Modelo de Alegações Finais por Memoriais em Ação Penal de Roubo Majorado com Pedido de Absolvição por Insuficiência de Provas

Publicado em: 07/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Defesa técnica apresentada em favor do acusado Tício em Ação Penal nº XXXXXXX-XX.2022.8.07.0001, que tramita na ___ Vara Criminal da Comarca de Brasília/DF, visando à absolvição com fundamento no art. 386, VII, do CPP. A peça argumenta a ausência de provas seguras e inequívocas quanto à autoria do crime de roubo majorado (art. 157, §2º, II e §2º-A, I, do CP), enfatizando o reconhecimento parcial e inseguro pela vítima, a inexistência de outros elementos comprobatórios e a violação do contraditório e da ampla defesa. Com base em princípios constitucionais, como a presunção de inocência, e na jurisprudência consolidada, a defesa requer a absolvição ou, subsidiariamente, a desclassificação da conduta, além de intimações exclusivas ao advogado subscritor.

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de Brasília/DF

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

T. (Tício), já qualificado nos autos da Ação Penal nº XXXXXXX-XX.2022.8.07.0001, que lhe move o Ministério Público do Distrito Federal, por intermédio de seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fulcro no CPP, art. 403, §3º, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

3. SÍNTESE FÁTICA

O Ministério Público denunciou T. e M. pela prática do crime de roubo majorado, previsto no CP, art. 157, §2º, II e §2º-A, I, sob a alegação de que, no dia 02 de abril de 2022, por volta das 2h da manhã, nas proximidades do Estádio Mané Garrincha, em Brasília/DF, ambos teriam subtraído, mediante grave ameaça com arma de fogo, o veículo BMW da vítima R.

Segundo a denúncia, M. teria abordado a vítima com a arma em punho, enquanto T. teria dado cobertura à ação. A vítima acionou a polícia imediatamente após o ocorrido. No dia seguinte, o veículo foi localizado com dois indivíduos e um simulacro de arma de fogo.

Em sede policial, R. reconheceu M. com segurança, mas afirmou ter apenas 30% de certeza quanto à participação de T., pois este se encontrava encapuzado e distante no momento do crime.

Diante disso, M. teve sua prisão preventiva decretada, enquanto T. foi beneficiado com liberdade provisória, por ser primário e não ter sido reconhecido com certeza. A denúncia foi recebida e a instrução processual foi regularmente realizada.

4. PRELIMINARES

Não há preliminares a serem arguidas neste momento processual.

5. DO MÉRITO

A imputação feita ao acusado T. não encontra respaldo em provas seguras e inequívocas. A única referência à sua suposta participação no fato criminoso é o reconhecimento inseguro e parcial feito pela vítima, que afirmou ter apenas 30% de certeza quanto à sua identidade, ressaltando que o suposto agente estava encapuzado e distante.

Não há nos autos qualquer outro elemento de prova que vincule T. à prática do crime. Nenhuma testemunha confirmou sua participação, tampouco houve apreensão de objeto com ele que o ligasse ao delito.

A ausência de prova judicializada que comprove a autoria deve conduzir à absolvição do réu, nos termos do CPP, art. 386, VII, pois não se pode condenar alguém com base em meras suposições ou presunções.

6. DO DIREITO

A Constituição Federal assegura, em seu art. 5º, LVII, que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, consagrando o princípio da presunção de inocência.

O CPP, art. 155, estabelece que o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação.

No caso em tela, a única “prova” contra o acusado T. é o reconhecim"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de ação penal movida pelo Ministério Público do Distrito Federal em face de T., imputando-lhe a prática do crime de roubo majorado, previsto no art. 157, §2º, II e §2º-A, I, do Código Penal.

A denúncia narra que, no dia 02 de abril de 2022, por volta das 2h da manhã, nas proximidades do Estádio Mané Garrincha, em Brasília/DF, T. e M. teriam subtraído, mediante grave ameaça com arma de fogo, o veículo da vítima R., sendo que M. teria abordado a vítima diretamente, enquanto T. supostamente dava cobertura à ação.

1. Preliminares

Não há preliminares a serem analisadas, conforme consta nos autos e nas alegações finais da defesa.

2. Mérito

O cerne da controvérsia reside na análise da autoria do crime imputado a T. A única referência direta à sua participação é o reconhecimento parcial e inseguro feito pela vítima, que afirmou ter apenas 30% de certeza quanto à sua identidade, haja vista o fato de o suposto agente estar encapuzado e distante no momento do crime.

Ressalte-se que não há nos autos nenhuma outra prova judicializada que corrobore tal versão. Nenhuma testemunha confirmou a presença de T. no local dos fatos, tampouco houve apreensão de bens ou objetos com o acusado que o ligassem ao delito.

Conforme dispõe o art. 155 do Código de Processo Penal, “o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial”, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente em elementos informativos colhidos na fase inquisitorial.

O reconhecimento realizado pela vítima não foi submetido ao contraditório e tampouco observou as formalidades previstas no art. 226 do CPP. Além disso, jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça e dos Tribunais de Justiça estaduais firmou entendimento no sentido de que o reconhecimento extrajudicial não corroborado por outros elementos de prova é insuficiente para sustentar um decreto condenatório.

A Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso LVII, consagra o princípio da presunção de inocência, estabelecendo que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Não se pode, portanto, condenar alguém com base em incertezas e suposições, sob pena de violação ao devido processo legal e às garantias fundamentais do acusado.

3. Conclusão

Diante da fragilidade probatória, da ausência de comprovação da autoria delitiva e da inexistência de elementos capazes de sustentar a acusação de forma inequívoca, entendo que não há provas suficientes para a condenação de T.

Assim, com fulcro no art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão punitiva estatal e ABSOLVO o acusado T., por não existir prova suficiente para a condenação.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Fundamentação Constitucional

A presente decisão encontra-se devidamente fundamentada, em estrita observância ao disposto no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, que exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade.

5. Encerramento

Brasília/DF, 10 de outubro de 2024.

___________________________________
Juiz de Direito


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