Modelo de Apresentação de Alegações Finais em Ação Penal com Pedido de Absolvição e Aplicação do Princípio da Insignificância

Publicado em: 13/09/2024 Processo Civil Direito Penal Processo Penal
Alegações finais apresentadas pela defesa de Ana Carolina Silva em ação penal movida pelo Ministério Público, com base no art. 129, §9º, do Código Penal. O documento expõe os fatos envolvendo uma lesão corporal leve ocorrida em contexto familiar, destaca a ausência de dolo específico, a aplicação do princípio da insignificância, e apresenta pedidos de absolvição, substituição de pena e concessão de justiça gratuita. Fundamenta-se em jurisprudências e princípios como o in dubio pro reo e a insignificância penal.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO LUÍS – MA

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Data: 12 de setembro de 2024

PREÂMBULO

ANA CAROLINA SILVA, brasileira, solteira, estudante, portadora do CPF nº [INSERIR], RG nº [INSERIR], residente e domiciliada na Rua [INSERIR ENDEREÇO COMPLETO], por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua [INSERIR ENDEREÇO COMPLETO], onde recebe intimações e notificações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, com fulcro no art. 403, §3º, do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

No dia 24 de dezembro de 2023, durante confraternização natalina em família, ANA CAROLINA SILVA, em razão de uma discussão acalorada sobre política com sua tia KEILA, desferiu um soco na face desta, causando-lhe um corte no supercílio. Após o ocorrido, ANA imediatamente prestou socorro à vítima, levando-a a uma unidade de saúde, onde KEILA recebeu o tratamento necessário.

Apesar do incidente, KEILA manifestou expressamente seu desinteresse em responsabilizar criminalmente sua sobrinha. Contudo, em razão de relatos de terceiros, as autoridades policiais foram acionadas, e o exame de corpo de delito constatou lesão corporal leve. ANA confessou os fatos, demonstrando arrependimento e colaborando com a investigação.

O Ministério Público ofereceu denúncia com base no art. 129, §9º, do Código Penal, e, durante a instrução probatória, os fatos foram confirmados, incluindo o auxílio prestado por ANA à vítima e a ausência de interesse de KEILA em prosseguir com a ação penal. A defesa, agora, apresenta as teses cabíveis para a absolvição da ré.

DO DIREITO

1. DA AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA A CONDENAÇÃO

O art. 129, §9º, do Código Penal, prevê a lesão corporal no contexto de violência doméstica. Contudo, no presente caso, a vítima KEILA reiterou seu desinteresse em responsabilizar ANA, além de ter recebido auxílio imediato da ré, o que demonstra a ausência de dolo específico de lesionar.

A jurisprudência é pacífica ao reconhecer que, em casos de dúvida quanto à intenção do agente, deve prevalecer o princípio do in dubio pro reo. No caso em tela, a conduta de ANA foi impulsiva e momentânea, sem intenção premeditada de causar dano à vítima, o que afasta o dolo necessário para a configuração do tipo penal.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação penal promovida pelo Ministério Público contra ANA CAROLINA SILVA, imputando-lhe a prática do crime descrito no art. 129, §9º, do Código Penal, caracterizado como lesão corporal no contexto de violência doméstica. Os autos relatam que, durante uma confraternização familiar em 24 de dezembro de 2023, a ré desferiu um soco contra sua tia KEILA, causando-lhe lesão leve. Apesar disso, a vítima manifestou expressamente desinteresse na responsabilização criminal, e a ré demonstrou arrependimento, colaborando com a investigação.

A denúncia foi recebida e devidamente instruída, com a produção de provas documentais e testemunhais. A defesa requereu a absolvição da ré, fundamentando-se na ausência de dolo específico, na aplicação do princípio da insignificância e, subsidiariamente, na substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

Voto

Análise Hermenêutica

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 93, IX, preceitua que todas as decisões do Poder Judiciário devem ser devidamente fundamentadas. Neste sentido, passo à análise dos fatos e fundamentos legais apresentados nos autos.

1. Da ausência de dolo específico

O crime previsto no art. 129, §9º, do Código Penal exige a comprovação do dolo específico para sua configuração. Em análise dos autos, verifica-se que a conduta da ré foi um ato impulsivo e momentâneo, sem intenção premeditada de causar dano à vítima. Além disso, a postura da ré em prestar socorro imediato à vítima reforça a ausência de dolo grave.

Nesse contexto, aplico o princípio do in dubio pro reo, consagrado no art. 386, VII, do Código de Processo Penal, que determina a absolvição do réu quando houver dúvida sobre a existência de dolo ou culpa.

2. Da aplicação do princípio da insignificância

O princípio da insignificância, amplamente reconhecido pela jurisprudência pátria, exclui a tipicidade material da conduta quando esta não apresenta relevância penal. No presente caso, a lesão foi de natureza leve, e a vítima expressou desinteresse em prosseguir com a ação penal. A conduta da ré não demonstrou periculosidade social relevante.

Conforme já decidido pelo Supremo Tribunal Federal, no HC Acórdão/STF, a aplicação do princípio da insignificância depende da análise dos seguintes requisitos: mínima ofensividade da conduta, ausência de periculosidade social, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica. Todos esses critérios estão presentes no caso concreto, autorizando o reconhecimento da atipicidade material.

3. Da possibilidade de substituição da pena

Na remota hipótese de condenação, observo que a ré é primária, possui bons antecedentes e não praticou violência de natureza grave. Assim, caso entenda-se pela condenação, é plenamente cabível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, nos termos do art. 44 do Código Penal.

Conclusão

Em razão das considerações acima, voto no sentido de dar procedência ao pedido da defesa, para:

  1. Absolver ANA CAROLINA SILVA, com fundamento no art. 386, VII, do Código de Processo Penal, por ausência de provas suficientes para a condenação;
  2. Subsidiariamente, reconhecer o princípio da insignificância e extinguir a punibilidade da ré;
  3. Na hipótese de condenação, determinar a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, nos termos do art. 44 do Código Penal.

É como voto.

[NOME DO MAGISTRADO]

Juiz(a) de Direito


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