Modelo de Contestação à Reconvenção em Ação de Responsabilidade Civil por Acidente de Trânsito

Publicado em: 10/10/2023 CivelProcesso Civil
Contestação apresentada pelo Reconvindo em resposta à reconvenção proposta pelo Reconvinte, envolvendo acidente de trânsito. No caso, a peça argumenta pela ausência de culpa do Reconvindo e pela responsabilidade exclusiva do Reconvinte, que conduzia veículo sem CNH, em descumprimento às normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A peça se fundamenta em dispositivos legais do Código Civil e do CTB, além de jurisprudências que sustentam a tese. Requer a improcedência da reconvenção, a condenação do Reconvinte em custas e honorários advocatícios e a produção de provas.

CONTESTAÇÃO À RECONVENÇÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ____________

Processo nº: ____________
Reconvindo: ____________
Reconvinte: ____________

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos em epígrafe, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO À RECONVENÇÃO, nos termos do CPC/2015, art. 335, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

PREÂMBULO

O presente feito trata de acidente de trânsito no qual o Reconvinte, que conduzia veículo automotor sem possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH), busca imputar ao Reconvindo a responsabilidade pelo ocorrido. Contudo, a presente contestação visa demonstrar a inexistência de culpa do Reconvindo no evento, bem como a responsabilidade exclusiva do Reconvinte, que agiu de forma negligente e imprudente.

DOS FATOS

No dia __/__/____, o Reconvindo trafegava pela via pública em conformidade com as normas de trânsito, quando foi surpreendido pelo veículo conduzido pelo Reconvinte, que, de forma imprudente e sem possuir CNH, realizou manobra perigosa, ocasionando a colisão.

O Reconvinte, além de não possuir habilitação para conduzir veículos automotores, desrespeitou normas de trânsito previstas no CTB, art. 28, que exige que o condutor tenha domínio sobre o veículo, e no CTB, art. 162, I, que proíbe a condução de veículo por pessoa não habilitada. Assim, sua conduta imprudente foi a causa determinante do acidente.

DO DIREITO

A responsabilidade civil no caso em tela deve ser analisada à luz do CCB/2002, art. 186, que dispõe sobre a obrigação de reparar o dano causado por ato ilícito, e do CCB/2002, art. 927, que prevê a reparação do dano em caso de culpa comprovada.

O Reconvinte, ao conduzir veículo automotor sem CNH, violou normas expressas do Código de Trânsito Brasileiro, configurando ato ilícito. A ausência de habilitação é fator que, por si só, demonstra a sua incapacidade técnica para conduzir o veículo de forma segura, sendo elemento determinante para a ocorrência do acidente.

O CTB, art. 162, I, estabelece que conduzir veículo sem possuir CNH é infração gravíssima. Além disso, o CTB, art. 28, exige que o condutor tenha domínio sobre o veículo e dirija com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito, o que não foi observado pelo Reconvinte.

Doutrinadores como Maria Helena Diniz sustentam que a responsabilidade civil exige a presença de três elementos: conduta culp"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Preâmbulo

Trata-se de análise do recurso interposto nos autos do processo que trata de acidente de trânsito, onde o Reconvinte, ao conduzir veículo automotor sem possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH), busca imputar ao Reconvindo a culpa pelo ocorrido. Com base nos fatos e no direito aplicável, passo à análise para proferir meu voto, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988.

Dos Fatos

Conforme narrado, o acidente ocorreu em __/__/____, quando o Reconvindo trafegava em conformidade com as normas de trânsito, sendo surpreendido por manobra imprudente do Reconvinte, que conduzia veículo sem possuir CNH. A ausência de habilitação, associada à violação das normas de trânsito, foi fator determinante para o acidente.

Do Direito

A análise jurídica do caso deve observar os princípios constitucionais e legais aplicáveis. A Constituição Federal, em seu art. 5º, XXXV, assegura o direito de acesso à justiça, devendo o Poder Judiciário garantir a análise de fatos e fundamentos jurídicos apresentados pelas partes.

Aplicam-se ao caso os dispositivos do Código Civil Brasileiro de 2002, em especial o art. 186, que estabelece: "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito". Também o art. 927 do mesmo diploma legal prevê a obrigação de reparar o dano em caso de culpa comprovada.

O Código de Trânsito Brasileiro também é claro ao dispor, em seu art. 162, I, sobre a infração gravíssima que consiste em conduzir veículo automotor sem possuir CNH. Ademais, o art. 28 do CTB exige que o condutor tenha domínio sobre o veículo e dirija com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito, o que não foi observado pelo Reconvinte.

Da Interpretação Hermenêutica

A análise hermenêutica dos fatos demonstra que o Reconvinte, ao conduzir veículo sem possuir habilitação, violou normas de trânsito e agiu de forma imprudente, o que gerou o acidente. Não há nos autos elementos que demonstrem culpa do Reconvindo, que estava em conformidade com as normas de trânsito.

A responsabilidade civil exige a presença de três elementos essenciais: conduta culposa ou dolosa, nexo causal e dano. No presente caso, restou demonstrado que o Reconvinte foi o único responsável pelo evento danoso, afastando qualquer possibilidade de responsabilidade do Reconvindo.

Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria corrobora o entendimento de que a condução de veículo sem habilitação, associada à imprudência, constitui ato ilícito. Nesse sentido, destaco os seguintes precedentes:

1. TJSP (26ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "A pretensão formulada em reconvenção, qual seja, o ressarcimento do valor desembolsado pelo réu a título de honorários advocatícios contratuais, não merece acolhimento (...). Julgamento de improcedência da reconvenção era mesmo medida imperiosa."

2. TJSP (35ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Configurada a responsabilidade do Autor-Reconvindo pelo acidente devido à sua imprudência (...)."

Os precedentes reforçam que a conduta imprudente e a ausência de habilitação constituem fatores determinantes para a responsabilização do Reconvinte.

Do Voto

Com base nos fatos apresentados, nos fundamentos jurídicos e na jurisprudência aplicável, entendo que o pedido formulado pelo Reconvindo deve ser acolhido. O Reconvinte não comprovou a culpa do Reconvindo, e os elementos constantes nos autos demonstram sua exclusiva responsabilidade pelo acidente.

Dessa forma, voto pela improcedência da reconvenção, reconhecendo a inexistência de culpa do Reconvindo no acidente de trânsito. Determino, ainda, que o Reconvinte seja condenado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do CPC/2015, art. 85.

Conclusão

Diante do exposto, conheço do recurso interposto e, no mérito, julgo improcedente a reconvenção, nos termos do voto acima fundamentado.


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