Modelo de Apelação Cível em Ação de Reintegração de Posse com Pedido de Reforma de Sentença e Discussão sobre Legitimidade da Posse do Imóvel

Publicado em: 09/10/2024 CivelProcesso Civil
Trata-se de uma apelação cível interposta por M. F. da S. L., viúva e legítima proprietária de um imóvel, buscando a reforma de sentença que julgou procedente ação de reintegração de posse movida por A. J. dos S. e C. E. da S. A Apelante argumenta que a sentença desconsiderou provas robustas que demonstram a inexistência de posse anterior ou esbulho por parte das Apeladas, além de indicar fraude em inventário realizado. O recurso fundamenta-se no CPC/2015, art. 1.009 e seguintes, e solicita a improcedência da ação, com base em princípios constitucionais, como contraditório e ampla defesa, e na ausência de comprovação dos requisitos legais para reintegração.

APELAÇÃO CÍVEL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado – TJ/UF

2. PREÂMBULO

M. F. da S. L., brasileira, viúva, aposentada, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX, residente e domiciliada na Rua X, nº Y, Bairro Z, Cidade/UF, endereço eletrônico: mfs@email.com, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na Rua A, nº B, Bairro C, Cidade/UF, endereço eletrônico: advogado@email.com, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor a presente

APELAÇÃO CÍVEL

com fundamento no CPC/2015, art. 1.009 e seguintes, contra a r. sentença proferida nos autos da Ação de Reintegração de Posse movida por A. J. dos S. e , processo nº XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX, em trâmite perante a ___ Vara Cível da Comarca de __________, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

3. TEMPESTIVIDADE

A presente apelação é tempestiva, uma vez que a sentença foi publicada em __/__/____, iniciando-se o prazo recursal em __/__/____, sendo interposto o recurso dentro do prazo legal de 15 (quinze) dias úteis, nos termos do CPC/2015, art. 1.003, §5º.

4. SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de ação de reintegração de posse proposta pelas Apeladas, que alegam terem recebido a posse do imóvel de seu genitor, o falecido ex-marido da Apelante, o qual, após o divórcio ocorrido em novembro de 2015, permaneceu no imóvel de forma clandestina e precária, sem jamais transferir a posse à legítima proprietária, ora Apelante.

A Apelante, ex-esposa do falecido, é a legítima proprietária do imóvel em questão, conforme partilha homologada judicialmente no processo de divórcio. Entretanto, por mais de 15 anos, foi impedida de exercer sua posse plena em razão da resistência do ex-cônjuge, que se ocultava e evitava intimações judiciais. O falecido, nos últimos dias de vida, foi encontrado por vizinhos em estado de abandono e necessidade, sendo socorrido à UPA, onde veio a falecer 15 dias depois. Declarou, inclusive, não possuir família ou vínculos afetivos.

A Apelante somente teve conhecimento da morte do ex-marido quando a Autora locou o imóvel comercialmente, ocasião em que interveio para resguardar seu direito. A Apelada, por sua vez, jamais exerceu posse direta ou indireta sobre o bem, tampouco apresentou qualquer prova nesse sentido. A Apelante juntou aos autos documentos, declarações de vizinhos, detetives e testemunhas que confirmam que a Autora jamais teve posse do imóvel.

Apesar disso, a sentença de primeiro grau julgou procedente o pedido, desconsiderando as provas robustas apresentadas pela Apelante, inclusive ignorando o fato de que a Autora ajuizou inventário fraudulento, omitindo a partilha do divórcio e o estado civil do falecido.

5. DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE

A presente apelação preenche todos os requisitos de admissibilidade previstos no CPC/2015, art. 1.010, quais sejam:

  • I – os nomes e a qualificação das partes constam do preâmbulo;
  • II – a exposição do fato e do direito está contida nas seções seguintes;
  • III – o pedido de nova decisão está formulado ao final;
  • IV – as razões do pedido de reforma da sentença estão devidamente expostas.

