Modelo de Contestação de Cobrança Indevida em Benefício Previdenciário e Pedido de Restituição

Publicado em: 21/11/2024 Consumidor Direito Previdenciário
Modelo de contestação contra desconto indevido em benefício previdenciário, realizado por entidade representativa sem autorização do requerente. O documento inclui fundamentações sobre a necessidade de comprovação de autorização, a aplicação do Código de Defesa do Consumidor à relação de consumo estabelecida, a inexistência de relação jurídica entre as partes e o direito do requerente a indenização por danos morais. O modelo também aborda a vulnerabilidade do consumidor e a ilegalidade dos descontos realizados, buscando a restituição dos valores pagos em dobro e a indenização pelos danos sofridos.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 09ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARACAJU/SE

Processo n.º: [número do processo]
Requerente: G. S.
Requerida: CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS E IDOSOS - COBAP, inscrita no CNPJ sob o nº [número do cnpj], representada por sua procuradora constituída, conforme procuração nos autos.

I. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO

A Requerida apresentou contestação sustentando a ausência de ilicitude no desconto de R$ 86,29 (oitenta e seis reais e vinte e nove centavos) realizado mensalmente no benefício previdenciário do Requerente, afirmando que tal desconto seria decorrente de uma adesão voluntária a plano de benefícios. Ademais, alegou a inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor (CDC) à relação entre as partes e a inexistência de dano moral a ser indenizado.

A Requerida insiste em sustentar que o desconto em questão é perfeitamente regular e autorizado, sendo resultado de um contrato legítimo e voluntário firmado pelo Requerente. No entanto, a defesa apresentada pela Requerida não trouxe elementos ou documentos que comprovem, de forma concreta e inequívoca, a veracidade dessas alegações, deixando assim de apresentar as provas necessárias para corroborar suas assertivas. Dessa forma, cabe ao Requerente esclarecer os fatos e apontar as falhas e inconsistências existentes na defesa da Requerida, demonstrando a total improcedência das alegações feitas.

II. DA AUSÊNCIA DE PROVA DE AUTORIZAÇÃO DO DESCONTO

A Requerida alega que o Requerente aderiu voluntariamente ao plano de benefícios e autorizou os descontos em seu benefício previdenciário. Contudo, não apresentou qualquer documento que comprove de forma inequívoca tal autorização. Nos termos do CCB/2002, art. 104, III, os negócios jurídicos devem observar a forma prescrita ou não defesa em lei, de modo que, para que houvesse validade no desconto, deveria existir uma manifestação clara e formal de vontade do Requerente, o que não restou comprovado.

É de suma importância destacar que a inexistência de um documento formal e assinado pelo Requerente impossibilita qualquer afirmação de que ele tenha consentido com tais descontos. A ausência de provas documentais, como um contrato escrito ou qualquer tipo de termo de adesão assinado, indica que o desconto em benefício previdenciário, sem a devida autorização, é ato ilegal que viola o princípio da autonomia da vontade, além de configurar ato abusivo, nos termos do CPC/2015, art. 319, IV. Dessa maneira, fica evidente que o desconto é nulo e deve ser imediatamente suspenso, bem como os valores descontados devem ser restituídos ao Requerente, considerando o prejuízo causado ao longo do período em que os descontos foram efetuados.

III. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

A Requerida sustenta a inaplicabilidade do CDC à relação mantida entre as partes, sob o argumento de que se trata de sociedade civil sem fins lucrativos. Entretanto, verifica-se que os serviços ofertados pela Requerida são prestados mediante remuneração, caracterizada pelos valores descontados do benefício previdenciário do Requerente. Tal circunstância enquadra a Requerida como fornecedora de serviços, nos termos do CDC, art. 3º, sendo o Requerente consumidor, conforme CDC, art. 2º.

Não há como negar que o contrato de adesão celebrado entre as partes envolve a prestação de serviços mediante pagamento de contraprestação financeira. Logo, aplica-se o CDC à presente relação jurídica, garantindo ao Requerente a proteção contra cobranças indevidas, bem como o direito à repetição de indébito, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único. Essa proteção visa assegurar que o consumidor, parte hipossuficiente na relação contratual, não seja lesado por práticas abusivas ou ilegais, especialmente quando se trata de um desconto indevido que afeta diretamente sua renda mensal, essencial para sua subsistência.

