Modelo de Recurso Especial no STJ: Pedido de Reforma de Acórdão do TJMG em Caso de

Publicado em: 31/03/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Recurso Especial interposto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) por A. J. dos S., visando à reforma de acórdão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O caso trata da negativa de indenização por danos materiais relacionados ao \"Golpe do Falso Leilão\", com fundamento na responsabilidade objetiva das instituições financeiras prevista no Código de Defesa do Consumidor (CDC) e na falha de segurança da PagSeguro Internet S/A. O recurso argumenta a aplicação da Súmula 297/STJ e Súmula 479/STJ, enfatizando o dever de fiscalização e segurança das instituições financeiras, e contesta a atribuição de culpa exclusiva ao consumidor. Inclui pedidos de condenação da Recorrida ao pagamento de indenização, custas processuais e honorários advocatícios.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) MINISTRO(A) RELATOR(A) DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RECURSO ESPECIAL

RECORRENTE: A. J. dos S.

RECORRIDO: PagSeguro Internet S/A

ORIGEM: Tribunal de Justiça de Minas Gerais

PREÂMBULO

Por meio do presente, o Recorrente, já qualificado nos autos, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento na CF/88, art. 105, III, "a" e "c", interpor o presente RECURSO ESPECIAL contra o acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que reformou a sentença de primeiro grau e julgou improcedente o pedido de indenização por danos materiais em razão do "Golpe do Falso Leilão".

Requer-se o processamento e o regular encaminhamento do presente recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), com as inclusas razões.

RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL

1. DOS FATOS

O Recorrente foi vítima de um golpe conhecido como "Falso Leilão", em que estelionatários, utilizando-se de uma plataforma fraudulenta, induziram-no a realizar transferências via PIX, totalizando R$ 90.000,00. As transferências foram realizadas para contas bancárias vinculadas à instituição financeira Recorrida, PagSeguro Internet S/A.

Em primeira instância, a ação foi julgada procedente, condenando a Recorrida ao pagamento de indenização por danos materiais. Contudo, o TJMG reformou a decisão, sob o fundamento de que o golpe configuraria "fortuito externo", afastando o nexo de causalidade e atribuindo culpa exclusiva ao consumidor.

O Recorrente, inconformado, interpõe o presente recurso, buscando a reforma do acórdão, com base na responsabilidade objetiva das instituições financeiras e no dever de segurança previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC).

2. DO DIREITO

2.1. DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Nos termos do CDC, art. 14, as instituições financeiras possuem responsabilidade objetiva pelos danos causados aos consumidores em decorrência de falhas na prestação de seus serviços. A Súmula 297/STJ reconhece a aplicação do CDC às atividades bancárias, enquanto a Súmula 479/STJ estabelece que "as instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias".

No caso em tela, o golpe do "Falso Leilão" configura um fortuito interno, pois decorre da vulnerabilidade do sistema bancário da Recorrida, que não adotou mecanismos de segurança eficazes para prevenir a utilização de suas contas por fraudadores.

2.2. DO DEVER DE FISCALIZAÇÃO E SEGURANÇA

O dever de segurança das instituições financeiras abrange a adoção de medidas eficazes para prevenir fraudes e proteger os consumidores. A Resolução 4.753/2019 do Banco Central do Brasil impõe às instituições financeiras a obrigação de verificar a autenticidade e a idoneidade dos titulares das contas bancárias, bem como monitorar movimentações suspeitas.

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Ministro(a) Relator(a) do Superior Tribunal de Justiça, passo à análise do presente caso, com fundamento na CF/88, art. 93, inciso IX, que exige a devida fundamentação em todas as decisões judiciais.

I. Relatório

Trata-se de Recurso Especial interposto por A. J. dos S., inconformado com o acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que reformou a sentença de primeiro grau e julgou improcedente o pedido de indenização por danos materiais contra a instituição financeira PagSeguro Internet S/A, sob a alegação de que o caso configurava fortuito externo, afastando o nexo de causalidade.

O recorrente foi vítima de um golpe conhecido como \"Falso Leilão\", em que transferiu via PIX o montante de R$ 90.000,00 para contas vinculadas à Recorrida. Sustenta-se a responsabilidade objetiva da instituição financeira e o dever de segurança, nos termos do Código de Defesa do Consumidor.

II. Fundamentação

1. Da Responsabilidade Objetiva das Instituições Financeiras

De acordo com o CDC, art. 14, as instituições financeiras possuem responsabilidade objetiva pelos danos causados aos consumidores em decorrência de falhas na prestação de serviços. Tal entendimento é corroborado pela Súmula 297/STJ, que estende a aplicação do CDC às atividades bancárias, e pela Súmula 479/STJ, que reconhece a responsabilidade objetiva das instituições financeiras por fraudes e delitos praticados no âmbito de suas operações.

No presente caso, o golpe do \"Falso Leilão\" configura fortuito interno, já que decorre da vulnerabilidade do sistema bancário da instituição financeira Recorrida, que não implementou medidas de segurança eficazes para prevenir a utilização de contas por fraudadores.

2. Do Dever de Fiscalização e Segurança

O dever de segurança das instituições financeiras encontra amparo no CCB/2002, art. 927, parágrafo único, que preconiza a adoção de medidas preventivas para evitar danos aos consumidores. A Resolução 4.753/2019 do Banco Central do Brasil impõe às instituições financeiras a responsabilidade de monitorar movimentações suspeitas e verificar a idoneidade dos titulares das contas bancárias.

No caso em análise, a ausência de fiscalização adequada por parte da Recorrida permitiu que fraudadores utilizassem suas contas para viabilizar o golpe, configurando falha na prestação do serviço.

3. Da Ausência de Culpa Exclusiva do Consumidor

O argumento de que o consumidor contribuiu de forma exclusiva para o evento danoso não se sustenta, uma vez que a fraude só foi possível devido à ineficiência nos mecanismos de segurança da instituição financeira. O risco inerente à atividade bancária deve ser suportado pela instituição, conforme a teoria do risco profissional (CCB/2002, art. 927, parágrafo único).

4. Da Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência é pacífica no sentido de que as instituições financeiras respondem objetivamente por fraudes decorrentes de falhas em seus sistemas de segurança. Exemplos incluem:

  • REsp Acórdão/STJ: \"A não implementação das providências cabíveis configura defeito na prestação dos serviços bancários por violação do dever de segurança.\" (Rel. Minª. Nancy Andrighi, j. 21/11/2023).
  • TJSP, Apelação Cível 1013559-53.2023.8.26.0405: \"Fraudes decorrentes de fragilidade no sistema bancário configuram fortuito interno, atraindo responsabilidade objetiva do banco.\"
  • TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"A ausência de mecanismos eficazes de segurança caracteriza falha na prestação do serviço.\"

III. Conclusão

Diante do exposto, conheço o presente recurso, pois preenchidos os requisitos de admissibilidade. No mérito, dou-lhe provimento para reformar o acórdão recorrido e, com fundamento no CDC, art. 14 e CCB/2002, art. 927, reconheço a responsabilidade objetiva da Recorrida. Condeno a instituição financeira ao pagamento de indenização pelos danos materiais sofridos pelo recorrente, no valor de R$ 90.000,00, devidamente corrigidos e acrescidos de juros legais desde a data do evento danoso.

Condeno, ainda, a Recorrida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 15% sobre o valor atualizado da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85.

É como voto.

Termos Finais

Publique-se. Intimem-se. Cumpra-se.

Local e Data:

Assinatura do Magistrado:


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