6. DO DIREITO

A ação de reintegração de posse exige, nos termos do CPC/"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Relator

Trata-se de Apelação Cível interposta por M. F. da S. L. contra sentença proferida nos autos da Ação de Reintegração de Posse movida por A. J. dos S. e C. E. da S., que julgou procedente o pedido de reintegração formulado pelas autoras.

I - Do Conhecimento do Recurso

Preenchidos os requisitos de admissibilidade previstos no art. 1.010 do Código de Processo Civil, conheço da presente apelação.

II - Dos Fatos

Conforme consta dos autos, a Apelante é legítima proprietária do imóvel objeto da lide, conforme se comprova por partilha homologada judicialmente no processo de divórcio com o falecido, ex-marido da Apelante. Este, por resistência e inconformismo com o divórcio, permaneceu no imóvel de forma clandestina, impedindo a Apelante de exercer sua posse.

Após o falecimento do ex-marido, a Apelante somente teve ciência do fato ao constatar que o imóvel havia sido locado por terceiros, motivando sua atuação para resguardar seus direitos possessórios e dominiais. A Apelada, por sua vez, não comprovou a posse anterior, tampouco o esbulho, tampouco o exercício de qualquer ato possessório sobre o bem.

III - Do Direito

Nos termos do art. 561 do CPC/2015, para a procedência da ação de reintegração de posse é necessária a comprovação cumulativa da posse anterior, do esbulho, da data do esbulho e da perda da posse. No presente caso, a Apelada não logrou êxito em demonstrar qualquer desses requisitos.

A jurisprudência pátria é firme ao exigir prova inequívoca da posse e do esbulho, sendo insuficiente a mera alegação desacompanhada de provas robustas. Em sentido contrário, a Apelante apresentou documentos e testemunhos que confirmam a ausência de animus domini ou mesmo de detenção por parte da Apelada.

Ademais, restou evidenciado que a Apelada promoveu inventário com omissão relevante acerca da partilha do divórcio e do estado civil do falecido, o que compromete a boa-fé processual.

Ressalte-se que o julgamento de primeira instância desconsiderou elementos de prova fundamentais, comprometendo os princípios do contraditório e da ampla defesa, nos termos do art. 5º, incisos LIV e LV da CF/88.

IV - Da Fundamentação Constitucional

A motivação do presente voto encontra amparo no art. 93, inciso IX da Constituição Federal de 1988, que exige que todas as decisões do Poder Judiciário sejam fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, impõe-se ao julgador o dever de explicitar os fundamentos fáticos e jurídicos que embasam sua convicção.

No caso em análise, a sentença combatida não atentou para as provas constantes dos autos, tampouco avaliou adequadamente a ausência dos requisitos legais para a reintegração de posse, razão pela qual merece reforma.

V - Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência é pacífica no sentido de que a reintegração de posse exige prova inequívoca da posse anterior e do esbulho, conforme demonstram os seguintes precedentes:

“Ao autor da ação de reintegração de posse incumbe comprovar a sua posse prévia, o esbulho praticado pelo réu, a data desse esbulho e a perda da posse, nos termos do CPC, art. 561. [...] Ausência dos requisitos do CPC, art. 561. Partes que são copossuidoras em igualdade de condições, inexistindo posse melhor a justificar a reintegração de posse ao autor.”
(TJ/RJ – Apelação Cível 0800839-43.2022.8.19.0025 – 17ª Câmara de Direito Privado – j. 22/08/2024)
“A reintegração de posse é admissível quando comprovado o esbulho possessório e a posse legítima da autora. A condição de mero detentor não confere direito à posse.”
(TJ/SP – Apelação Cível Acórdão/TJSP – 3ª Câmara de Direito Privado – j. 21/01/2025)
“O possuidor terá o direito de ser reintegrado na posse quando restar comprovado sua posse anterior sobre o imóvel, o esbulho praticado pelo réu e a perda da posse. Por conseguinte, uma vez não demonstrados os mencionados requisitos, não prospera a demanda reintegratória.”
(TJ/RJ – Apelação Cível 0023722-05.2018.8.19.0042 – 7ª Câmara Cível – j. 26/04/2022)

VI - Conclusão

Diante do exposto, com base no art. 93, IX da Constituição Federal, dou provimento à apelação, para reformar a sentença e julgar improcedente a ação de reintegração de posse ajuizada por A. J. dos S. e C. E. da S., reconhecendo a validade da posse e da propriedade da Apelante sobre o imóvel em questão.

