Modelo de Apelação Cível para Reforma de Sentença com Base na Responsabilidade Objetiva de Instituição Financeira por Fraude Bancária

Publicado em: 25/02/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de apelação cível interposta por cliente vítima de fraude bancária contra sentença de primeiro grau que julgou improcedentes os pedidos de restituição de valores e indenização por danos morais. Fundamenta-se a apelação na responsabilidade objetiva das instituições financeiras, conforme o Código de Defesa do Consumidor (art. 14) e a Súmula 479 do STJ, argumentando que houve falha na segurança bancária e má prestação de serviços. A peça apresenta jurisprudências relevantes e requer a condenação do banco apelado à restituição dos valores subtraídos, ao pagamento de danos morais e das custas processuais.

APELAÇÃO CÍVEL

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ____________.

Processo nº: ____________

A. J. dos S., brasileira, estado civil __________, profissão __________, portadora do CPF nº __________ e RG nº __________, residente e domiciliada na Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico __________, por meio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor a presente:

APELAÇÃO

com fundamento no CPC/2015, art. 1.009, em face da sentença que julgou improcedentes os pedidos formulados na ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos materiais e morais, proposta em desfavor do Banco do Brasil S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº __________, com sede na Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

A apelante foi vítima de um golpe de estelionato na data de 29/09/2021, aproximadamente às 18h30, quando recebeu uma ligação de um indivíduo que se identificou como Lucas Azevedo, alegando ser funcionário do Banco do Brasil. O fraudador informou que a apelante havia sido vítima de um golpe e que empréstimos haviam sido realizados em sua conta-corrente. Para que os valores fossem estornados, o indivíduo orientou a apelante a ir até um caixa eletrônico e seguir suas instruções.

Seguindo as orientações do fraudador, a apelante realizou as operações indicadas, sem perceber que estava sendo induzida a autorizar transações fraudulentas. Posteriormente, constatou que valores haviam sido retirados de sua conta, resultando em prejuízo financeiro e abalo emocional.

A sentença de primeiro grau julgou improcedentes os pedidos da apelante, sob o fundamento de que a culpa seria exclusivamente da vítima, afastando a responsabilidade do banco apelado. Tal decisão, no entanto, merece reforma, conforme será demonstrado a seguir.

DO DIREITO

A responsabilidade das instituições financeiras por fraudes bancárias é objetiva, conforme dispõe o CDC, art. 14, sendo irrelevante a existência de culpa, bastando a demonstração do dano e do nexo causal. A atividade bancária, por sua natureza, envolve riscos inerentes, conforme reconhecido pela Súmula 479/STJ, que estabelece:

"As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias."
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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de apelação cível interposta por A. J. dos S. em face da sentença proferida pelo juízo da ___ Vara Cível da Comarca de ____________, que julgou improcedentes os pedidos em ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos materiais e morais, ajuizada contra o Banco do Brasil S.A..

A apelante foi vítima de fraude bancária, por meio de golpe de estelionato ocorrido em 29/09/2021, resultando em prejuízo financeiro e abalo emocional. Em sentença de primeiro grau, entendeu-se que a culpa seria exclusivamente da vítima, afastando a responsabilidade do banco apelado.

A parte autora, inconformada, sustenta que a responsabilidade da instituição financeira é objetiva, conforme o Código de Defesa do Consumidor, e requer a reforma da sentença para que sejam julgados procedentes os pedidos de restituição dos valores retirados de sua conta e indenização por danos morais.

Voto

Análise Hermenêutica dos Fatos e do Direito

Inicialmente, cumpre destacar que a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 93, inciso IX, estabelece que todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo a analisar o caso concreto, confrontando os fatos narrados com os fundamentos legais e constitucionais aplicáveis.

A controvérsia envolve a responsabilidade civil objetiva das instituições financeiras por fraudes bancárias, conforme disposto no art. 14 do Código de Defesa do Consumidor (CDC). A relação existente entre a apelante e o banco apelado caracteriza-se como relação de consumo, sendo certo que a atividade bancária insere-se no conceito de \"prestação de serviços\" previsto no CDC.

A jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por meio da Súmula 479, reafirma a responsabilidade objetiva das instituições financeiras pelos danos causados por fortuito interno, que inclui fraudes e delitos praticados no âmbito de operações bancárias. Nesse sentido:

\"As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.\"

No presente caso, restou demonstrado que a apelante foi induzida em erro por fraudadores, que se aproveitaram da fragilidade do sistema de segurança do banco apelado para obter vantagem ilícita. A instituição financeira falhou em seu dever de assegurar a proteção dos dados e das operações realizadas em sua plataforma, configurando má prestação de serviço.

Responsabilidade do Banco Apelado

A negligência do banco é evidente ao permitir que transações atípicas fossem realizadas sem qualquer mecanismo de detecção ou confirmação adicional. Ademais, a ausência de medidas eficazes para prevenir fraudes viola o princípio da boa-fé objetiva e da confiança, consagrados no art. 422 do Código Civil.

A apelante sofreu danos materiais, correspondentes aos valores retirados de sua conta, além de danos morais decorrentes do abalo emocional e dos transtornos suportados. A reparação pelos danos morais é devida, uma vez que a situação ultrapassa meros dissabores, atingindo a dignidade da pessoa humana, princípio fundamental consagrado no art. 1º, inciso III, da Constituição Federal.

Precedentes Jurisprudenciais

A jurisprudência confirma o posicionamento ora adotado, conforme demonstram os seguintes julgados:

  • STJ, REsp. Acórdão/STJ, Rel. Min. Nancy Andrighi: \"A instituição financeira responde objetivamente pelos danos decorrentes de fraudes bancárias, caracterizando-se o fortuito interno quando a fraude é cometida por meio de golpe da falsa central de atendimento.\"
  • TJSP, Apelação Cível 1015526-88.2022.8.26.0011: \"Instituições financeiras respondem objetivamente por fraudes decorrentes de falhas em seus sistemas de segurança.\"

Decisão

Por todo o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal, conheço do recurso e dou-lhe provimento para:

  1. Reformar a sentença de primeiro grau, julgando procedentes os pedidos iniciais;
  2. Condenar o banco apelado à restituição integral dos valores retirados da conta da apelante;
  3. Fixar indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), considerando o abalo emocional sofrido;
  4. Condenar o apelado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

É como voto.

Conclusão

Diante do exposto, julgo procedente o pedido formulado pela apelante, reformando a sentença de primeiro grau e condenando o banco apelado ao pagamento das quantias devidas, conforme fundamentação acima.

Local e data: ____________.

___________________________
Magistrado(a)


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