Modelo de Recurso Especial ao STJ para Reformar Acórdão do TJMG sobre Incidência de Juros de Mora e Correção Monetária em Depósito Judicial

Publicado em: 23/10/2024 CivelProcesso Civil
Petição de Recurso Especial interposta ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), fundamentada no artigo 105, III, alíneas "a" e "c" da Constituição Federal e nos artigos 1.029 e seguintes do CPC/2015. O recurso busca reformar acórdão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que contrariou o entendimento consolidado no Tema 677 do STJ, ao afastar a incidência de juros de mora e correção monetária sobre valores depositados judicialmente para garantia do juízo. A petição destaca a violação de precedentes vinculantes e normas do Código Civil e do CPC, bem como o prejuízo causado ao recorrente.

RECURSO ESPECIAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Superior Tribunal de Justiça

2. PREÂMBULO

A. J. dos S., brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/MG sob o nº 00.000, com escritório profissional situado na Rua Exemplo, nº 123, Bairro Centro, Belo Horizonte/MG, CEP 30.000-000, endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CF/88, art. 105, III, alíneas "a" e "c", bem como nos arts. 1.029 e seguintes do CPC/2015, interpor o presente

RECURSO ESPECIAL

contra o acórdão proferido pela __ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais – TJMG, nos autos do processo nº 0000000-00.2020.8.13.0000, que negou provimento ao recurso interposto pelo ora recorrente, deixando de aplicar o entendimento pacificado pelo Tema 677 do STJ, causando-lhe manifesto prejuízo.

3. TEMPESTIVIDADE E CABIMENTO DO RECURSO

O presente recurso é tempestivo, uma vez que o acórdão recorrido foi publicado em __/__/____, iniciando-se o prazo recursal no primeiro dia útil subsequente, sendo este recurso interposto dentro do prazo legal de 15 (quinze) dias úteis, conforme CPC/2015, art. 1.003, §5º.

O recurso é cabível nos termos do CF/88, art. 105, III, alíneas "a" e "c", pois o acórdão recorrido contrariou entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo (Tema 677), além de divergir de jurisprudência consolidada dessa Corte.

4. DOS FATOS

Trata-se de ação de execução de título judicial, na qual o ora recorrente, credor da obrigação, viu-se prejudicado pela decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais que, ao julgar o recurso de apelação interposto, entendeu que o depósito judicial realizado pelo devedor para garantia do juízo cessaria a incidência de juros de mora e correção monetária, isentando-o dos encargos moratórios previstos no título executivo.

Ocorre que tal entendimento vai de encontro à tese firmada pelo Superior Tribunal de Justiça no Tema 677, segundo a qual o depósito judicial, ainda que realizado para garantia do juízo, não extingue a mora do devedor, devendo os encargos moratórios incidir até a efetiva liberação dos valores ao credor.

A decisão do TJMG, portanto, causou manifesto prejuízo ao recorrente, que deixou de receber os valores devidos a título de juros de mora e correção monetária, conforme expressamente previsto no título executivo e na jurisprudência pacificada do STJ.

5. DO DIREITO

O acórdão recorrido violou diretamente o entendimento consolidado no Tema 677 do STJ, cuja tese jurídica firmada é a seguinte:

“Na execução, o depósito efetuado a título de garantia do juízo ou decorrente da penhora de ativos financeiros não isenta o devedor do pagamento dos consectários de sua mora, conforme previstos no título executivo, devendo-se, quando da efetiva entrega do dinheiro ao credor, deduzir do montante final devido o saldo da conta judicial.”

A decisão do TJMG, ao entender que o depósito judicial extingue a mora do devedor, contraria frontalmente a referida tese repetitiva, violando o CPC/2015, art. 927, que impõe a observância obrigatória dos precedentes qualificados.

Ademais, nos termos d"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I - Relatório

Trata-se de Recurso Especial interposto por A. J. dos S., com fundamento no artigo 105, III, alíneas "a" e "c", da Constituição Federal de 1988, contra acórdão proferido pela __ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), nos autos da execução de título judicial nº 0000000-00.2020.8.13.0000.

O recorrente sustenta que a decisão recorrida contrariou entendimento pacificado no Tema 677 do STJ, ao afastar a incidência de juros de mora e correção monetária sobre valores depositados judicialmente pelo devedor, antes da liberação ao credor.

II - Fundamentação

Em observância ao que dispõe o art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige a fundamentação das decisões judiciais, passo à análise do recurso com base nos fatos e no direito aplicável.

1. Do cabimento e admissibilidade

O recurso é tempestivo, interposto dentro do prazo legal previsto no artigo 1.003, §5º, do Código de Processo Civil de 2015. Também é cabível, à luz do artigo 105, III, da Constituição Federal, por alegada ofensa à legislação federal e divergência jurisprudencial.

2. Do mérito

O acórdão recorrido entendeu que o depósito judicial realizado pelo devedor para garantia do juízo é suficiente para cessar a mora e, assim, afastar a incidência de juros de mora e correção monetária.

No entanto, tal entendimento não encontra respaldo na jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça, conforme definido no Tema Repetitivo 677, cuja tese fixada é a seguinte:

“Na execução, o depósito efetuado a título de garantia do juízo ou decorrente da penhora de ativos financeiros não isenta o devedor do pagamento dos consectários de sua mora, conforme previstos no título executivo, devendo-se, quando da efetiva entrega do dinheiro ao credor, deduzir do montante final devido o saldo da conta judicial.”

A decisão recorrida, portanto, viola o artigo 927 do CPC/2015, que impõe a observância obrigatória dos precedentes qualificados, como é o caso dos recursos repetitivos.

Ademais, nos termos dos artigos 394 e 395 do Código Civil, considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento no tempo, lugar e forma devidos, sendo responsável pelos prejuízos decorrentes, inclusive os encargos moratórios.

A quitação da obrigação só se aperfeiçoa com a efetiva entrega dos valores ao credor, conforme previsão do artigo 401, I, do Código Civil e do artigo 906 do CPC/2015.

3. Jurisprudência

O entendimento adotado pelo recorrente encontra firme respaldo na jurisprudência do STJ:

  • REsp Acórdão/STJ (Corte Especial) – Rel. Min. Nancy Andrighi – DJ 16/12/2022: “Na execução, o depósito efetuado a título de garantia do juízo ou decorrente da penhora de ativos financeiros não isenta o devedor do pagamento dos consectários de sua mora (...).”
  • AgInt no REsp Acórdão/STJ – Rel. Min. Luis Felipe Salomão – DJ 26/08/2021: “(...) o devedor não se exime dos encargos da mora até a efetiva liberação dos valores ao credor.”
  • TJSP - AI Acórdão/TJSP – Rel. Des. João Batista Vilhena – DJ 11/12/2024: “O depósito judicial não implica imediata entrega do dinheiro ao credor, não cessando a mora do devedor.”

III - Dispositivo

Ante o exposto, voto por conhecer do recurso especial e, no mérito, dar-lhe provimento, para reformar o acórdão recorrido e reconhecer a incidência de juros de mora e correção monetária sobre o valor depositado judicialmente até a efetiva liberação dos valores ao credor, nos termos do entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça no Tema Repetitivo 677.

Condeno o recorrido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do artigo 85 do CPC/2015.

IV - Conclusão

Assim, respeitado o contraditório e a ampla defesa, e fundamentado na Constituição Federal (art. 93, IX), bem como na legislação infraconstitucional e na jurisprudência consolidada do STJ, dou provimento ao recurso especial.

É como voto.

Brasília, ___ de __________ de 2024.

Ministro(a) Relator(a)


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