Modelo de Contestação à Ação de Ressarcimento ao Erário Proposta pela Fazenda Pública do Estado de São Paulo

Publicado em: 30/01/2024 Administrativo
Contestação apresentada em face de ação de ressarcimento ao erário movida pela Fazenda Pública do Estado de São Paulo, na qual se discute a devolução de valores de pensão por morte recebidos de boa-fé pelo Requerido. O documento destaca a natureza alimentar dos valores, a boa-fé do beneficiário e os princípios da segurança jurídica e proteção à confiança legítima, além de fundamentar a improcedência do pedido com base na jurisprudência consolidada e no direito constitucional à dignidade da pessoa humana. Inclui pedidos de improcedência da ação, condenação da parte autora em custas e honorários, e requerimento de provas e audiência de conciliação.

CONTESTAÇÃO

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara da Fazenda Pública da Comarca de ____________.

Processo nº ____________

Nome do Requerido: A. J. dos S.

Nome do Requerente: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

Por meio de seu advogado, conforme instrumento de procuração anexo, com endereço eletrônico ____________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO à ação de ressarcimento ao erário proposta pela Fazenda Pública do Estado de São Paulo, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

A presente ação versa sobre a tentativa de ressarcimento ao erário em razão do recebimento de valores de pensão por morte que foram posteriormente cessados pela São Paulo Previdência (SPPREV). O Requerido, A. J. dos S., recebeu os valores de boa-fé, considerando que o benefício foi regularmente concedido e pago pela Administração Pública, sem qualquer indício de irregularidade à época.

Após a cessação do benefício, a Administração Pública passou a exigir a devolução dos valores recebidos, sob o argumento de que o pagamento foi indevido. Contudo, o Requerido agiu em total boa-fé, utilizando os valores para sua subsistência, tratando-se de verba de natureza alimentar.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o entendimento consolidado em nossos tribunais é no sentido de que os valores recebidos de boa-fé pelo beneficiário, especialmente quando se trata de verba de natureza alimentar, não são passíveis de devolução. Tal entendimento encontra respaldo no princípio da segurança jurídica e no princípio da proteção da confiança legítima.

Nos termos do art. 5º, XXXVI, da CF/88, a segurança jurídica é um dos pilares do Estado Democrático de Direito, garantindo que os atos administrativos regularmente praticados gerem efeitos jurídicos válidos e estáveis. Ademais, o art. 884 do CCB/2002 estabelece que ninguém pode enriquecer-se ilicitamente à custa de outrem, mas tal princípio não se aplica quando o enriquecimento decorre de ato legítimo e de boa-fé, como no caso em tela.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação ajuizada pela Fazenda Pública do Estado de São Paulo contra o requerido, A. J. dos S., pleiteando o ressarcimento ao erário de valores recebidos a título de pensão por morte, pagos pela São Paulo Previdência (SPPREV), os quais foram posteriormente considerados indevidos. O requerido alega ter recebido os valores de boa-fé, tratando-se de verba alimentar utilizada em sua subsistência.

Os autos demonstram que o pagamento foi realizado com base em ato administrativo válido, sem qualquer comprovação de dolo ou má-fé por parte do requerido.

II. Fundamentação

1. Dos Fatos e Princípios Aplicáveis

Conforme narrado nos autos, o requerido recebeu os valores com base em ato administrativo presumidamente legítimo. O princípio da segurança jurídica, consagrado no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal de 1988, protege a confiança legítima depositada pelo administrado nos atos praticados pela Administração Pública.

Além disso, a jurisprudência consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) reforça que valores recebidos de boa-fé, especialmente aqueles de natureza alimentar, como pensões previdenciárias, não são passíveis de devolução. Tal entendimento visa preservar a dignidade da pessoa humana, princípio fundamental consagrado no art. 1º, III, da CF/88.

2. Da Jurisprudência

Destaco, ainda, precedentes que corroboram a tese da impossibilidade de devolução de valores recebidos de boa-fé:

  • TJSP (4ª Câmara de Direito Público) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: Decisão que ressalta a boa-fé do beneficiário em situações de ressarcimento ao erário.
  • STJ - REsp Acórdão/STJ: A boa-fé do administrado impede a devolução de valores previdenciários recebidos indevidamente por erro da Administração Pública.

3. Da Aplicação do Direito

O art. 884 do Código Civil de 2002 estabelece que ninguém pode enriquecer-se ilicitamente à custa de outrem. Entretanto, no caso em análise, o enriquecimento do requerido não pode ser considerado ilícito, uma vez que decorreu de ato administrativo legítimo, e os valores foram utilizados para sua subsistência.

Ademais, impor a devolução de valores de natureza alimentar violaria o princípio da dignidade da pessoa humana, além de afrontar a proteção da confiança legítima nas ações administrativas.

III. Dispositivo

Diante do exposto, com base no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige fundamentação em todas as decisões judiciais, voto no sentido de julgar improcedente o pedido da Fazenda Pública do Estado de São Paulo, nos seguintes termos:

  1. Rejeito o pedido de ressarcimento ao erário, diante da boa-fé do requerido e da natureza alimentar dos valores recebidos;
  2. Condeno a parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC/2015;
  3. Determino o arquivamento dos autos, observado o trânsito em julgado.

É como voto.

Local e Data

__________, ___ de __________ de 20___

Assinatura

________________________________________

Magistrado


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