publicado em: 15/04/2025 Direito Penal Processo PenalALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de Porto Nacional – TO
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
M. A. C. da S., já qualificado nos autos da Ação Penal nº ____________, que lhe move o Ministério Público do Estado do Tocantins, por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
com fundamento no CPP, art. 403, § 3º, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
3. SÍNTESE DOS FATOS
O acusado foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática dos crimes previstos no CP, art. 213 (estupro) e CP, art. 148, § 1º, II e IV (cárcere privado com finalidade libidinosa), sob a alegação de que teria abusado sexualmente da vítima V. M. F. da S., após atraí-lo com promessas de ajuda religiosa.
Segundo a denúncia, os fatos teriam ocorrido em 2019, quando o acusado, então apresentado como sacerdote, teria convidado a vítima para Palmas, Tocantins, com a promessa de ajudá-lo a ingressar na vida religiosa. A vítima alega que, ao chegar, foi mantida em local restrito e submetida a atos libidinosos.
O réu, por sua vez, negou veementemente os fatos, afirmando que a ida da vítima foi voluntária, que não houve qualquer restrição de liberdade e tampouco qualquer ato de natureza sexual. Alegou ainda que a vítima tinha pleno conhecimento de sua situação e que não houve qualquer coação ou engano.
4. PRELIMINARES
Não há preliminares a serem suscitadas neste momento.
5. DO MÉRITO
Excelência, a prova dos autos é absolutamente insuficiente para sustentar um decreto condenatório. A versão apresentada pela suposta vítima é contraditória, desprovida de elementos objetivos de corroboração e não encontra respaldo em outras provas produzidas nos autos.
O próprio relato da vítima apresenta lacunas e inconsistências, especialmente no que se refere à suposta privação de liberdade e à prática de atos libidinosos. Não há laudos periciais, testemunhas presenciais ou qualquer outro meio de prova que comprove a materialidade ou a autoria dos delitos imputados ao acusado.
Em seu interrogatório, o réu apresentou versão coerente, esclarecendo que a vítima foi acolhida voluntariamente e que não houve qualquer conduta criminosa. A ausência de antecedentes criminais e o comportamento colaborativo do acusado durante toda a instrução reforçam sua credibilidade.
Assim, diante da ausência de provas robustas e inequívocas, impõe-se a absolvição do acusado, nos termos do CPP, art. 386, VII.
6. DO DIREITO
Nos termos do CPP, art. 386, VII...