Modelo de Petição Inicial de Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais com Rescisão Contratual e Obrigação de Fazer em Face de Prestadora de Serviços de Internet e TV por Descumprimento Contratual e Propaganda Enganosa
Publicado em: 25/10/2024 ConsumidorPETIÇÃO INICIAL
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da ____ Vara Cível do Foro da Comarca de [CIDADE/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, portador do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 12.345.678-9, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, CEP 12345-678, Cidade/UF,
por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, propor a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS C.C. RESCISÃO CONTRATUAL E OBRIGAÇÃO DE FAZER
em face de EMPRESA XYZ LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 12.345.678/0001-99, com sede na Avenida Principal, nº 456, Bairro Industrial, CEP 98765-432, Cidade/UF, endereço eletrônico [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor celebrou com a Ré, em 10/01/2024, contrato de prestação de serviços para fornecimento de internet banda larga e TV a cabo, mediante pagamento mensal de R$ 200,00, conforme oferta publicitária amplamente divulgada pela Ré em seus meios de comunicação.
Contudo, desde o início da vigência contratual, o Autor passou a ser surpreendido com cobranças superiores ao valor pactuado, além de sofrer constantes oscilações e interrupções no serviço, em total desacordo com as condições prometidas na propaganda.
O Autor buscou, por diversas vezes, solucionar a questão junto ao serviço de atendimento da Ré, inclusive registrando reclamações formais junto ao PROCON, sem, entretanto, obter êxito ou qualquer providência efetiva.
Ademais, a publicidade veiculada pela Ré prometia “internet estável, sem oscilações e com preço fixo garantido por 12 meses”, o que não foi cumprido, caracterizando flagrante propaganda enganosa e quebra de contrato.
Em razão da conduta da Ré, o Autor sofreu diversos transtornos, constrangimentos, perda de tempo útil e abalo em sua esfera moral, sendo compelido a recorrer ao Poder Judiciário para ver seus direitos respeitados.
Dessa forma, resta evidente a necessidade de rescisão contratual, devolução dos valores pagos indevidamente, bem como a condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos morais.
4. DO DIREITO
4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA
A relação estabelecida entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º, sendo o Autor consumidor e a Ré fornecedora de serviços. Aplica-se, portanto, a responsabilidade objetiva prevista no CDC, art. 14, que impõe ao fornecedor o dever de reparar os danos causados ao consumidor, independentemente de culpa.
4.2. DA PROPAGANDA ENGANOSA
A publicidade veiculada pela Ré prometia condições que não foram cumpridas, caracterizando propaganda enganosa, vedada pelo CDC, art. 37, §1º. Tal conduta viola, ainda, o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e o direito à informação clara e adequada (CDC, art. 6º, III).
4.3. DA QUEBRA CONTRATUAL
A Ré descumpriu cláusulas essenciais do contrato, ao cobrar valores superiores ao pactuado e não prestar o serviço conforme anunciado, configurando inadimplemento contratual (CCB/2002, art. 421 e art. 475).
4.4. DOS DANOS MORAIS
O reiterado descumprimento contratual, aliado à frustração legítima do consumidor e à perda de tempo útil, ultrapassa o mero aborrecimento, ensejando reparação por danos morais (CF/88, art. 5º, X; CDC, art. 6º, VI). O Autor foi submetido a constrangimentos, angústia e desgaste emocional, sendo compelido a buscar a tutela jurisdicional para ver seus direitos respeitados.
4.5. DA RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS
O Autor faz jus à restituição dos valores pagos indevidamente, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único, e do CCB/2002, art. 876.
4.6. DOS PRINCÍPIOS JURÍDICOS APLICÁVEIS
Ressaltam-se os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), da vulnerabilidade do consumidor (CDC, art. 4º, I) e da função social do contrato (CCB/2002, art. 421), todos violados pela conduta da Ré.
Em síntese, a conduta da Ré afronta dispositivos legais e princípios fundamentais, tornando imperiosa a procedência dos pedidos.
5. JURISPRUDÊNCIAS
5.1. DANOS MORAIS POR COBRANÇA INDEVIDA E QUEBRA CONTRATUAL
“Reparação de danos morais - Contrato de fornecimento de sinal de internet e TV a cabo - Cobranças por valores maiores do que os contratados e variáveis, mês a mês, mesmo após duas reclamações do autor perante o PROCON e assunção, pela ré, de compromisso de ajustamento dos valores - Embora tenham sido pequenos os valores cobrados a mais, cuja devolução corretamente foi determinada pela sentença recorrida, verifica-se a eclosão de danos morais ao autor, pela recalcitrante conduta da ré de erro nos valores cobrados, mesmo após ter sido provocada por duas vezes pelo PROCON - Não se pode afirmar que, no caso, tenha o autor colhido mero dissabor, não ensejador de danos morais - A persistênci"'>...