Modelo de Apresentação de Alegações Finais na Forma de Memorial com Fundamentação Jurídica sobre Legítima Defesa e Ausência de Dolo em Caso de Lesão Corporal
Publicado em: 09/09/2024 Processo Civil Direito Penal Processo PenalMEMORIAL
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 6ª Vara Criminal da Comarca de Santos/SP
Processo nº: [inserir número do processo]
LUÍZ, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal (CPP), apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS NA FORMA DE MEMORIAL, nos termos que seguem:
PREÂMBULO
O presente memorial tem como objetivo demonstrar que a conduta do réu não configura o crime de lesão corporal previsto no CP, art. 129, §9º, considerando a ausência de dolo específico, a aplicação da excludente de ilicitude da legítima defesa e a ausência de interesse da vítima na responsabilização penal do acusado. Além disso, busca-se afastar a incidência da agravante prevista no CP, art. 61, I, e pleitear a aplicação de medidas despenalizadoras previstas na legislação.
DOS FATOS
Na madrugada do dia 1º de janeiro de 2020, durante a celebração de Ano Novo, o réu estava em sua residência com seus filhos e seu irmão, Igor. Em razão do acionamento de fogos de artifício, o telhado da casa começou a pegar fogo, causando pânico entre os presentes.
O réu, devido à sua idade avançada e dificuldade de locomoção, ficou por último na tentativa de evacuar o imóvel. Ao perceber que o fogo estava prestes a atingi-lo, desferiu um soco na cabeça de Igor, que estava à sua frente, para conseguir sair da residência. Igor conseguiu deixar o local, embora tenha sofrido uma lesão leve na cabeça.
Posteriormente, o réu levou o irmão para atendimento médico e arcou com todas as despesas do tratamento. Igor declarou não ter interesse em responsabilizar criminalmente o réu.
DO DIREITO
1. DA LEGÍTIMA DEFESA
Nos termos do CP, art. 25, considera-se em legítima defesa aquele que, "usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem".
No caso em tela, o réu agiu para proteger sua própria vida, diante do perigo iminente representado pelo incêndio que consumia a residência. A conduta foi proporcional e necessária para garantir sua sobrevivência, configurando a excludente de ilicitude da legítima defesa.
2. DA AUSÊNCIA DE DOLO
O tipo penal previsto no CP, art. 129, exige a presença de dolo, ainda que genérico, para sua configuração. No entanto, o réu não agiu com a intenção de lesionar seu irmão, mas sim com o objetivo de salvar sua própria vida. A ausência de dolo específico afasta a tipicidade da conduta.
3. DA AUSÊNCIA DE INTERESSE DA VÍTIMA
Conforme narrado nos autos, a vítim"'>...