A relação de consumo, portanto, está configurada de maneira clara e objetiva, uma vez que a Requerida fornece serviços que dependem de contraprestação financeira, caracterizando-se como atividade fornecedora e sujeita à aplicação do CDC. Nesse sentido, é imprescindível que os direitos do consumidor sejam garantidos e que qualquer cobrança indevida seja corrigida, resguardando-se o direito à devolução dos valores pagos em excesso, em dobro, como forma de coibir práticas abusivas e garantir o equilíbrio nas relações contratuais.

IV. DA INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE AS PARTES

O Requerente reitera que jamais autorizou qualquer desconto referente à suposta adesão ao plano de benefícios da Requerida. Ressalta-se que a Requerida não juntou aos autos qualquer contrato ou documento assinado pel"'>...

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Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

O Requerente vem sofrendo descontos mensais indevidos de R$ 86,29 em seu benefício previdenciário, alegadamente vinculados a uma suposta adesão voluntária a um plano de benefícios oferecido pela Requerida, CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS E IDOSOS - COBAP. A Requerida afirma que os descontos são legais e autorizados, baseando-se em um contrato voluntário de adesão, entretanto, falha em apresentar qualquer documento ou prova de que tal adesão realmente ocorreu.

É importante destacar que, nos termos do Código Civil Brasileiro (CCB/2002, art. 104, III), a validade de um negócio jurídico depende de uma manifestação de vontade clara e inequívoca. A inexistência de um documento formal assinado pelo Requerente impossibilita que se afirme, com segurança, que ele consentiu com os descontos. A Requerida não conseguiu apresentar provas documentais da autorização, o que torna o desconto nulo e ilegal.

Ademais, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) é plenamente aplicável ao presente caso, uma vez que a Requerida presta serviços mediante contraprestação financeira, caracterizando-se como fornecedora de serviços, nos termos do CDC, art. 3º. O Requerente, como consumidor, é protegido contra cobranças indevidas, conforme previsto no CDC, art. 42, parágrafo único, que garante a repetição de indébito em dobro, caso a cobrança seja considerada abusiva ou ilegal.

A ausência de qualquer vínculo jurídico formal entre o Requerente e a Requerida reforça a ilegalidade dos descontos. O ônus da prova de demonstração de autorização é da Requerida, conforme estabelece o CPC/2015, art. 373, II, e a não apresentação de tal prova deve resultar no reconhecimento da inexistência de relação jurídica entre as partes, com consequente suspensão dos descontos e restituição dos valores descontados indevidamente.

Defesas Opostas pela Parte Contrária

A Requerida poderá sustentar que a adesão ao plano de benefícios foi realizada de forma válida e voluntária, alegando que o Requerente teria concordado com os termos do contrato. No entanto, sem a apresentação de um contrato assinado ou outra manifestação clara de vontade do Requerente, tal defesa é ineficaz e carece de fundamentação probatória.

A Requerida também poderá argumentar que, como sociedade civil sem fins lucrativos, não se enquadra no conceito de fornecedora de serviços e, portanto, não está sujeita ao CDC. No entanto, ao prestar serviços mediante remuneração, mesmo que de forma indireta, a Requerida está sujeita à legislação consumerista, sendo clara a caracterização da relação de consumo.

Conceitos e Definições

  • Cobrança Indevida: Refere-se a qualquer desconto ou pagamento realizado sem a devida autorização ou base legal. No presente caso, os descontos realizados no benefício previdenciário do Requerente sem contrato válido são considerados cobranças indevidas.

  • Relação de Consumo: Relação jurídica estabelecida entre o fornecedor de produtos ou serviços e o consumidor, que utiliza ou adquire tais produtos ou serviços como destinatário final. A proteção ao consumidor é garantida pelo CDC.

  • Repetição de Indébito: Direito do consumidor de receber de volta os valores pagos indevidamente, em dobro, caso seja constatada a cobrança indevida, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único.

Considerações Finais

O presente pedido visa proteger os direitos do consumidor, garantindo que os descontos indevidos realizados pela Requerida sejam imediatamente suspensos e que o Requerente seja devidamente ressarcido pelos valores que foram descontados sem autorização. A aplicação do CDC é plenamente justificável, uma vez que a relação entre as partes é caracterizada pela prestação de serviços mediante remuneração. Além do ressarcimento financeiro, é imprescindível que o dano moral causado ao Requerente seja reconhecido, como forma de compensar o abalo sofrido e desestimular condutas abusivas semelhantes. Dessa forma, promove-se não apenas a justiça no caso concreto, mas também a garantia de que os direitos dos consumidores sejam respeitados e protegidos em todas as situações.


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