Modelo de Contestação à Ação Declaratória de Isenção de Imposto de Renda por Doença Grave com Pedido de Restituição - Prefeitura Municipal de Santo Ângelo (RS)

Publicado em: 11/03/2025 AdministrativoCivel
Contestação apresentada pela Prefeitura Municipal de Santo Ângelo (RS) em face de ação declaratória de isenção de imposto de renda cumulada com pedido de restituição, movida por I. S., portadora de sequelas de poliomielite. O documento contesta o laudo pericial que não reconheceu a incapacidade severa da autora, argumentando que a condição de saúde dela, com limitações motoras progressivas, é suficiente para justificar a isenção com base na Lei 7.713/1988, art. 6º, XIV. A peça jurídica apresenta fundamentos legais, jurisprudências e requer nova perícia médica, bem como a restituição dos valores descontados indevidamente.

CONTESTAÇÃO

Processo nº: 5013108-93.2022.8.21.0029

Requerente: I. S.

Requerido: PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTO ÂNGELO - RS

PREÂMBULO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de Santo Ângelo - RS,

A PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTO ÂNGELO, pessoa jurídica de direito público, devidamente representada por seu procurador, nos autos da ação declaratória de isenção de imposto de renda cumulada com pedido de restituição do indébito, proposta por I. S., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a presente CONTESTAÇÃO ao laudo pericial apresentado nos autos, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

A parte autora, nascida em 16 de outubro de 1957, é portadora de sequelas permanentes de poliomielite, conforme CID 10: B91, que resultaram em atrofia muscular e monoparesia permanente da perna esquerda. Alega que, a partir de 2013, houve agravamento de sua condição, com perda progressiva de força nas pernas, necessitando de apoio para caminhar com muletas.

A autora pleiteia a isenção do imposto de renda sobre seus proventos de aposentadoria, argumentando que sua condição de saúde se enquadra no rol de doenças graves previstas no art. 6º, XIV, da Lei 7.713/1988. Contudo, o laudo pericial apresentado nos autos concluiu que a autora não apresenta incapacidade severa para atividades laborais ou vida independente, mas apenas limitações motoras permanentes.

A parte ré contesta o referido laudo, pois entende que ele não reflete a real condição da autora, que apresenta agravamento progressivo de sua mobilidade, necessitando de adaptações específicas para locomoção e estando incapacitada para diversas atividades cotidianas.

DO DIREITO

A Lei 7.713/1988, art. 6º, XIV, prevê a isenção do imposto de renda para portadores de doenças graves, desde que comprovada a condição por meio de laudo médico oficial. No caso em tela, a autora apresenta quadro de poliomielite com sequelas permanentes, que resultam em limitações motoras significativas e progressivas.

O laudo pericial apresentado nos autos, ao afirmar que a autora não apresenta incapacidade severa, desconsidera o agravamento de sua condição de saúde ao longo dos anos, conforme demonstrado nos documentos anexados aos autos. A autora necessita de muletas para locomoção e de veículo adaptado, evidenciando a gravidade de sua limitação motora.

Ademais, a jurisprudência pátria tem reconheci"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação declaratória de isenção de imposto de renda, cumulada com pedido de restituição de valores indevidamente descontados, proposta por I. S. em face da Prefeitura Municipal de Santo Ângelo - RS. A parte autora fundamenta seu pedido na condição de saúde, portadora de sequelas permanentes de poliomielite, conforme CID 10: B91, com agravamento progressivo de sua mobilidade, sendo necessário o uso de muletas para locomoção.

A controvérsia reside na análise do laudo pericial apresentado, que conclui pela ausência de incapacidade severa, enquanto a autora sustenta que sua condição de saúde compromete significativamente sua qualidade de vida, enquadrando-se no art. 6º, XIV, da Lei 7.713/1988, para fins de isenção do imposto de renda.

Fundamentação

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 93, IX, exige que as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise dos fundamentos apresentados pelas partes.

1. Da Isenção do Imposto de Renda

A Lei 7.713/1988, em seu art. 6º, XIV, estabelece a isenção do imposto de renda para portadores de doenças graves, desde que devidamente comprovada a condição por meio de laudo médico oficial. A norma busca atenuar os encargos financeiros suportados por contribuintes acometidos por enfermidades que demandam tratamentos específicos, adaptações e despesas contínuas.

A jurisprudência pátria, conforme destacado nos autos, reconhece que a isenção independe de incapacidade total, bastando a demonstração de que a doença grave compromete a qualidade de vida do contribuinte. Nesse sentido, a limitação motora progressiva apresentada pela autora, que exige o uso de muletas e adaptações para locomoção, é elemento suficiente para configurar a gravidade da condição de saúde.

2. Da Análise do Laudo Pericial

O laudo pericial apresentado conclui que a autora não apresenta incapacidade severa, mas confirma limitações motoras permanentes decorrentes das sequelas de poliomielite, CID 10: B91. Tal conclusão, entretanto, não abrange de forma ampla o impacto da condição na vida cotidiana da autora, especialmente considerando os documentos e provas anexados aos autos, que demonstram o agravamento da mobilidade ao longo dos anos.

A necessidade de muletas e a impossibilidade de realização de diversas atividades cotidianas indicam que a condição da autora compromete sua qualidade de vida, sendo suficiente para o reconhecimento do direito à isenção.

3. Da Restituição de Valores

Comprovada a condição grave da autora desde o momento do diagnóstico oficial, impõe-se o reconhecimento do direito à isenção retroativa e à restituição dos valores indevidamente retidos a título de imposto de renda, devidamente corrigidos e acrescidos de juros legais.

Dispositivo

Ante o exposto, considerando os fatos narrados e os fundamentos legais apresentados, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por Inês Scola, para:

  1. Reconhecer o direito da autora à isenção de imposto de renda sobre seus proventos de aposentadoria, com base no art. 6º, XIV, da Lei 7.713/1988;
  2. Determinar a restituição dos valores indevidamente descontados a título de imposto de renda, corrigidos monetariamente e acrescidos de juros legais;
  3. Condenar a ré, Prefeitura Municipal de Santo Ângelo - RS, ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC.

Por fim, determino que seja expedido alvará para a restituição dos valores à autora, conforme cálculos a serem apresentados pelo contador judicial.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Santo Ângelo - RS, data.

Juiz(a) de Direito: [Nome do Magistrado]


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