Modelo de Alegações Finais Requerendo Absolvição por Ausência de Provas e Nulidade de Reconhecimento Fotográfico no Processo Criminal por Roubo

Publicado em: 25/03/2025 Direito Penal Processo Penal
Petição de alegações finais apresentada em processo criminal pelo acusado, com base no CPP, art. 403, § 3º. O documento argumenta pela absolvição do réu, denunciado por roubo (CP, art. 157, § 1º, § 2º, II e VII, e § 3º, I), sustentando a ausência de provas suficientes para a condenação, a invalidade do reconhecimento fotográfico realizado fora das formalidades legais (CPP, art. 226) e a violação de direitos constitucionais. Requer-se a absolvição fundamentada no CPP, art. 386, VII, ou, subsidiariamente, a nulidade do reconhecimento fotográfico e a desconsideração dessa prova.

MERITÍSSIMO JUÍZO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____________

Processo nº ____________

 

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos termos do CPP, art. 403, § 3º, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

 

PREÂMBULO

O acusado foi denunciado pela prática do crime previsto no CP, art. 157, § 1º, § 2º, II e VII, e § 3º, I, sob a alegação de que teria, em concurso de pessoas e mediante grave ameaça exercida com emprego de arma de fogo, subtraído bens da vítima. Contudo, a presente peça demonstrará que não há provas suficientes para sustentar a condenação, devendo o réu ser absolvido com fulcro no CPP, art. 386, VII.

 

DOS FATOS

Segundo a denúncia, o acusado teria participado de um roubo, em que a vítima foi abordada por dois indivíduos que usavam capacetes, sendo subtraídos seus bens. A vítima teria realizado um reconhecimento fotográfico do acusado em sua residência, sem a presença de testemunhas, e afirmou que os agressores estavam a cerca de 30 metros de distância, o que impossibilitou a identificação precisa.

O acusado, por sua vez, nega veementemente a autoria do crime. Além disso, testemunhas de defesa confirmaram que, no dia e horário dos fatos, o réu estava em sua residência, ajudando em uma mudança e hospedando as testemunhas. Ademais, o acusado possui uma tatuagem que cobre todo o braço direito, característica que não foi mencionada pela vítima.

 

DO DIREITO

1. DA NEGATIVA DE AUTORIA

O acusado negou a prática do crime em todas as oportunidades em que foi ouvido. Sua versão é corroborada por testemunhas de defesa, que afirmaram que ele estava em sua residência no momento dos fatos, ajudando em uma mudança e hospedando as testemunhas. Tal circunstância inviabiliza a presença do réu no local do crime, configurando álibi robusto e suficiente para afastar a autoria.

2. DA INVALIDADE DO RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO

O reconhecimento fotográfico realizado pela vítima é absolutamente inválido, pois não observou as formalidades previstas no CPP, art. 226. O ato foi realizado na residência da vítima, sem a presença de testemunhas e sem a exibição de fotografias de outros suspeitos, configurando o método conhecido como show up, amplamente repudiado pela jurisprudência.

Além disso, a vítima afirmou que os agressores usavam capacetes e estavam a cerca de 30 metros de distância, o que torna impossível a identificação precisa. A ausência de elementos que corroborem o reconhecimento fotográfico compromete a confiabilidade do procedimento.

3. DA AUSÊNCIA DE PROVAS SUFICIENTES

O conjunto probatório é insuficiente para sustentar a condenação do acus"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Processo nº ____________

 

Voto do Magistrado

Trata-se de análise do processo em que o réu, FULANO DE TAL, foi denunciado pela prática do crime previsto no CP, art. 157, § 1º, § 2º, II e VII, e § 3º, I. Após a instrução processual, a matéria encontra-se em condições de julgamento.

 

Da Fundamentação

1. A Negativa de Autoria

O réu, desde o início da persecução penal, negou a prática do crime. Sua versão foi corroborada por testemunhas de defesa que afirmaram que, no dia e horário descritos na denúncia, o acusado estava em sua residência, ajudando em uma mudança e hospedando as testemunhas. Tal fato configura um álibi robusto e suficiente para afastar a autoria.

Nesse contexto, a acusação não trouxe elementos probatórios aptos a refutar essa versão, o que impõe a aplicação do princípio do in dubio pro reo.

 

2. A Invalidade do Reconhecimento Fotográfico

O reconhecimento fotográfico realizado pela vítima não observou as formalidades previstas no CPP, art. 226. Conforme consta nos autos, o reconhecimento foi realizado de forma isolada, na residência da vítima, sem a presença de testemunhas e sem a comparação com outras fotografias.

Além disso, a vítima afirmou que os agressores usavam capacetes e estavam a uma distância considerável, o que compromete a precisão do reconhecimento. Tal procedimento, conhecido como show up, é amplamente repudiado pela jurisprudência pátria por comprometer a confiabilidade da prova.

Portanto, torna-se evidente a necessidade de desconsiderar o reconhecimento fotográfico como elemento probatório válido.

 

3. A Insuficiência de Provas

O conjunto probatório apresentado pela acusação não é suficiente para sustentar a condenação do acusado. A única testemunha de acusação afirmou que não conseguiu identificar os agressores devido ao uso de capacetes. Ademais, a vítima não mencionou a tatuagem que cobre todo o braço direito do acusado, característica marcante que deveria ter sido notada caso ele fosse o autor do crime.

O princípio da presunção de inocência, consagrado na CF/88, art. 5º, LVII, e o disposto no CPP, art. 386, VII, vedam a condenação com base em meras suspeitas ou ausência de certeza quanto à autoria do delito.

 

4. Do Cerceamento de Defesa

Verifica-se nos autos que o pedido de quebra de sigilo telefônico formulado pela defesa foi indeferido pelo Juízo, sob a justificativa de que o número de telefone supostamente pertenceria ao réu. Tal decisão privou a defesa de produzir prova essencial para demonstrar a localização do acusado no momento dos fatos, configurando cerceamento de defesa, em afronta a CF/88, art. 5º, LV.

 

Conclusão

Diante do exposto, com base nos fatos e no direito aplicável, entendo que não há elementos probatórios suficientes para sustentar a condenação do réu. O conjunto de provas é frágil e não supera a dúvida razoável acerca da autoria do delito. Assim, com fundamento no CPP, art. 386, VII e no princípio constitucional da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII), voto pela procedência do pedido de absolvição.

 

Decisão

Ante o exposto, julgo procedente a tese defensiva para absolver o réu, com fulcro no CPP, art. 386, VII, diante da ausência de provas suficientes para a condenação. Determino, ainda, o arquivamento dos autos e a expedição de alvará de soltura, caso o réu esteja preso exclusivamente por este processo.

 

É como voto.

 

Local e Data.

 

__________________________________________

Magistrado


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