Condeno as Apeladas ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, §2º do CPC/2015.

É como voto.

Tribunal de Justiça do Estado – TJ/UF, data do julgamento: ___ de __________ de 2025.

Desembargador Relator
Nome do Magistrado


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Contestação à Ação de Reintegração de Posse: Defesa por Posse Mansa e Pacífica, Impugnação de Esbulho e Ausência dos Requisitos do Art. 561 do CPC/2015

Modelo de Contestação à Ação de Reintegração de Posse: Defesa por Posse Mansa e Pacífica, Impugnação de Esbulho e Ausência dos Requisitos do Art. 561 do CPC/2015

Publicado em: 06/11/2024 CivelProcesso Civil

Modelo completo de contestação à ação de reintegração de posse ajuizada por suposto esbulho possessório, fundamentada na ausência dos requisitos do art. 561 do CPC/2015. O documento apresenta, detalhadamente, as preliminares de inépcia da inicial, ausência de interesse processual e impossibilidade jurídica do pedido. Argumenta-se que o réu exerce posse mansa, pacífica e ininterrupta do imóvel há mais de trinta anos, sem oposição da autora, e que não houve notificação válida ou comprovação de esbulho. Inclui fundamentação jurídica, jurisprudências recentes, pedidos de improcedência e requerimentos de produção de provas. Indicado para advogados que necessitam impugnar ações possessórias, principalmente em situações de longa posse, ausência de notificação e discussão sobre comodato verbal.

Acessar

Modelo de Requerimento de Novo Desentranhamento e Expedição de Mandado de Reintegração de Posse com Reforço Policial em Razão de Novo Esbulho Após Cumprimento Judicial – Pedido de Providências Cíveis e Criminais

Modelo de Requerimento de Novo Desentranhamento e Expedição de Mandado de Reintegração de Posse com Reforço Policial em Razão de Novo Esbulho Após Cumprimento Judicial – Pedido de Providências Cíveis e Criminais

Publicado em: 04/11/2024 CivelProcesso Civil

Modelo de petição destinado ao Juízo Cível para requerer novo desentranhamento e expedição de mandado de reintegração de posse, com reforço policial, em virtude de novo esbulho possessório perpetrado por réus e terceiros após reintegração já cumprida judicialmente. O documento detalha os fatos, identifica as partes envolvidas (proprietária e ex-comodatária de imóvel comercial), fundamenta o pedido com base no CPC/2015 (arts. 560, 562, 536, §1º), no Código Civil (art. 1.210), na Constituição Federal (direito de propriedade), bem como em dispositivos penais (ameaça, desobediência, invasão de domicílio, associação criminosa). Inclui ainda pedidos de reforço policial, comunicação ao Ministério Público, aplicação de multa, produção de provas e jurisprudência correlata.

Acessar

Modelo de Manifestação Contrária ao Pedido de Suspensão de Reintegração de Posse Baseada em Ação de Usucapião

Modelo de Manifestação Contrária ao Pedido de Suspensão de Reintegração de Posse Baseada em Ação de Usucapião

Publicado em: 03/04/2025 CivelProcesso Civil

Petição apresentada na Vara Cível da Comarca de Andradas/MG, em que o Requerido, por meio de seu advogado, manifesta-se contra o pedido de suspensão da reintegração de posse formulado pelo Requerente. A peça argumenta que a propositura de ação de usucapião extraordinário não possui o efeito de suspender decisão judicial transitada em julgado que concedeu a reintegração de posse ao Requerido. Fundamenta-se no CPC/2015, art. 55 e CPC/2015, art. 313, jurisprudências e ausência de requisitos para a concessão de tutela de urgência, requerendo o indeferimento do pedido de suspensão e a continuidade do cumprimento da decisão judicial.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.